sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Ditador, O - (The Dictator) - 2012


É o primeiro trabalho do Roteirista e ator inglês SACHA BARON COHEN que vejo. Na verdade, não havia visto até então seu trabalho mais comentado, BORAT - O SEGUNDO MELHOR REPÓRTER DO GLORIOSO PAÍS CAZAQUISTÃO VIAJA À AMERICA (2006) por ter lido sobre as piadas de mal gosto e escatológicas até em algum lugar. E como comédia nunca foi um primeiro gênero de minha preferência, não me preocupei em assistir a obra. Contudo, depois de ver esse O DITADOR (2012), sob direção do americano LARRY CHARLES, parceiro de Sacha em trabalhos anteriores, acho que vou me dar a esse trabalho.

Já disse que não tinha interesse no trabalho desse artista, mas depois de ler a crítica de Pablo Villaça sobre o filme, resolvi conferir por mim mesmo e confesso que me surpreendi positivamente. O humor não é refinado, mas não tem como negar, que mesmo que não funcione no início seu estilo de piadas, a gente acaba se entregando ao riso e acaba realmente rindo de coisas e situações, que são completamente abomináveis e que não conseguimos imaginar a princípio, piadas que possam ser proferidas sobre esses assuntos, mas os realizadores conseguem nos fazer rir com elas.

Na história, um ditador arrisca sua vida para garantir que a democracia nunca chegue ao seu país, enfrentando alguns problemas para reassumir seu posto perdido nos Estados Unidos.

O roteiro não tem nada de novo. Uma história simples e soluções fáceis são vistas o tempo todo na tela. Mas sacadas como a cena de tortura, o parto, o discurso final, enfim, inúmeras cenas, nos brindam com pequenas piadas e até mesmo grandes sacadas que valem a duração do filme.

Minha Nota: 6.4
IMDB: 6.6

Baixio das bestas - (Baixio das bestas) - 2006



Filme do diretor pernambucano CLÁUDIO ASSIS autor do premiado AMARELO MANGA (2002) e que conta a história de um rapaz que se apaixona por uma adolescente, explorada por seu avô, que a leva a um posto de gasolina, para mostrá-la nua para quem lhe pague por isso.

Os trabalhos do diretor, sempre tem como pano de fundo, cenários sofridos do norte brasileiro, mostrando toda a pobreza e falta de recursos de seus habitantes. Nesse BAIXIO DAS BESTAS (2006), o diretor mostra um grupo de jovens que tentam se refugiar de suas vidas miseráveis, através das drogas, violência e sexo.

Como em seu trabalho anterior, Cláudio incomoda com a forma que mostra a violência, como contra a prostituta que é agredida durante uma festa ou mesmo nas cenas em que a jovem  é explorada por seu avô em todos os sentidos. 

O filme não se prende a seu roteiro, não sendo uma obra de amor. Mas tenta mostrar, acredito eu, os efeitos que o meio de vida de seus personagens levam, tem em suas vidas, resultando em diversos momentos, em violência de toda a espécie. Seja a violência demonstrada pelos adolescentes com as prostitutas, seja do avô para com sua neta ou através da amargura que o personagem demonstra o tempo todo pela vida.

Incomoda e serve como mais um documento dessa região do Brasil que ainda parece abandonada por nossos governantes. O filme recebeu prêmios de Melhor filme, atriz, ator coadjuvante e atriz coadjuvante no festival de Brasília e no Grande Prêmio de Cinema Brasileiro.

Minha Nota: 5.4
IMDB: 5.7

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Bernie - (Bernie) - 2011


Filme do diretor americano RICHARD LINKLATER responsável pelo sucesso estrondoso de ANTES DO AMANHECER (1995) e da sequencia ANTES DO PÔR-DO-SOL (2004), filmes pelos quais tenho um carinho especial e que sempre cito, como a cena de amor mais fantástica que já pude presenciar até hoje, uma sequencia do primeiro filme.

Esse BERNIE (2011), que traz o sempre agradável JACK BLACK, que está fantástico na interpretação do agente funerário que dá nome a obra e que ainda conta com SHIRLEY MACLAINE e do também simpático MATTHEW MCCONAUGHEY que estão em grande forma, conta a a história de um agente funerário de uma pequena cidade do Texas, que inicia uma amizade com uma viúva rica, mas tem seu destino alterado de forma inesperada.

