sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O som do coração - (August Rush) - 2007


Este é o segundo longa metragem dirigido por KIRSTERN SHERIDAN e conta a história de um garotinho órfão, vivido por FREDDIE HIGHMORE que já fez o simpático rapazinho da refilmagem A FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATE (2005) e que acredita que a música que ele escuta em tudo ao seu redor, é enviada pelos seus pais e por isso, ele foge do orfanato onde passou a vida toda, a procura deles.

O filme conta com a presença do sempre extravagante ROBIN WILLIAMS e de um ator que eu não via desde PONTO FINAL - MATCH POINT (2005), o ator JONATHAN RHYS MEYERS que pelo visto tem trabalhado pouco desde então. Talvez por que apesar de sua bela aparência, não parece ter muita criatividade na concepção de seus tipos, parecendo sempre utilizar as mesmas caras e bocas, sem se dar conta da personagem que está vivendo.

Vi muitas coisas que a meus olhos pareceram problemas durante o filme. Atuações sem inspiração, no início do filme, fica claro que os instrumentos não estão sendo tocados por seus personagens, o que me incomodou bastante e uma falta de fluência da história. Lendo meu texto a partir desse parágrafo, confesso que parece que me entendiei durante o tempo que vi um filme ruim. Mas não foi isso que aconteceu.

Existe uma aura no filme, que encanta através da música executada, nos preenchendo a alma e nos dando uma dimensão pequena do que ela pode fazer por nós. Além disso, a história foi feita para comover e comove muito. Me peguei em diversos momentos do filme envolvido com seu drama, com sua música e me esvaindo em lágrimas. Uma ótima sacada utilizar Freddie no papel do órfão, pois o menino tem um ar encantador e inocente, apesar de não ter uma boa interpretação nesse filme.

Minha Nota: 6.6
IMDB: 7.4

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Um Divã para Dois - (Hope Springs) - 2012



Filme do diretor DAVID FRANKEL que é o responsável pelo excelente O DIABO VESTE PRADA (2006) e que conta a história de um casal de meia-idade, que depois de trinta anos de casamento se vê envolvidos com um programa intenso de aconselhamento matrimonial de uma semana, no intuito de fazer com que a relação volte a ser como já foi um dia.

Com a presença dos talentosíssimos TOMMY LEE JONES e de MERYL STREEP, dois atores de um nível indiscutível e difíceis de se encontrar em qualquer lugar do mundo e ainda com uma nova atuação brilhante do excelente STEVE CARELL, o filme nos delicia principalmente com a interpretação desses três grandes atores. Eu também não podia deixar de mencionar, mesmo que ela esteja fazendo apenas uma pontinha, mas a presença da belíssima ELIZABETH SHUE não serviu para matar a saudade que estou sentindo dela nas telas, mas que me fez lembrar o quanto gosto de vê-la em cena pelo menos.

Como disse o filme traz as ótimas interpretações desses 3 atores, e fiquei impressionado como apenas com a posição dos corpos desses monstros sagrados em determinadas cenas, já nos mostram muito mais do que duas pessoas sentadas, mas todos os sentimentos que se passam naqueles dois personagens, claro o mérito de cada cena tem a parcela de talento de seu diretor, mas acredito que deve ser fácil deixar que esses dois ídolos do cinema façam o que sabem fazer de melhor, encantar o público.

Ta certo, eu sou um fã de filmes românticos o que quase sempre vai fazer com que obras desse gênero me agradem e para piorar essa fala de personagens que vivem um casamento de longa data, o que faz com que eu me identifique de imediato com o filme. Mas além de todos esses fatores que para mim soam como positivos, o filme conseguiu me emocionar e acho que fará isso com uma boa parcela de seus espectadores.

Em diversos momentos conseguimos compartilhar com as frustações e pequenos sucessos obtidos pelo casal durante a projeção, sem nunca deixar de torcer pelo futuro de seus personagens. Não posso deixar de dizer também, que o final do filme é perfeito e o diretor ainda consegue utilizar inteligentemente o recursos dos extras, enquanto sobem os créditos, para agradar até aquela parcela do público que custuma querer que o filme dure mais do que a história que está sendo contada.

Minha Nota: 6.6
IMDB: 6.5

Por que parar agora - (Why Stop Now) - 2012



Esse é o primeiro trabalho em longas metragens dirigido por PHIL DORLING e conta com a ajuda de RON NYSWANER, escritor de FILADÉLFIA (1993), que ao virar filme, lançou tanto TOM HANKS quanto DENZEL WASHINGTON como fortes atores dramáticos.

Nesse POR QUE PARAR AGORA (2012), um jovem e prodigioso estudante de piano, tenta levar sua mãe a um centro de reabilitação, mas acaba se envolvendo com o traficante da mãe durante um dia conturbado em sua vida.

O jovem vivido pelo ator JESSE EISENBERG que já a algum tempo, tem trabalhando bastante, é um rapaz que está sobrecarregado por ter que cuidar da irmã, uma menina aparentemente tímida e que usa um fantoche na maior parte do tempo para se comunicar e da mãe, que além de ausente se mostra uma mulher perturbada graças aos efeitos das drogas. Além disso, o rapaz tem uma importante audição que pode lhe possibilitar uma bolsa de estudos em uma importante escola de música. E precisa que sua mãe se desintoxique para que assuma a casa quando ele tiver que ficar fora graças aos estudos.

Apesar de aparentemente carregar um pouco no tom de comédia, tentando fazer rir com o mesmo ar desesperado que Jesse carrega em suas atuações, o filme se revela um tanto quanto dramático, pois consegue sensibilizar seu espectador com as intenções de seu protagonista, apesar de confusas, de tentar acertar sua vida, de sua irmão e de sua mãe. Até mesmo em resolver o problema do traficante que não sabe falar espanhol e que precisa de um tradutor.

O filme não funciona tão bem como comédia, nem mesmo como drama, mas nas peças de piano, temos alguns momentos que me chamaram a atenção. Seja pela interpretação de Eisenberg que parece muito fiel a música que é executada, seja pelo sentimento claro que sua interpretação tem, mesmo se compararmos com a execução que está acontecendo antes da sua, executada com brilhantismo pela candidata anterior, mas que gritantemente parece algo robótico e simétrico.

Minha Nota: 5.1
IMDB: 6.0

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Na Estrada - (On the road) - 2012



Depois de seu CENTRAL DO BRASIL (1998) e de ter tornado seu talento reconhecido mundialmente, o diretor carioca WALTER SALLES ainda dirigiu filmes de sucesso como ABRIL DESPEDAÇADO (2001) e a produção DIÁRIOS DE MOTOCICLETA (2004) que conta a história da peregrinação do revolucionário Che Guevara pela América, mas para mim, apenas Central do Brasil poderia ser considerada uma obra realmente brilhante.

