quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A febre do rato - (A febre do rato) - 2011


Terceiro filme do diretor CLÁUDIO ASSIS, autor de AMARELO MANGA (2002) que tive o prazer de ver no cinema e de BAIXIO DAS BESTAS (2006) filme bastante polêmico e muito premiado.

A FEBRE DO RATO (2011) é uma expressão nordestina popular que significa, aquele que está fora de controle e é assim que seu protagonista, um poeta inconformado e anarquista, que através de um tablóide, se manifesta contra a classe dominante enaltecendo aquilo que acha de mais importante para o ser humano, o sexo, a maconha e o amor. Ele se apaixona por uma jovem, mas a recusa da garota, serve como combustível para que o poeta se inspire e crie mais e mais.

Dessa vez, o diretor deixa de lado a violência crua de seu filmes anteriores, mas continua a nos brindar com elementos comuns em suas obras, o sotaque do povo nordestino, suas expressões peculiares e a pobreza alarmante dessa região do país tão esquecida do povo brasileiro, são uma marca registrada do trabalho do diretor. Quanto ao filme, acredito que poesia seja a palavra chave. Há poesia em suas falas, o que é gritante e palpável, mas há poesia também em suas imagens e na sua bela fotografia. A ousadia com que a câmera capta imagens através de ângulos totalmente inesperados, principalmente sobre seus personagens, somada a fotografia em preto e branco que serve para acrescentar mais valor ainda para o efeito visual da obra, terminam por mostrar na tela um resultado bastante agradável aos olhos.

O enredo não se preocupa muito em se desenvolver de forma clara e acabamos por por pequenos instantes das vidas de alguns personagens e os diversos momentos de poesia visceral e bonita, como em algum momento um dos personagens diz, "acho bonito, eu gosto de coisa que eu não entendo" e esse sentimento parece ser o principal aspecto que une aqueles que cercam o protagonista, a beleza da junção das palavras, mesmo que sem um significado palpável, fácil. Algumas cenas memoráveis e polêmicas também compõe a obra e dão o tom costumeiro do diretor de impressionar, como a cena da personagem de NANDA mijando no barco na frente do poeta, ou mesmo as cenas de sexo do protagonistas com algumas putas de idade.

A obra traz a presença em seu elenco de IRANDHYR SANTOS que vive brilhantemente o papel do poeta protagonista, o monstro do cinema nacional MATHEUS NACHTERGAELE e da bela NANDA COSTA que vive a musa inspiradora do poeta, mas a beleza do corpo nu da atriz MARIANA NUNES é talvez o que mais me chamou a atenção, conjugando perfeitamente com a poesia do filme.

O filme ganhou prêmios no Festival de Paulínia nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator para IRANDHIR SANTOS, Melhor Atriz para NANDA COSTA, Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte, Melhor Trilha Sonora, Melhor Edição e Prêmio da Crítica.

Minha Nota: 6.6
IMDB: 7.1

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