A obra é baseada em uma história verídica e tem nas interpretações de seus atores, seu ponto alto. Jack Black mostra todo o seu talento como cantor em diversos momentos do filme. Além disso, os depoimentos colhidos de atores, simulando um documentário, dão todo um charme a mais e servem para mostrar o posicionamento favorável do diretor, a todos os depoimentos dos habitantes da cidade.

Apesar da atmosfera de comédia que o filme nos passa, talvez pela presença de Black e da caricatura de todos os personagens do filme recebem de seus intérpretes, se trata, em uma camada mais elevada, de uma história que propõe a discussão do quanto a justiça pode ser subjetiva. Um assassinato, ato que em si é passível de condenação, muitas vezes pode ter seu peso diminuído pela situação em que o mesmo ocorreu, ou pelos valores que a pessoa que o cometeu sempre apresentou, ou talvez o quanto esteja arrependida.

Minha Nota: 6.2
IMDB: 6.8

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Daydream nation - (Daydream Nation) - 2010


Primeiro trabalho como diretor de MICHAEL GOLDBACH e conta a história de uma menina que se muda para uma cidade pequena e se envolve em um triângulo amoroso entre ela professor do ensino médio e um colega maconheiro.

O filme tem o mérito de trazer a belíssima KAT DENNINGS no papel da protagonista dessa obra que se trata de um drama adolescente que tem uma série de elementos, que no lugar de agregarem valor ao filme, o deixam vago e desconexo.

Nem a presença dos atores JOSH LUCAS e da bela atriz ANDIE MACDOWELL conseguem salvar o filme. Acho que consegui entender a sacada do diretor de inserir um serial killer no intuito de preencher as  cenas de solidão de seus personagens, com um suspense que quase cola apenas.

Outro fator que prejudica o filme, é que ele consegue o mérito de nos fazer envolver com alguns de seus personagens, mas o abandono na tratativa que o diretor os reserva, depois de ter nos feito importar com o destino dessas personagens, é muito ruim para a apreciação da obra. Além disso, o diretor se apoia no recurso de voice over para que a protagonista explique o seu ponto de vista e situe o espectador na trama que irá acompanhar. O recurso é utilizado repetidas vezes, até mesmo em momentos, que eu particularmente acredito, deveriam ser suprimidos para que o espectador tivesse condições de fazes seus próprios julgamentos.

A fotografia sim, é um acerto do começo ao fim, seja nos planos de fundo escolhidos com muito bom gosto, seja nas cenas que a presença da bela protagonista arrebata a tela, mas nada que justifique o tempo destinado a assistir o filme.

Minha Nota: 5.4
IMDB: 6.3

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Paraísos atificiais - (Paraísos artificiais) - 2012


Esse é o primeiro longa metragem de MARCOS PRADO como diretor, ele que tem em seu currículo a produção TROPA DE ELITE (2007) e TROPA DE ELITE 2 - O INIMIGO AGORA É OUTRO (2010) e nos brinda com um filme de qualidade e com cara de produção estrangeira.

O filme nos conta a história de dois jovens que se encontram e desencontram em tempos diferentes de suas vidas. Utilizando um pano de fundo de festas raves, muita música eletrônica e drogas, ele retrata um pouco desse universo a partir das experiências de seus personagens.

Mais do que isso. Esse trabalho discute algumas filosofias e culpas, que normalmente carregamos através de nossas vidas. Não tem como não ficar apaixonado pela belíssima fotografia da obra, que esteja na Holanda, na badaladíssima Amsterdã, ou mesmo no nordeste, não perde nada em beleza. Além disso, a música do filme em determinados momentos, casa com uma sintonia rara de se ver, proporcionando um prazer para o espectador inegável.

A atuação e a beleza da protagonista, a atriz carioca NATHALIA DILL é cativante e todas as cenas com sua presença, são sempre muito agradáveis e bem interpretadas. Mas uma outra moça me chamou a atenção também, a belíssima LÍVIA DE BUENO, de quem já havia ficado fã depois de seu MALU DE BICICLETA (2010).