Nesse NA ESTRADA (2012), um jovem escritor tem sua vida abalada após a morte de seu pai e a chegada de um novo amigo e sua namorada, que tornam sua vida uma eterna viagem pelo país, onde eles encontram pelo caminho, pessoas que lhe acrescentam, cada uma a sua maneira, experiências únicas e memoráveis.

O filme é baseado no livro Pé na estrada de Jack Kerouac que ficou conhecido depois de seu sucesso estrondoso como a bíblia dos hippies. Walter encontra aqui um elemento um tanto comum em suas obras, visto que ele sempre demonstra ter uma certa atração por filmes de viagens, chamados de road movie.

Confesso que não é um tipo de filme que me faz muito a cabeça, o que atrapalha um pouco a minha ligação afetiva com a obra, mas de qualquer forma, não tenho como não reconhecer pontos interessantes e que para mim, são ótimas qualidades que o filme tem. Na verdade, Walter consegue retratar uma cultura que se inicia nessa época, de jovens que queriam mais e assim, começam a tentar descobrir formas de viver totalmente a parte do que é o padrão da sociedade.

O filme conta com as belas KIRSTEN DUNST que interpreta a esposa do andarilho que é o objeto de fascinação central do jovem escritor e com KRISTEN STEWART que faz a esposa de 16 anos que segue a maior parte do tempo, em viagem e participando das principais loucuras que os protagonistas fazem pelo caminho.

Acredito que o filme possa ser melhor apreciado por quem vivenciou essa época ou mesmo conhece a obra do escritor.

Minha Nota: 6.0
IMDB: 6.3

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Lembranças - (Remember Me) - 2012


O diretor ALLEN COULTER tem um currículo impressionante na área de séries de tv, tendo dirigido séries como Família Soprano e Arquivo X e esse LEMBRANÇAS (2012) é apenas o segundo longa metragem que conta com sua direção.

Nele o diretor nos conta uma história de amor, que está cercada por dramas. A mãe de sua mocinha, interpretada pela bela EMILIE DE RAVIN, teve sua mãe assassinada na sua frente, quando ela tinha apenas 12 anos. O rapaz, interpretado por ROBERT PATTINSON, perdeu seu irmão, que se suicidou ao completar 21 anos, enquanto ele tinha apenas 15.

O filme ainda conta com as ilustres presenças de CHRIS COOPER e de PIERCE BROSNAN como pais dos protagonistas. Apesar da aura de romance, o filme se concentra muito nos problemas de seu protagonista, que tenta aproximar seu pai, um homem de negócios de Wall Street, distante de sua família, da sua irmã mais nova, que está passando por uma fase difícil na escola e acredita que seu pai não gosta dela, além de ter que conviver com o sofrimento causado pela perda de seu irmão

Uma frase interessante que o personagem de Pattinson diz, de Gandhi, é "O que quer você faça na vida, será insignificante. Mas é muito importante que você o faça". Isso serve para coroar a reviravolta que o diretor da em seu enredo. Quando tudo parece se encaixar trazendo o alívio que seu personagem busca desde o o começo da obra, tudo muda e o filme se encaixa em um fato histórico que abalou profundamente todos os americanos.

Me incomodou essa mudança, mas me incomodou mais ainda, a finalização da obra, que tenta mostrar a vida que segue, mesmo depois dessa reviravolta proposta pelo diretor.

Minha Nota: 5.6
IMDB: 7.1

domingo, 25 de novembro de 2012

Polissia - (Polisse) - 2011


Esse é o terceiro trabalho por trás das câmeras, como diretora e também roteirista desse POLISSIA (2011), da atriz MAÏWENN é realmente uma obra no mínimo perturbadora.

O filme nos mostra o dia a dia de uma foto jornalista que passa a acompanhar os trabalhos da divisão contra abusos infantis da polícia francesa e nos mostra também um pouco da vida desses policiais que tem que trabalhar diariamente com crimes muitas vezes hediondos e absurdos.

O material colhido pela diretora, que também colaborou na elaboração do roteiro do filme, é impressionante e consegue ser retratado de forma muito satisfatória com a utilização do recurso de falso documentário. Somos convidados a acompanhar os casos e as reações desses policiais, frente a criminosos de todas as espécies. Desde aqueles que assumem os seus feitos, até aqueles que não querem confessar ou não acreditam estar fazendo nada demais, como é o caso da mãe que é detida ao sacudir seu bebê no meio da rua para tentar fazer com que ele pare de chorar.

A diretora também acerta a mão ao mostrar que os policiais, envolvidos diariamente com casos que afetam a qualquer ser humano, não tem como se manterem de forma imparcial diante dos criminosos e de suas vítimas.

Na verdade, a obra se destaca muito por conta do assunto abordado sem rodeios, tocando diretamente na ferida e se aprofundado mais e mais, sem ter pena de seu público espectador. Além disso, um grupo de atores desconhecidos do grande público, consegue de maneira brilhante, nos apresenta diferentes personagens, todos, as suas maneiras, interessantes e complexos, que tentam nos passar o quanto a podridão de certos seres humanos, não consegue sair facilmente das nossas cabeças, nos incomodando de forma avassaladora.

Minha Nota: 6.6
IMDB: 7.3

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Os Infratores - (Lawless) - 2012


Filme do diretor australiano JOHN HILLCOAT que vem ganhando mais e mais destaque tanto junto ao público quanto com a crítica graças a repercussão de seus trabalhos, como foi o caso de A ESTRADA (2009) que ainda preciso assistir.

Esse OS INFRATORES (2012), baseado em fatos reais e no livro escrito pelo neto do personagem vivido por SHIA LABEOUF, se passa na época da Depressão, com a instituição da lei seca, e conta a história de uma família de produtores e contrabandistas de bebidas que é ameaçada por uma nova autoridade que chegou a pouco tempo na cidade.

Confesso que no início, não me agradou muito a ideia que é praticamente a mesma de vários outros filmes sobre a produção de bebidas durante a lei seca americana, que entraram para a memória afetiva de muitas pessoas. Mas o diretor John Hillcoat e seu elenco composto por estrelas que emprestam apenas qualidades para cada personagem da trama, conquista o espectador mais desavisado.

TOM HARDY aparece novamente na tela, com uma interpretação completamente diferente de tudo que ele já fez, o que mostra o quanto esse ator tem potencial para crescer mais e mais. GUY PEARCE empresta ao vilão da obra, uma crueldade que incomoda o espectador, fazendo com que torçamos para que algo o pare e impeça seus desmandos. A belíssima e sedutora JÉSSICA CHASTAIN está de volta com uma interpretação segura e sedutora, além de linda como sempre. Acho que é melhor parar por aqui, pois o filme é repleto de boas interpretações, o que colabora muito para o resultado final.

A violência gráfica é gritante, o que pode não ser considerado como qualidade por algumas pessoas. E o que me incomodou um pouco no filme, mas isso é culpa da história e não do diretor ou mesmo do ator Shia Labeouf, é a fragilidade de seu personagem, que em meio a um negócio tão arriscado e sério, se recusa a assumir essa postura frente aos negócios, sempre muito inconsequente, o que acaba se revelando uma qualidade no decorrer do filme, mas a mim irritou bastante. 