Mesmo com todas essas qualidades, o filme não consegue se tornar uma obra marcante na minha opinião, talvez por não conseguir o mérito de emocionar e mesmo com um roteiro que intenciona surpreender seu espectador, acaba se revelando esperado e sem maiores surpresas, até mesmo em sua conclusão.

Minha Nota: 6.4
IMDB: 6.6

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Melinda e Melinda - (Melinda and Melinda) - 2004


Mais um trabalho do fantástico WOODY ALLEN que chegou as minhas mãos por intermédio do meu amigo Baiano e que conta uma história que poderia ser super simples e comum, se não fosse uma história vida de Woody Allen.

O filme mostra um grupo de amigos, discutindo sobre que gênero é o melhor, o drama ou a comédia. A partir dessa discussão, um dos integrantes da mesa começa a lhes contar uma história, que vai sendo desenvolvida hora de acordo com o ponto de vista do defensor do gênero drama, hora de acordo com o ponto de vista do defensor do gênero comédia. Uma curiosidade. Woody escreveu o roteiro desse filme em um mês. 

Essa sacada além de resumir o filme, dá a ideia exata de que temos um trabalho no mínimo interessante em nossas mãos. A partir daí, Allen faz com que nos apaixonemos por sua protagonista, a atriz australiana RADHA MITCHELL e nos imprime seu humor peculiar, com seu personagem costumeiro, que nesse filme não é interpretado pelo diretor, mas sim pelo talentoso comediante americano WILL FERRELL.

Apesar de todos os elementos que sempre fazem do cinema de Woody Allen algo de especial, esse filme está longe de ser um de seus melhores trabalhos e dos 11 filmes que assisti até hoje do diretor, MELINDA E MELINDA foi o que ficou com a nota mais baixa.

Minha Nota: 6.0
IMDB: 6.5

domingo, 26 de agosto de 2012

3 Macacos - (Üç maymun) - 2008


Esse é o sexto trabalho do diretor turco NURI BILGE CEYLAN e valeu para o mesmo, o prêmio de diretor em Cannes, além da indicação para vencer a Palma de Ouro. Do diretor, eu já havia visto ERA UMA VEZ NA ANATÓLIA (2011).

O filme conta a história de uma família que sofre o drama de ter que conviver por 9 meses sem a presença de seu patriarca que vai preso a pedido de seu patrão.

Acho que isso é o mais interessante nesse cinema novo, pós globalização, que faz com que títulos das mais diversas localidades do mundo, cheguem até as nossas mãos, como é o caso do cinema feito na Turquia. Isso nos  dá a chance de ver novas ideias, como é o caso do argumento desse filme.

E é em seu argumento e na interpretação sofrida de seus atores, que o filme tem suas qualidades depositadas. Contudo, não consegui ser envolvido pelo clima melancólico do filme, nem pelos dramas culturais e amorosos representados na tela, o que fez com que minha apreciação sobre a obra, não fosse tão satisfatória.

Minha Nota: 5.4
IMDB: 7.2

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Romance - (Romance) - 2008


Esse é o quarto trabalho do diretor pernambucano GUEL ARRAES diretor e roteirista de sucessos como LISBELA E O PRISIONEIRO (2003) e o inesquecível O AUTO DA COMPADECIDA (2000). Sou fã de seus trabalhos e estava muito empolgado para ver esse ROMANCE (2008) já que além da presença de Guel no roteiro, conta com a caneta do também fantástico JORGE FURTADO.


A história é sobre um casal de diretor e atriz, que iniciam uma peça que vai contar a história de Tristão e Isolda na agitada e conturbada cidade de São Paulo até que a atriz da companhia recebe o convite para fazer novelas no Rio de Janeiro.

O filme foi muito prazeroso para mim, pois ver uma série de citações de grandes obras que enaltecem o amor, como romântico inveterado, é fascinante e filmes que fazem isso, já ganham vários pontos comigo. Além disso, é indiscutível a riqueza que a atriz LETÍCIA SABATELA traz para a obra, enquanto que o ator WAGNER MOURA, apesar de uma interpretação meio blasé em diversos momentos do filme, também cumpre bem o papel de apaixonado.

Acredito que a apenas a falta de coesão entre as partes do filme, seja o motivo principal para que esse fosse considerado o melhor trabalho de Guel Arraes. Esse trabalho levou os prêmios de melhor ator, melhor atriz coadjuvante, figurino e maquiagem no Grande Prêmio Brasil de Cinema.

Minha Nota: 6.2
IMDB: 6.8

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Guerra é guerra - (This Means War) - 2012


É sempre bom a gente se descontrair com um trabalho como esse GUERRA É GUERRA (2012) do diretor americano MCG, que sempre está a frente de trabalhos considerados como blockbusters.

Nessa comédia, dois agentes da CIA disputam qual dos dois ficará com uma garota que acabam de conhecer. Como os dois são super espiões, vale usar todos os recursos disponíveis no seu intuito final.

O filme tem a bela e talentosa atriz, para o gênero é claro, REESE WITHERSPOON e o novato e talentosíssimo TOM HARDY, que engrandecem a obra e nos proporcionam um clima descontraído e interessante durante toda a sua exibição.

O descomprometimento comum das comédias românticas está presente e nem atrapalha em nada o desenrolar da trama, contudo, não consegui entender o motivo do diretor deixar o público torcer por um dos espiões e o frustar depois. Mas a diversão é garantida com certeza.

Minha Nota: 5.8
IMDB: 6.3

Delicadeza do amor, A - (La délicatesse) - 2011


Esse é apenas o segundo trabalho do diretor francês DAVID FOENKINOS e o primeiro longa metragem do mesmo e conta a história de uma mulher, recém casada e apaixonada, que perde seu marido inesperadamente. Para ocupar sua cabeça, ela se dedica toda sua vida ao trabalho mas acaba, quase que sem ver, se envolvendo com um colega de trabalho.

Acredito que a intenção do diretor, foi a de mostrar o processo delicado que é, amar uma pessoa. Como não acontece quando a gente quer, da forma que a gente quer, com a pessoa que a gente quer.

Como qualidade gritante, o filme traz a belíssima a interpretação da atriz AUDREY TAUTOU no papel da mulher que perdeu seu grande amor e que acredita que não encontrará outra pessoa que supra essa perda. Outra interpretação brilhante, que dá o tom cômico que é tão agradável no filme, é a do do ator FRANÇOIS DAMIENS que interpreta o colega de trabalho que se vê envolvido por sua chefe caxias e hiperativa.

Talvez a falta de seriedade que é exigida pelo gênero comédia tire um pouco do que poderia ser um trunfo, que é sensibilizar o espectador que se envolva com a história dos colegas de trabalho que constroem aos poucos um caso de amor.

Minha Nota: 5.4
IMDB: 6.3

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Eu Receberia as Piores Notícias dos seus Lindos Lábios - (Eu Receberia as Piores Notícias dos seus Lindos Lábios) - 2011


Filme do diretor paulista BETO BRANT, de quem vi dois trabalhos. O excelente O INVASOR (2002) e o controverso e complicado CRIME DELICADO (2005). Cheguei até esse EU RECEBERIA AS PIORES NOTÍCIAS DE SEUS LINDOS LÁBIOS (2011) graças a uma crítica publicada pelo Pablo Vilaça, que dava 4 estrelas para o filme.

Na história temos um fotógrafo itinerante, que se estabelece em uma pequena cidade no interior do Pará e lá conhece uma bela mulher que serve como modelo para suas fotos. Interessante ter lido uma sinopse do próprio cinema em cena que denomina o fotógrafo como representante do olhar, o pastor da palavra e a mulher o corpo.

Relendo a crítica de Vilaça, não tenho como discordar do crítico no que diz respeito a beleza das interpretações de GUSTAVO MACHADO que representa a paixão do olhar do fotógrafo por sua musa, ZÉ CARLOS MACHADO que representa a fé, a palavra que cria a cura e CAMILA PITANGA que representa o corpo. Corpo esse que foi machucado pelos homens. Homens esses que resgataram e salvaram e novamente destruíram essa heroína.

E realmente a interpretação e entrega da atriz carregam o filme nas costas, mas na minha opinião, não o transformam em uma grande obra. Apesar de desempenhar um papel que considero importantíssimo de denunciar o crime mais hediondo que é cometido atualmente contra a floresta amazônica, o filme não se resolve com clareza em seu roteiro, o que prejudica muito sua apreciação.