Minha Nota: 7.4
IMDB: 7.5

Looper: Assassinos do Futuro - (Looper) - 2012


Filme do diretor americano RIAN JOHNSON que chega apenas ao seu terceiro longa metragem e foi responsável por VIGARISTAS (2008) pelo qual ficou mais conhecido.

Na história desse LOOPER: ASSASSINOS DO FUTURO (2012), estamos em um futuro caótico, no ano de 2074, onde a impunidade reina e quando alguém do futuro quer eliminar uma pessoa, a manda 30 anos no passado para que seja executado por um atirador que aguarda em um ponto combinado apenas para matar e sumir com o corpo desse alvo.

Sempre me agrada muito qualquer temática que lide com o conceito que temos de viagem temporal. Acho fantástica essa ideia apesar de hoje em dia não ter tanta certeza da possibilidade disso acontecer um dia. Mas como sempre gostei muito de quadrinhos e livros de ficção, sempre convivi que as teorias que existem sobre esse tipo de viagem.

A ideia de Rian é fantástica, contudo, na minha opinião, ele peca bastante em sua realização. Primeiro por que o simples fato do personagem de BRUCE WILLIS, que cumpre bem o papel de um assassino experiente que quer vingar a morte de sua amada, principalmente nos momentos de troca de tiros dos quais participa, dizer que suas recordações ficam embaçadas em alguns momentos, não corresponde ao que se pensa sobre mudanças no nosso passado, que se seguirmos uma só linha temporal, vão resultar em mudanças bem mais drásticas do que simples borrões de memória.

Outro fator que me incomodou foi a mudança na cara do ator JOSEPH GORDON-LEVITT, feitas com o objetivo de deixá-lo parecido com Bruce Willis, pois elas fizeram com que ele ficasse muito inexpressivo, bem mais que Willis.

O principal fator que me agradou na obra, é a participação de EMILY BLUNT que interpreta uma mãe durona, mas ao mesmo tempo carente e frágil, além da atriz estar belíssima como sempre e ainda por cima, sensualíssima, em uma cena que a minha predileta da obra e que não mostra nada por mais incrível que pareça.

Minha Nota: 6.0
IMDB: 7.9

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Coração Satânico - (Angel Heart) - 1987


A muito tempo que eu queria rever esse CORAÇÃO SATÂNICO (1987) do diretor ALAN PARKER que é também o responsável por um outro filme pelo qual tenho um carinho muito grande ASAS DA LIBERDADE (1984) e que fez outros sucessos na década de 80.

Nesse filme, baseado em um livro homônimo, um investigador fracassado vivido esplendidamente por MICKEY ROURKE, tem um novo caso em que deve encontrar um ex-cantor desaparecido mas as coisas não saem como esperado.

O filme é fantástico pois se baseia em uma trama de mistério e ocultismo únicos, que são conduzidos com maestria por seu diretor. Ainda de brinde, temos a presença de ROBERT DE NIRO que faz o diabo mais perfeito que já pude presenciar nas telas. Existe até a história de que Alan se surpreendeu tanto com a representação de De Niro para seu personagem, que deixou que o próprio ator dirigisse as suas cenas. Além disso, os elementos utilizados pelo diretor, como a música, a violência, a sensualidade, o humor, a dança, a religião, a magia, servem não apenas para compor a sua obra, mas para agregar valores de forma orgânica.

Aos poucos, nos vemos entranhados em uma história repleta de símbolos pagãos e religiosos e somos premiados a todo instante, por algumas sátiras que seu diretor coloca, mas que não fazem com que a seriedade de seu argumento se dissipe em momento algum.

Outro ponto que não me esqueço e que também foi responsável por me fazer ver novamente esse filme, é a presença da belíssima LISA BONET, que transpira sensualidade e juventude.

Acho que a única coisa que me incomodou um pouco, foram os olhos utilizados no final, para dar o tom demoníaco aos seus personagens. Na minha opinião não precisava disso, mas de qualquer forma, o final é brilhante.

Minha Nota: 7.6
IMDB: 7.3

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A Mão do Diabo - (Frailty) - 2001


Primeiro longa metragem dirigido pelo ator BILL PAXTON, esse A MÃO DO DIABO (2001) conta a história de um homem que resolve confessar a um agente do FBI, toda a história de sua família, que segundo ele, resolve uma série de assassinatos sem solução e atribuídos a um serial killer.

Apesar de seu argumento começar de uma forma que na minha opinião enfraquece um pouco o filme, visto que nenhum agente do FBI vai ouvir uma suposta testemunha de uma série de assassinatos atribuídos a um serial killer às 22:30, mas tudo bem, aos poucos, a história que é contada por MATTHEW MACCONAUGHEY vai enchendo o agente de curiosidade, enquanto o mesmo vai se sentindo seguro de que quem está a sua frente não vai lhe causar mal algum.

E é a partir dessa história fantasiosa e intrigante, que o filme vai ganhando a curiosidade não só do agente quanto do público, ou melhor, a minha curiosidade. Bill, que interpreta o pai de dois garotos que em sonho, tem uma revelação de que ele deverá exterminar uma série de demônios a pedido de Deus, conduz o filme de forma tranquila, com um andamento perfeito e ainda consegue reservar para seu público, surpresas que só servem para engrandecer a obra que se trata de um suspense recheado de drama e assassinatos.

Faltou um pouco mais de violência na minha opinião e de uma melhor interpretação por parte das crianças que fazem os filhos do assassino, para que o filme realmente assumisse um patamar mais alto.

Minha Nota: 6.6
IMDB: 7.3

Ponto de Vista - (Vantage Point) - 2008


Caiu em minhas mãos a cópia desse PONTO DE VISTA (2008) do diretor PETE TRAVIS que conta a tentativa de assassinato do presidente americano através de várias perspectivas diferentes, logo depois do atentado de 11 de setembro de uma forma bastante interessante.

Partindo sempre do mesmo ponto inicial, o diretor nos mostra aproximadamente 30 minutos que se inciam precisamente 23 minutos antes de um atentado em que o suposto presidente americano é baleado em um discurso que é realizado em uma praça de touradas na Espanha. Cada vez que o diretor volta ao ponto inicial, ele aborda a perspectiva de um de seus personagens, criando assim, uma história de mistério que ele mesmo vai ajudando o espectador a desvendar aos poucos.

Essa sacada é o ponto forte do filme, contudo, lá pela metade da obra, o filme perde um pouco o ritmo, já que repete determinados momentos talvez um pouco demais. Mas ainda assim, o filme não perde a sua força e segue interessante até o seu desfecho.

Com a presença de estrelas como DENNIS QUAID, FOREST WHITAKER, SIGOURNEY WEAVER e MATTHEW FOX entre outros, é Quaid o protagonista, que faz um segurança do presidente que está voltando a ativa depois de ter levado 3 tiros em um atentado direto a presidente anteriormente. Abalado ainda pelo ocorrido, ele está lutando contra a insegurança de reassumir seu cargo e ainda se vê metido em todo o atentado e tendo que resolvê-lo de forma rápida.

Não gostei muito do desfecho que não parece ter sido realizado com o mesmo cuidado que seu início, mas de qualquer forma, o filme se fecha de forma correta e satisfatória num geral.

Minha Nota: 6.6
IMDB: 6.6

Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge - (The Dark Knight Rises) - 2012


E chega ao fim a trilogia dirigida pelo extraordinário diretor britânico CHRISTOPHER NOLAN para o Homem Morcego com esse BATMAN: O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE (2012). Um dos filmes mais aclamados do ano e que encerra de forma brilhante esse arco em que o diretor conseguiu colocar seu estilo e ao mesmo tempo, se manter fiel ao personagem que é um dos mais conhecidos e queridos do Universo DC.

Nessa obra, oito anos depois do sumiço de Batman, um novo vilão aparece para oprimir Gotham, e o Cavaleiro das Trevas ressurge para tentar proteger sua uma cidade.

O filme mantém todo o padrão de qualidade de seu antecessor BATMAN - O CAVALEIRO DAS TREVAS (2008) que ainda teve o bônus da interpretação inspirada do ator HEATH LEDGER que veio a falecer pouco depois de seu lançamento. Dessa vez, como vilão, somos apresentados a figura de Bane, interpretado brilhantemente por TOM HARDY, ator da nova geração que sempre que aparece na tela, nos reserva ótimas atuações. 

Na verdade, curti muito as características que Tom utilizou para seu vilão, me fazendo em diversos momentos, me lembrar do personagem que ele fez em BRONSON (2008), contudo, não gostei muito dos urros soltados por CHRISTIAN BALE que acabaram por humanizar um pouco seu Batman, o que não é mostrado no personagem dos quadrinhos. Mas tirando isso, ele consegue ainda ser o melhor Homem Morcego levado as telonas que já presenciei, inclusive, com esse filme, Bale passa a ser o ator que mais vezes interpretou o herói que já teve suas histórias representadas 8 vezes na telona, chegando a três filmes, marca também atingida apenas do Nolan na direção do conhecidíssimo Batman.

Li em algum lugar que o filme consegue seguir num crescendo de cenas de tirar o fôlego e é a mais pura verdade. Logo de início, imaginamos que Nolan não pode ter pensado em nada mais fantástico do que a cena no avião, em que Bane sequestra um físico importante para seu plano, mas ele consegue. Vale dizer que ANNE HATHAWAY está muito bem também no papel de Mulher Gato interpretado antes por MICHELLE PFEIFFER e por HALLE BERRY, sem a enfase na ligação de seu personagem com o felino, que foi utilizada nas duas obras anteriores. 

Acredito que em sua parte final, o filme perdeu um pouco de seu ritmo. A volta do Batman depois de sua clausura e seu confronto final com o vilão, não tem o mesmo peso de seu primeiro encontro. Acho que o filme se perde um pouco em revelar sua principal surpresa, característica nos filmes de seu diretor, deixando um pouco de lado esse confronto que poderia ser mais grandioso, mas nada que apague o resultado final dessa bela obra.

Minha Nota: 7.4
IMDB: 8.8

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A Irmã da Sua Irmã - (Your Sister's Sister) - 2011


Um filme sensível e bonito como esse, só poderia ter saída da cabeça e das mãos de uma mulher. Quarto longa metragem da diretora LYNN SHELTON, esse YOUR SISTER'S SISTER (2011) me surpreendeu positivamente. Em sua história, uma amiga motiva seu amigo que está passando por uma crise emocional, a passar um tempo na casa de campo de seus pais. Um refúgio de sua família localizado em uma ilha afastada depois da morte de seu irmão. Nesse lugar, ele acaba se encontrando inesperadamente com sua irmã, o que vai mudar a vida de todos eles.

A diretora consegue fazer com que seu espectador, no caso eu, consiga compartilhar as sensações de seus personagens. Curtir passar uma foça em um lugar longe de tudo e de todos. O silêncio, o cheiro, o quanto é gostoso conversar fiado, beber e falar de nada e de tudo ao mesmo tempo, enfim, me senti emocionalmente muito envolvido, mas isso também pode ser efeito dos sentimentos que passavam por mim durante o filme, mas me peguei diversas vezes, completamente imerso pelos diálogos despretensiosos, que servem perfeitamente para que nos envolvemos com cada personagem e com os dramas que os afligem naqueles momentos.

A diretora consegue em determinada sequencia do filme, mostrar como uma briga entre irmãos, e entre quaisquer pessoas que se gostem de verdade, se dilui com o tempo. A raiva passa. E fica apenas o amor verdadeiro que envolve essas pessoas.

Quanto mais me lembro do filme, mais minha afeição por ele cresce. E não preciso nem falar que o final é simplesmente perfeito, para mostrar ao espectador o que realmente importa e não o que acontece depois do tempo de projeção. O filme ainda conta com a presença da belíssima EMILY BLUNT que além de emprestar sua beleza, está como sempre em uma interpretação ótima.

A 366 filmes antes, eu comecei a escrever aqui, com a intenção de tornar mais duradouras, as sensações e impressões que cada um dos filmes vistos nesse período causaram em mim, também para tentar manter a média de pelo menos um filme por dia, já que antes de fazer isso, eu já passei muito tempo sem ver filmes e isso sempre me fez muita falta. Me considero uma pessoa sozinha e o cinema é uma distração que me gratifica muito, mesmo estando sozinho e faz com que eu me esqueça dessa solidão, pelo menos durante os minutos que a projeção se passa diante dos meus olhos. A inspiração de fazer isso, agradeço a Ailton Monteiro, cujos textos sempre me deliciaram e sempre invejei o volume absurdo de filmes vistos por ele e a paixão que ele tem pelo cinema. Quem sabe um dia ainda consigo escrever pelo menos perto da qualidade que ele demonstra em seu blog.

Minha Nota: 7.0
IMDB: 6.8

Selvagens - (Savages) - 2012


Senti um certo ar de renovação e uma aura de leveza nesse novo trabalho do consagrado diretor OLIVER STONE. É claro que grande parte das características comuns de seu trabalho estão presentes, mas eu senti que o diretor trabalhou bastante com as cores e o um certo clima de descontração nessa sua nova obra.

No enredo do filme, que foi escrito pelo mesmo autor do livro homônimo, dois amigos que criam sua produção de maconha particular e conseguem se popularizar junto a sua clientela pela qualidade do produto que eles produzem, se veem envolvidos com um poderoso cartel de drogas mexicano que intenciona aprender o método de criação da droga dos rapazes.