O filme ganhou prêmios de melhor atriz, melhor ator, melhor filme e melhor fotografia em festivais que participou.

Minha Nota: 5.6
IMDB: 7.0

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Homem de sorte, Um - (The Lucky One) - 2012


É o segundo trabalho que vi do diretor de Uganda SCOTT HICKS e já de cara confesso que não gostei muito mas mais para frente vou explicar por que.

A história conta sobre um fuzileiro naval viaja para a Louisiana depois de cumprir três turnos no Iraque, a procura de uma mulher desconhecida que através de sua foto, salvou sua vida por mais de uma vez durante a guerra.

As histórias contadas por NICHOLAS SPARKS, escritor de sucesso americano, autor de vários livros de sucesso e do incrível DIÁRIO DE UMA PAIXÃO (2004), tem um caráter novelístico muito forte. Tramas que sempre tem elementos que as tornam praticamente impossíveis para seus leitores, mas que prazeirosamente, vêm os destinos de seus personagens, superar todas as dificuldades impostas pela vida, para que acabem suas histórias juntos, mostrando que o amor sempre vence.

Em Diário de uma paixão, filme que gostei muito, acredito que a interpretação de RYAN GOSLING e a beleza de RACHEL MCADAMS, dão alma ao filme e arrebatam aos seus espectadores. É interessante, que todas as obras adaptadas para o cinema vindas desse escritor, sempre encontram casais belos, quando não talentosos, como seus protagonistas, o que acontece também nesse HOMEM DE SORTE, UM (2012), contudo, somente a interpretação da veterana BLYTHE DANNER, traz algo de crível para a trama, que é muito caricata e prejudica a apreciação da obra. 

Mas mesmo com todos os defeitos que estou colocando aqui, o filme é satisfatório para quem gosta de um filme romântico com as pequenas etapas de conquista que o amor exige que passemos.

Minha Nota: 5.0
IMDB: 6.1

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Deus só Atende aos Domingos - (Des nouvelles du bon Dieu) - 1996


Também foi através do blog Filmes com legenda que cheguei até a esse DEUS SÓ ATENDE AOS DOMINGOS (1996) do diretor francês DIDIER LE PÊCHEUR e confesso que a surpresa foi grata. Esse é o primeiro longa de Didier como diretor e já de cara, ele nos entrega um trabalho no mínimo interessante.

A história conta a busca de um grupo de pessoas, por Deus, ou pelo escritor que redige nossas vidas da forma que bem entende. Isso baseado na obra de um romancista que acaba de cometer suicídio.

Com um roteiro muito intrigante, que lembra bastante o espetacular MAIS ESTRANHO QUE A FICÇÃO (2006), o diretor consegue nos prender a trama de seus lunáticos personagens com toques de um humor muito refinado, que não nos faz rir, mas que proporciona situações que são engraçadas por si só. Mas o mérito todo, está em mesmo se tratando de um filme de comédia, seu assunto pode ser levado a sério e pode fazer sentido no ápice de seus devaneios.

Apesar de ter visto poucos trabalhos dessa atriz, o filme serviu para que eu matasse a saudade de ver novamente na tela da bela atriz portuguesa MARIA DE MEDEIROS.

O filme valeu um prêmio de melhor diretor em um pequeno festival de Nova York.

Minha Nota: 6.2
IMDB: 7.0

Língua das Mariposas, A - (La lengua de las mariposas) - 1999


Cheguei até esse filme do diretor espanhol JOSÉ LUIS CUERDA graças a um blog que frequento e do qual, retiro algumas coisas que me interessam.

Nesse A LÍNGUA DAS MARIPOSAS, uma criança vai aos seus primeiros dias de aula, receosa do que lhe espera e acaba se fascinando ao conhecer um professor maravilhoso que lhe ensina diversas coisas novas e também uma nova forma de ver o mundo.

O mérito principal do filme, é a relação professor aluno, interpretada com maestria tanto pelo professor FERNANDO FERNÁN GÓMEZ, quanto pelo aluno, MANUEL LOZANO. Além disso, temos como plano de fundo, as ideias que rondavam a Espanha antes da sua guerra civil ser declarada.