O diretor como sempre, mostra com tranquilidade a violência na tela, sem que cause no seu espectador nenhum impacto, mesmo quando beira o gore em suas cenas. Outro destaque, é o elenco de peso que atua como suporte para seu filme, BENICIO DEL TORO faz um assassino de sangue frio que trabalho como um certo capataz da traficante interpretada por SALMA HAYEK que está muito bem como a maléfica chefe do cartel de drogas mexicano e ainda conta com a presença de JOHN TRAVOLTA interpretando um policial corrupto.

Como disse todas essas presenças funcionam como ferramentas para a história interessante e deixar que o trio de jovens atores que funcionam como protagonistas do filme, deem o tal do clima que eu cheguei a falar de novidade para a obra. Uma frase interessante dita pela belíssima BLAKE LIVELY, que inclusive ganhou o papel de belas candidatas, inclusive OLIVIA WILDE, é "Drogas são ruins, mas em um mundo muito ruim, elas são boas. Ou, as drogas são a resposta racional á insanidade".

O que atrapalha toda a tentativa de novidade da obra, é seu roteiro, que soa como algo que já vimos em algum outro lugar, mas isso não atrapalha em nada sua apreciação. Oliver Stone chegou a um patamar, em que podemos usar quase sempre uma frase que eu ouvi uma vez sobre sexo, "mesmo quando ruim, acaba sendo bom".

Minha Nota: 6.4
IMDB: 6.6

Boy - (Boy) - 2010


Segundo longa metragem que conta com a direção de TAIKA WIATITI que além de responsável pelo roteiro, interpreta o pai do garoto que da nome ao filme. Passado na costa leste da Nova Zelândia, no ano de 1984, um garoto de 11 anos de idade e fã ardoroso de Michael Jackson, tem a chance de conhecer seu pai, que reapareceu depois de anos, a procura de um tesouro que ele enterrou anos atrás.

O filme tem um aspecto visual interessante e começa com uma história contada pela criança protagonista, que dita um ritmo que agrada bastante a primeira vista, contudo, impossível de ser mantido por muito tempo. E retirando o ritmo que impressiona, o filme cai na categoria desses filmes alternativos que mostram um conflito que é mundial, pais que abandonam os filhos e depois reaparecem, mas visto por uma ótica e por costumes, que não são de nosso convívio, pois tudo acontece com nativos da Nova Zelândia, os maori. 

Uma frase interessante dita em determinado momento da obra, quando o menino pergunta para a amiga se a mãe dela costuma a ganhar nos jogos de azar que ela é viciada, a menina cita a frase dita pela mãe "É melhor arriscar o seu dinheiro em algo grande e ser realmente pobre, do que sentar por aí sendo menos pobre". Uma filosofia um tanto quanto arriscada, mas ao mesmo tempo, a esperança por trás de ganhar, alimenta a alma com sonhos de uma forma tão fácil e imediata, que chega a ser compreensível essa visão por parte de algumas pessoas.

Voltando para BOY (2010), o filme consegue ser um pouco mais do que uma comédia. Apesar de não fazer rir através de piadas, mas de situações, que também não chegam a ser hilárias, o filme consegue mostrar o conflito que se passa com o garoto, que não teve o seu pai presente e se tornou o responsável pelas crianças de sua casa, mas que com o retorno do pai, acaba buscando uma forma de o agradar mas acaba passando a ter os desejos dele, sem perceber que sua vida já tinha tudo que ele precisava para ser feliz.

Minha Nota: 5.0
IMDB: 7.3

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A Noite dos Mortos-Vivos - (Night of the Living Dead) - 1990


Filme do ator TOM SAVINI em seu primeiro trabalho de direção em longas metragens, ele que já havia atuado em vários filmes de horror na década de 70, 80 e 90 e que é uma refilmagem da obra original de 1968 do fantástico GEORGE A. ROMERO, criador desse gênero que atualmente voltou a ser aclamado com o seriado americano THE WALKING DEAD e que conta sobre um grupo mortos que retornam à vida e começam a aterrorizar um pequeno vilarejo, deixando seus últimos sobreviventes, encurralados em uma casa abandonada.

É interessante que a obra remasterizada da um novo ar para o filme, mas nem isso impede que ele envelheça. Para as gerações mais novas, deve ser muito difícil ver os mortos que estão tão na moda, andando tão vagarosamente, que fica simples demais se livrar das ameaças. Cheguei a lembrar da paródia TODO MUNDO QUASE MORTO (2004) em que seus protagonistas escolhem discos para jogar nos mortos vivos que lhes atacavam, tendo tempo de escolher antes, os títulos a serem jogados nos zumbis.

Voltando para a obra A NOITE DOS MORTOS-VIVOS (1990), o que interessa mesmo e acredito que é o que fez o gênero ser revitalizado tantas vezes desde 1968, é a ideia que permeia a obra. O desespero de não ter uma saída, o término da esperança, fazendo que com os sobreviventes muitas vezes, comecem a deixar aflorar seus instintos de sobrevivência acima de qualquer racionalidade, gerando conflitos entre si que podem ser catastróficos.

Como todo filme de terror, seus personagens caem sempre nos clichês e nas falhas, que nós espectadores já conseguimos antecipar, e que chegam a irritar pessoas que como eu, não são fãs do gênero, mas é impossível não reconhecer a importância dessa obra baseada em um conceito que deixou tantas referencias para tudo que veio depois dela.

Minha Nota: 4.8
IMDB: 6.7

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Ted - (Ted) - 2012


Primeiro longa metragem de SETH MACFARLANE que ficou conhecido principalmente, pelos episódios escritos para Uma família da pesada.

Nesse TED (2012) temos como história a realização de um desejo de uma criança solitária, que queria um amigo para lhe acompanhar pela vida toda e como resultado, ganha um urso de pelúcia que começa a falar e andar e o acompanha por toda a vida.

A discussão passa a ser, a falta de maturidade do dono do ursinho, que agora está namorando com uma executiva de sucesso, mas foge de qualquer tipo de compromisso, passando a maior parte de seu tempo, vendo velhos filmes na TV junto com seu urso e fumando maconha.

Na minha opinião o filme poderia ser categorizado como um filme família, ou talvez uma paródia dos bons e velhos filmes de natal, lançados para a família americana. Contudo, me incomodou o fato de se tratando de uma paródia, o filme seguir a mesma linha de elementos pouco criativos e clichês repetitivos.

A presença do urso, realmente ameniza as piadas muitas vezes pesadas e escatológicas, mas que na minha opinião, não cumprem o seu papel que é de fazer rir.

O filme conta com a presença de dois atores que para mim são contraditórios. Um deles eu nunca gostei, MARK WAHLBERG, mesmo o ator estando presente em filmes que eu gosto muito como BOOGIE NIGHTS - PRAZER SEM LIMITES (1997) e O VENCEDOR (2010) mas que cumpre sua função no filme, interpretando um homem envelhecendo mas se recusando a entender isso, e uma atriz que me encantou por sua beleza e pela bela aparição em CISNE NEGRO (2010), MILA KUNIS, mas que depois disso só fez trabalhos fracos e sem inspiração, como nesse filme, em que só empresta sua beleza para sua personagem.

Talvez a expectativa que eu tinha sobre o filme, tenha aumentado muito meu grau de exigência para a obra e por isso não tenha gostado tanto, mas realmente, os efeitos especiais e o cuidado em todas as cenas em que o belo ursinho aparece, fazem do filme um divertimento passageiro, mas não tão divertido.

Minha Nota: 5.0
IMDB: 7.4

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

360 - (360) - 2011


Filme mais recente do diretor paulista FERNANDO MEIRELLES que conta várias histórias, algumas delas entrelaçadas entre si, sobre várias pessoas de diferentes origens sociais, que estão passando por momentos de definição em suas vidas, sejam elas amorosas, ou mesmo profissionais.

Gosto muito da forma com que Fernando Meirelles cuida de certos elementos que escolhe para utilizar em seus filmes. Nesse 360 (2011), ele faz uso de várias coisas interessantes e que me chamaram a atenção. 

Para citar algumas delas. A forma com que ele brinca com o reflexo, mostrando sempre uma inversão da imagem original, com uma perícia que chega a causar certa confusão confortável aos nossos olhos, talvez, para traduzir exatamente a confusão de seus personagens nesses momentos é muito interessante, além disso, me agradou bastante a forma com que ele usa a divisão da tela, na vertical, hora na horizontal, hora em 2 partes ou mesmo 3 ou 4 partes, para mostrar ações paralelas em diferentes locais, o que serviu para alimentar o clima de suspense ou mesmo apenas para mostrar aquele arco dramático de diferentes pontos de vista. A passagem do carro dos russos para dentro do ônibus mostra a preocupação do diretor com a fluidez de sua obra. Além disso, ele usa a mudança do foco de uma forma, que parece interrogar a pessoa em evidência, sempre depois de uma pergunta contundente.

Enfim, uma série de coisas servem para nos mostrar o quão talentoso é esse diretor brasileiro que está cada vez mais conquistando seu espaço em Hollywood. O filme em si, não chega a ser uma obra prima ou mesmo a conquistar o público, acredito eu, por ter um número de personagens exagerados e que causam, uma série de dificuldades para que seu roteiro consiga ser arrebatador. 

O filme recebeu indicação para a categoria de melhor filme no Festival de Londres de Cinema.

Minha Nota: 6.2
IMDB: 5.9

domingo, 11 de novembro de 2012

Totalmente Inocentes - (Totalmente Inocentes) - 2012


Eu já não esperava muita coisa desse filme do diretor RODRIGO BITTENCOURT que eu tinha até escutado alguém falando que era uma paródia do filme TROPA DE ELITE 2: O INIMIGO AGORA É OUTRO (2010), mas escolhi vê-lo, por conta de sua duração. Estava tentando assistir algo rápido no intuito de iniciar mais um no dia de hoje.

Em sua história, um jovem apaixonado pela irmã mais velha de seu melhor amigo, acaba tentando entrar para o mundo do crime, com o intuito de fascinar a sua amada.

Acho que minha expectativa de que o filme fosse ruim, não conseguiu prever o quanto ele seria ruim de verdade. Na verdade, eu cheguei a ficar com vergonha de estar assistindo a essa obra, que na verdade, na minha opinião, não consegue cumprir nenhum anseio de seu espectador. O filme não é engraçado, não consegue ser sexy, nem mesmo com a presença da bela MARIANA RIOS e de uma atriz de quem eu gosto muito, VIVIANNE PASMANTER, não passa perto de ser divertido e o que é pior, nem mesmo quando tente soar como uma paródia, seja de CIDADE DE DEUS (2002) ou mesmo dos filmes Tropa de elite, faz boas piadas ou mesmo soa interessante ou divertido.

Um roteiro infantil, a utilização mal feita de elementos de cartoon, como foi feito no ótimo 2 COELHOS (2012), soa como vexatório e apenas serve para ilustrar alguns supostos combates que o filme nos apresenta, como em um jogo de luta de vídeo game. Até mesmo alguns atores dos quais eu gosto por seus talentos, como é o caso de INGRID GUIMARÃES e de FÁBIO ASSUNÇÃO, parecem estar desconfortáveis em seus papéis e não soam naturais, mesmo por que, o filme não é natural em quase nenhuma de suas cenas.

Enfim, parece que alguns críticos estão com razão, quando dizem temerem pelo futuro do cinema nacional, que está caminhando para ser uma extensão de programas de TV padrão globo de televisão, como Zorra Total.

Minha Nota: 3.6
IMDB: 2.7

Para Roma com amor - (To Rome with Love) - 2012


Gosto demais dos trabalhos do diretor WOODY ALLEN e com isso, me tornei um interessado sobre tudo que o diretor faz. Esse PARA ROMA COM AMOR (2012) o diretor nos conta várias histórias, algumas engraçadas, utilizando de seu humor peculiar, algumas românticas, como sempre complicadas e inconstantes, como são os romances nas histórias do diretor, enfim, recheado de elementos que Allen vem trazendo ao longo dos anos em sua filmografia e que já cativaram milhares de fãs pelo mundo.

Como a maioria de seus trabalhos, o filme está recheado de astros e estrelas da nova e da antiga geração, com presenças como JUDY DAVIS, ROBERTO BENIGNI, ALEC BALDWIN, ELLEN PAGE além do próprio WOODY ALLEN.

As musas inspiradoras também estão presente, além da belíssima e renomada PENÉLOPE CRUZ, ainda somos apresentados para a beleza da italiana ALESSANDRA MASTRONARDI.

O humor do diretor está presente em várias das cenas vistas no filme, mas dessa vez, ele é diluído pela quantidade de personagens e assuntos abordados. Que na minha opinião, por não terem uma coesão, acabam soando como uma novela, que tem seus núcleos separados e que nem sempre tem a necessidade de fazer com que eles coexistam.

É claro que a ausência de uma história impactante, para qualquer uma das histórias começadas, faz com que o filme seja apenas um bom divertimento para aqueles que como eu, gostam muito do gênero de comédias a lá Woody Allen.

O filme continua a peregrinação do diretor pela europa, depois de realizar quatro trabalhos em Londres, um em Barcelona e o último em Madri, ele chega a Roma.

Minha Nota: 6.5
IMDB: 6.4

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Rocky II - A Revanche - (Rocky II) - 1979


Segundo trabalho na direção de longas metragem de SYLVESTER STALLONE e ele consegue um resultado muito bom comparado o filme anterior que foi dirigido por JOHN G. AVILDSEN mas com roteiro do próprio Stallone.

Nesse segundo filme, o lutador desafiante ao título, passa por algumas dificuldades financeiras depois de seu casamento e acaba aceitando a revanche do campeão que se sente envergonhado depois de receber várias críticas pelo resultado do primeiro combate.