O que torna a obra frágil é seu roteiro, que não tem uma diretriz rígida no que diz respeito a contar a história de seus personagens, se tornando uma verdadeira passagem pelas experiências vividas pelo seu protagonista, o garoto que está descobrindo o mundo, mas que principalmente peca muito ao terminar de forma abrupta e incoerente com seu desenvolvimento.

O filme ganhou diversos prêmios em festivais pelo mundo de diretor e roteiro adaptado.

Minha Nota: 5.8
IMDB: 7.4

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Margaret - (Margaret) - 2011


Esse é apenas o segundo do diretor e roterista americano KENNETH LONERGAN que fez antes desse MARGARET (2011) o indicado a Óscar CONTE COMIGO (2000) que preciso ver. Cheguei até esse filme, graças a um belíssimo texto escrito pelo Ailton Monteiro, que enaltecia muito a obra.

Na trama, uma jovem garota, testemunha um acidente de ônibus em que a mesma tem uma certa culpa e acaba, ficando presa a resolução judicial desse ocorrido.

Além de belíssimas interpretações, tanto de ANNA PAQUIN quanto do elenco de apoio repleto de estrelas, o filme consegue diversas discussões como valores humanos, maturidade, convivência entre filhos e pais separados, as ilhas ambulantes que nos tornamos com os tempos corridos pelos quais passamos, racismo, terrorismo, certo e errado, enfim, é sensacional a gama de assuntos abordados e que não sofrem nenhuma influência do diretor, que sempre escolhe em seus diálogos, defensores para os dois lados das moedas que são mostrados.

A citação que leva o nome do filme e que é lida pelo personagem de MATTHEW BRODERICK, fala de envelhecer e de como os sentimentos com o passar do tempo, são tratados diferente dentro de nossos corações e mentes.

Minha Nota: 7.0
IMDB: 6.6

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Shortbus - (Shortbus) - 2006


Este é o segundo trabalho como diretor do americano JOHN CAMERON MITCHELL e mesmo com uma carreira curta com 3 longas e 2 curtas, o diretor já foi bastante premiado em pequenos festivais com seus trabalhos.


O filme conta a história de um casal gay que quer iniciar uma experiência de abrir o seu relacionamento para que conheçam novas pessoas. Uma terapeuta sexual que não consegue ter orgasmos e uma dominatrix que não aguenta mais o seu trabalho.

Todos esses personagens se encontram em um clube subterrâneo, que tem o sexo livre como principal atrativo, além de oferecer espaços para Um grupo de nova-iorquinos apanhados em seu ambiente romântico-sexual convergem em um salão subterrâneo famoso por sua mistura de música, arte, política e carnalidade.

Para rodar a cena da orgia, tanto o diretor quanto os cinegrafistas, ficaram nus, para deixar os atores mais a vontade.

Minha Nota: 6.0
IMDB: 6.5

Estudante, O - (The first grader) - 2010


O diretor inglês JUSTIN CHADWICK fez diversos trabalhos para a TV e esse O ESTUDANTE (2010) é apenas o segundo longa metragem feito pelo diretor para o cinema.

A verdadeira história de um queniano, ex combatente da liberdade que aos 84 anos,  tem que lutar pelo seu direito de ir à escola pela primeira vez para obter a educação que ele nunca poderia pagar.

O filme consegue emocionar, apesar de não ter acontecido comigo, acredito que pela forma que vi o filme, de maneira fragmentada, mas é uma história emocionante e muito bonita. Que além de retratar a luta de um homem já idoso pelo direito de estudar, aborda temas como o preconceito, valorizar o passado de uma nação e a luta pelos seus ideais.

Com um andamento correto e uma fotografia que consegue retratar a pobreza que assola algumas regiões africanas, o filme mostra várias qualidades, inclusive nas interpretações de OLIVER LITONDO e da bela EMILY NJOKI que fazem os papeis do ex combatente que deseja educação e da obstinada professora que abraça o desejo do velho homem. 

Um aspecto que chegou a me incomodar no filme, é a falta de clareza, a obscuridade sob a qual são mantidos, os fatos que antecederam a independência do pais, apensar de entender que o diretor quis mostrar apenas o sofrimento pelo qual o ser protagonista passou até aquele momento da sua vida, mas não tem como não exaltar o valor da bela história contada. O filme arrecadou um prêmio da opinião pública em um festival menor.