Em alguns momentos, o filme consegue atingir uma certa carga dramática que agrada aos olhos, mesmo que sem surpreender o seu espectador, como no momento que sua esposa volta do coma após o parto de seu primeiro filme. A figura de bom moço que é característica de seu protagonista, ajuda na empatia do público. Fatos esses que sempre colaboraram para o sucesso dessa sequências de filme que projetaram Stallone para o status de mega estrela que mantém até os dias de hoje.

Já havia visto o filme na minha adolescência e lembro de ser mais um dos ardorosos fãs de vários aspectos abordados pela obra, sem deixar de falar na trilha sonora, que é de agarrar na cabeça por muito tempo, contudo, nessa revisão, me incomodou muito a luta final, que mostra a determinação do desafiante, que é sobre humana, mas que se torna irreal, comparado ao esportista absurdamente poderoso que é o campeão. Rock mal se defende, desde o primeiro round. E não existe uma estratégia clara para que ele consiga derrotar o campeão. Ou pelo menos, a estratégia não conta muito visualmente, no momento que ele decide empregá-la. 

Mas é claro que o filme tem seus méritos e para época, pois hoje em dia podemos considerar que a obra envelheceu e traz todo ar dos anos 80 pra tela, tanto que é verdade, que ganhou os prêmios de melhor filme e de escolha popula em dois festivais de cinema americanos. 

Minha Nota: 6.0
IMDB: 6.9

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Procura-se um Amigo para o Fim do Mundo - (Seeking a Friend for the End of the World) - 2012


Primeiro trabalho na direção de LORENE SCAFARIA  e que já conta com uma dupla de protagonistas de peso e em ótima forma, STEVE CARELL e KEIRA KNIGHTLEY.

Na história, um homem sozinho, depois que sua esposa o deixa e com a iminência do fim do mundo, decide fazer uma viagem para encontrar uma antiga namorada do tempo de escola, acompanhado de sua vizinha lunática, que acabara de conhecer e que se sente culpada por não ter entregado a correspondência dele antes.

Apesar do tom catastrófico, o filme tem todo um tom de comédia e absurdo, o que é normal para a situação em que se passa a obra. Mas aos poucos, a diretora consegue fazer com que nos esqueçamos de todas essas informações e impressões que ela mesma nos dá, para transformar seu trabalho em um filme de reflexão.

Reflexão pois, não conseguimos ficar alheios ao fatídico fim que cerca seus personagens sem deixar de projetar nossos pensamentos sobre o que faríamos se estivéssemos em seus lugares. O filme teria tudo para ser bem pra baixo, bem depressivo, mas a presença de Carell deixa a atmosfera um pouco mais cômica, apesar de sua postura totalmente over e sem dúvida, como a crítica tem apontado, uma de suas melhores atuações, além disso, na minha opinião, a diretora consegue seu objetivo, de nos entregar um trabalho de redenção de seus personagens, que estavam perdidos, a procura de algo, um sentido para o resto de suas vidas.

Minha Nota: 6.6
IMDB: 6.7

terça-feira, 6 de novembro de 2012

O Espetacular Homem-Aranha - (The Amazing Spider-Man) - 2012


Confesso que diversas sensações me tomaram durante esse O ESPETACULAR HOMEM-ARANHA (2012) do diretor MARC WEBB de quem conheço apenas o seu 500 DIAS COM ELA (2009). Acredito que isso tenha ocorrido, pelo excesso de referências que trago comigo. Como já fui leitor ferrenho de revistas em quadrinho, mais os excelentes trabalhos de SAM RAIMI, fizeram com que na primeira parte do filme, diversos fatores me incomodassem, mas com o passar da projeção, acredito que tudo se dissipa, graças ao ótimo trabalho que vemos na tela.

Dessa vez, o herói das multidões, amigo da vizinhança, tem um novo início. O diretor nos conta a origem desse personagem do seu ponto de vista e nos apresenta como vilão dessa vez, o Homem-Lagarto.

No papel do herói, temos ANDREW GARFIELD, que representou um aranha mais novo, digo até adolescente com seu cabelo moderninho e seu skate a tira colo. Como musa inspiradora, temos a belíssima e talentosíssima EMMA STONE que representa a primeira namorada do aranha nos quadrinhos, mas como uma mocinha mais adulta, que foi um dos pontos que me incomodou no início.

Um amigo meu disse que gostou, por que o aranha agora apanha mais. Isso é uma verdade e se aproxima bem do que os quadrinhos sempre passaram. Apesar das licenças tomadas pelo diretor, seu personagem está interessantemente mais humano, inclusive, acredito que as cenas sem máscara, estão mais presentes do que as com máscara. Mas isso não quer dizer que o homem aranha mascarado tenha ficado pior. O diretor opta por diversos ângulos de câmera durante os vôos do aracnídeo, o que ficou bem bacana, isso tudo, sem levar em conta que a cena da luta na biblioteca é um balé sensacional.

Acho que o diretor poderia ter se livrado de alguns clichês como usou no final do filme, mas não podemos esquecer que é um filme para o grande público e que foi feito para agradar a todos, o que acredito que deva conseguir com facilidade.

Minha Nota: 7.2
IMDB: 7.4

sábado, 3 de novembro de 2012

Salon Kitty - (Salon Kitty) - 1976


Já fazia um tempo que eu não via um trabalho do diretor italiano TINTO BRASS, por que eu estava vendo filmes mais curtos recentemente e os trabalhos do diretor que tenho para ver, tem uma duração maior do que 2 horas e por isso ficaram para depois.


Nesse SALON KITTY (1976), um bordel na Alemanha nazista é usado para uma operação que objetiva subornar oficiais do alto escalão da SS. Para isso, eles substituem todas as prostitutas por espiãs recém contratadas e treinadas para essa missão.

O diretor, como sempre nos brinda com uma bela protagonista, nesse caso a atriz inglesa TERESA ANN SAVOY e com alguns elementos que comumente são encontrados em suas obras. Além do erotismo e nudez, tanto masculina quanto feminina, é muito prazeroso identificar esses elementos. A utilização dos espelhos para mostrar as imagens, como que um voyer que não quer olhar diretamente para uma cena, além de sua bela protagonista se lavando em um bidê, são elementos comuns da filmografia do diretor.

O que pude notar, é que dessa vez, muito do entusiasmo e o tempo dedicado a esses momentos não são mais os mesmos. Talvez, nesse trabalho, ele estivesse interessado em mostrar de uma forma mais presente, os alemães mas sempre que eles acontecem e que os identificamos dentro da obra do diretor, parece que a gente entendeu uma piada que só funciona para quem sabe algo dito nos bastidores.

De qualquer forma, um filme irregular, como vários de seus trabalhos, mas que perde muito por não trazer o charme e o talento do diretor no quesito erotismo, que sempre mostrou ser o seu forte.