Minha Nota: 6.0
IMDB: 7.1

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Elas - (Elles) - 2011


Trabalho da diretora polonesa MALGORZATA SZUMOWSKA que foi escolhida para dirigir esse ELAS (2011) depois que as produtoras do filme viram seu filme anterior. Eu particularmente, não conhecia nenhum trabalho da diretora até então.

O filme conta a história de alguns dias na vida de uma jornalista, interpretada pela bela e talentosíssima atriz francesa JULIETTE BINOCHE, que mergulha nas histórias de duas prostitutas para escrever uma matéria para a revista onde trabalha em meio a uma vida conturbada cuidado de seus dois filhos e um marido aparentemente nada presente.

A obra se revela um filme de atores, mas apenas com a luz da magnífica Juliette iluminando a cena. Sua interpretação é fabulosa e carrega o filme nas costas. Fica a impressão de que ela consegue passar para as moças que interpretam as jovens entrevistadas, seus dotes de atriz, pois as cenas em que as atrizes aparecem juntas, são a grande força do filme, que nesse texto fica parecendo ter realmente uma força muito grande, mas infelizmente, todo esse talento não consegue transformar a obra em um filme grande, quiçá apenas interessante.

Uma curiosidade, foi uma mentira contada pela atriz polonesa JOANNA KULIG, que interpreta uma das meninas, que disse a diretora que sabia falar francês e por achar essa atitude corajosa a chamou para fazer o papel.

Minha Nota: 5.6
IMDB: 5.8

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Memórias - (Stardust Memories) - 1980


Sou obrigado a confessar que depois de ter visto vários filmes ao longo da minha vida, não tantos quanto eu gostaria de ter visto é claro, mas muitos a ponto de me tornar apaixonado por essa arte que serve a diversos propósitos, de entreter a sensibilizar, sou surpreendido por sentimentos que não consigo explicar ao certo. Lembro que algo parecido aconteceu quando vi MENINA DE OURO (2004) em que no lugar de me emocionar ou levar as lágrimas, como eu já esperava, me deixou engasgado. Liberalmente engasgado. 

Dessa vez, vendo esse MEMÓRIAS (1980), diretor mais do que renomado WOODY ALLEN, senti uma sensação de iluminação em seu final, que confesso nunca havia ocorrido em nenhum outro momento.

No filme, temos a história de um diretor muito conhecido, como sempre interpretado pelo próprio Allen, que ao assistir uma retrospectiva de sua obra, relembra dos acontecimentos de sua vida, seus amores e fontes de inspiração de seus filmes.

É incrível como ele faz uma crítica ao seu trabalho, as suas neuroses, ao seu comportamento na sociedade, mencionando o seu narcisismo, aos fãs que o atormentam constantemente, enfim, ele deixa claro vários pontos que realmente fazem todo o sentido para suas obras, mas que no lugar de serem problemas em seus filmes, são o que fazem de WOODY ALLEN um verdadeiro gênio, apesar do diretor negar veemente que o filme não é auto biográfico e sim, totalmente fictício. Não tem como não reverenciar um craque como esse. Allen também confessou que MEMÓRIAS (1980) juntamente com A ROSA PÚRPURA DO CAIRO (1985) são seus trabalhos favoritos.

Minha Nota: 6.4
IMDB: 7.3

Morte pede carona, A - (The Hitcher) - 2007


Decidi no meu final de noite de quarta feira, assistir a esse terror que já havia passado em outras oportunidades, A MORTE PEDE CARONA (2007) do diretor DEVE MEYERS que tem nesse o seu segundo trabalho para o cinema, mas já tendo em seu currículo uma série de shows, vídeo clipes e filmes para tv.

A obra é uma refilmagem de A MORTE PEDE CARONA (1986) que foi um filme que eu vi na época e que fez um certo reboliço, pois naquele momento, com a mídia que tínhamos, ninguém imaginava que coisas tão abomináveis pudessem acontecer a pessoas que dessem carona a um estranho. Hoje em dia, não se espera algo muito diferente do mostrado na obra.