Minha Nota: 5.0
IMDB: 5.3

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Como esquecer - (Como esqueceer) - 2010


Não que eu tenha gostado da interpretação de ANA PAULA ARÓSIO e também, não é por não ser fã da atriz que eu não tenha gostado, mas sou obrigado a reconhecer que ela é a responsável pelo clima melancólico que envolve esse COMO ESQUECER (2010) da diretora MALU DE MARTINO. Na verdade, me senti incomodado com a não presença de alegria no semblante de Ana mesmo quando seu personagem mostra estar sentindo alegria. Talvez isso tenha sido uma cartada, que não tenha dado certo apenas comigo.

De qualquer forma, o filme conta a história de uma professor de Literatura Inglesa, luta contra a depressão depois da separação de sua companheira e para isso, acaba se mudando com um amigo e uma recém conhecida, para uma casa no interior.

Na verdade. A mim, o filme soou como um ensaio sobre como diferentes personagens lidariam com a solidão e com a necessidade de esquecer uma outra pessoa. No caso do personagem de MURILO ROSA, como esquecer de seu companheiro que morreu. No caso de NATÁLIA LAGE, como esquecer seu namorado que a deixou depois de descobrir que ela estava grávida. E no caso de Ana, esquecer o amor de sua vida.

Muito é dito, algumas citações dos personagens alunos de Ana Paula Arósio sobre romances clássicos e sobre possíveis dificuldades de seus atores em lidarem com os sentimentos que os estavam inspirando na composição de tais obras. Algumas reflexões da professora vivida por Ana Paula. Tudo soa um pouco sofisticado demais na minha opinião, o que pra mim se tornou um problema, pois cria um distanciamento do espectador com o personagem e sua história.

Minha Nota: 4.8
IMDB: 6.3

Boca do Lixo - (Boca do Lixo) - 2010


Filme do diretor carioca FLÁVIO FREDERICO, esse BOCA DO LIXO (2010) é adaptado a partir da autobiografia do então Rei da Boca do Lixo (uma região no centro de São Paulo dos anos cinquenta conhecida pelos seus clubes noturnos) que iniciou de forma organizada a prostituição e o tráfico de drogas nessa região.

Com a interpretação sempre competente de DANIEL DE OLIVEIRA, o filme conta a trajetória, regada a mulheres, bebidas e droga, pela qual seu personagem passou. 

A direção de Flávio é firme e trata de contar a história, desse personagem controverso, digo controverso pois o diretor começa seu filme, com uma negativa a esse título, que é requisitado por aquele que posteriormente conheceríamos como o seu maior inimigo, mas de qualquer forma, o diretor nos mostra seu personagem se enfiando no vício. Que se adapta ao surgimento sempre de novas drogas. Talvez para dar uma melhor noção da época, tenha escolhido em uma certa parte do filme, pela fotografia em preto e branco.

Acredito que um dos problemas do filme, talvez seja a frieza com que o personagem é traduzido, o que poderia ser uma característica dele, mas que na tela, se traduz em algumas mortes, das quais ele pessoalmente foi o responsável, mas que que passam na tela, sem se diferenciar, seja a morte de um homem que o provocou no bar, seja a morte de seu amigo de infância. Nada tem qualquer impacto sobre o protagonista, a não ser o ódio que ele demonstra nessas horas.

Não existe também, uma preocupação muito rígida com o tempo em que os fatos ocorrem, mesmo o diretor utilizando o recurso de nos informar o ano em que eles acontecem e não é revelado, quem fica por trás dos negócios quando seu protagonista não está por perto ou está fugindo da polícia.

Minha Nota: 6.0
IMDB: 5.7

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Sem controle - (Sem controle) - 2007


Filme de estréia da diretora CRIS D'AMATO em longas metragem e que conta a história de um diretor de teatro vivido por EDUARDO MOSCOVIS que está passando por uma crise, depois de ver seu projeto mais recente totalmente rejeitado pela crítica e que com isso, acaba parando em uma clínica recuperação de loucos, levado por uma amiga médica que trabalha lá. É quando ele conhece o personagem de MILENA TOSCANO, essa belíssima atriz, que além de uma atuação respeitável, mostra toda a sua beleza que é difícil de tirar da cabeça, principalmente as cenas em que mostra seu belo corpo. Depois de conhecê-la, sem saber que se trata de uma interna, ele se envolve e começa a montar uma oficina de teatro dentro da clínica.

O escritor é obcecado por Mota Coqueiro, personagem histórico do Brasil, que foi considerado como o precursor da extinção da pena de morte no país, depois que sua condenação aconteceu sem que existissem provas concretas sobre o crime de que o estavam acusando.

O filme trata da decepção de seu protagonista com a injustiça, que o leva praticamente a loucura. Mas esse papo de loucura e ijustiça é usado pela diretora como pano de fundo de uma trama que leva o diretor a vivenciar o drama de seu personagem mais recente. São tratados também alguns sentimentos, como o desejo e principalmente o ciúmes. Que em uma pessoa que não tem o controle das emoções, pode ter consequências lastimáveis.

Uma frase dita pelo protagonista que vale ser lembrada e que é retirada da obra de Goethe, um dos maiores escritores e pensadores alemão que diz que "Tudo nos falta quando estamos em falta com nós mesmos". O que serve para ilustrar o que sentimentos adversos podem fazer com uma pessoa, mesmo ela tendo total controle de suas faculdades mentais.

Talvez o único problema do filme, que me incomodou bastante, foi o fato de deixar de lado toda a fragilidade mental que os internos mostravam desde o início da trama, na parte final da obra. Quando eles são mostrados totalmente sem dificuldades ou barreiras, sem sequer introduzir essa mudança em cada um aos poucos, ou mesmo justificar o fato de alguma outra forma.

Belíssima também a presença da atriz VANESSA GERBELLI, que também me agrada muito no vídeo.

Minha Nota: 6.0
IMDB: 6.9

Inversão - (Inversão) - 2010


Vários elementos me agradaram nesse INVERSÃO (2010) do diretor brasileiro EDU FELISTOQUE que conta a história do sequestro de um empresário que acaba, juntamente com seus sequestradores, sofrendo um acidente de avião, caindo no meio da mata fechada.

Curti muito o jogo que o diretor faz com o nome de seu filme, colocando os volantes dos carros e os dizeres das placas de trânsito pelo caminho, do lado invertido. O filme também faz alusão ao episódio que aconteceu em São Paulo em 2006, em que o crime organizado inverteu os papéis e caçou a polícia durante um período, espalhando o terror na capital. O uso do recurso de voice over, é empregado na medida certa, apenas para dar um charme a obra. E outra sacada que é usada, é fechar os acontecimentos do filme ao subir os créditos finais, apesar de poder ser um pouco mais usado.

O diretor já de início, emprega uma câmera inquieta, que acaba nos passando o clima de insegurança em que ele quer mergulhar sua obra, contudo, a insistência na utilização desse recurso em diversos outros momentos do filme, me incomodou muito.

Vale dizer que a beleza de GISELLE ITIÉ é sempre muito bem vinda as telas.

Minha Nota: 5.8
IMDB: 4.8