O roteiro é o mesmo de seu antecessor, que teve na interpretação do ator RUTGER HAUER seu ponto forte, ele que vinha de um trabalho que o projetou para o estrelato, O FEITIÇO DE ÁQUILA (1985), além de outros. Inclusive usaram até mesmo cenas que tornaram o filme forte, como a do carona no carro de uma família, sentado atrás de um bicho de pelúcia, do lado do filho do casal.

Nessa nova versão, o resultado é até satisfatório para os apreciadores do gênero. O filme chega a criar uma certa atmosfera de tensão e também consegue pregar pequenos sustos. Vale dizer que a presença da jovem e belíssima atriz SOPHIA BUSH é um colírio para os olhos, além de ter algumas canções bem legais de fundo.

Acredito que o filme só não deixa uma melhor impressão, por que quem viu o original, não se surpreende com a nova versão, o que perde grande parte do divertimento.

Minha Nota: 5.6
IMDB: 5.5

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A culpa é sua - (Por tu culpa) - 2010


Terceiro longa da diretora argentina ANAHÍ BERNERI e que conta uma noite na vida de uma mãe que está tomando conta de seus dois filhos e que tenta trabalhar enquanto as crianças agitadas brincam.

O filme é um drama lento, que tenta nos colocar dentro das dificuldades que a mãe passa com suas crianças agitadas e hiperativas, ligações de seu marido que está em viagem a trabalho e de sua mãe que é distante e muito ocupada. Depois que um dos meninos se machuca, a mãe resolve levá-lo ao hospital, onde o pediatra acredita que as crianças estejam sofrendo violência doméstica.

A diretora consegue em determinados momentos, colocar o espectador envolvido em desvendar o que realmente acontece por trás desse drama familiar, já que não são passadas muitas informações para o público, anteriores aos acontecimentos daquela noite e o tom que é escolhido para iniciar a trama, chega a deixar qualquer um confuso, quando é mostrada uma brincadeira entre a mãe e os filhos, de uma maneira que chega a nos despertar um certo suspense por sua solução, contudo, esse tom se perde no decorrer do filme, que parece arrastado em sua solução e sem muitos acertos.

Não acontece o desenvolvimento de nenhum dos personagens, o que incomoda, e ficamos a mercê de acompanhar a história sem que nenhum novo fato mude esse tom monótono e contemplativo que é adotado pela diretora. 

Uma frase que li sobre o filme e que poderia até acrescentar valor a obra é: "somos nós que os outros vêem, ou somos nós que nos permitimos ser vistos pelos outros? A opinião dos outros é que delimita a nossa própria identidade". Contudo, essa reflexão, me parece um pouco forçada e não é abordada no filme de forma adequada na minha opinião.

Minha Nota: 5.0
IMDB: 7.0

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Desisto - (Hemel) - 2012


Esse é o segundo trabalho da diretora alemã SACHA POLAK que teve seu primeiro longa lançado diretamente para a TV e antes disso, fez 3 curtas e passa por um curto período na vida de uma adolescente que parece viver um drama na busca por diferenciar o sexo e o amor. Sem ter conhecido sua mãe e convivendo esporadicamente com um pai que troca de relacionamentos com uma frequência grande, ela mostra uma revolta muito grande, sempre com aparições ácidas e constrangedoras, que tenta gritar o quanto está revoltada, mas sem sequer entender ao certo por qual motivo.

O filme tem um andamento lento, que tenta nos envolver no drama dessa moça, HANNAH HOEKSTRA que parece muito fisicamente com a atriz EMMA WATSON e é na interpretação dessa jovem atriz que o filme consegue ganhar uma certa força, já que tanto o roteiro, quanto os diversos cortes inseridos no filme, temos a sensação de estarmos perdidos, o que obviamente era o objetivo de sua diretora, mas que acaba revertendo o trunfo, em seu principal ponto fraco na minha opinião. 

Apesar de algumas cenas fortes, no que diz respeito aos envolvimentos sexuais pelos quais sua protagonista passa, nada de muito expressivo é mostrado na tela, mas essa temática de sofrimento e desse tema tão atual, que é a dificuldade que muitas pessoas vem pregando quanto a dura realidade pela qual passamos, de afastamento humanitário e cada dia mais preocupação pelo ter no lugar do ser, valeu ao filme um prêmio dado pelo voto popular para a diretora SACHA POLAK em um festival alemão.

Minha Nota: 5.4
IMDB: 5.4