sábado, 29 de dezembro de 2012

A última noite - (25th hours) - 2002


Esse é apenas o segundo trabalho do aclamado diretor americano da nova geração SPIKE LEE que vejo e confesso que depois de terminar, fiquei com vontade de ver outros trabalhos desse diretor.

Nesse A ÚLTIMA NOITE (2002) um traficante é condenado a 7 anos de prisão, depois de ser flagrado com uma quantidade de drogas e dinheiro e seu apartamento e se recusar a entregar o seu fornecedor, agora, ele tem 24 horas antes de ir para a prisão e que vão funcionar como uma espécie de reavaliação de sua vida.

O filme conta com a presença do sempre fantástico EDWARD NORTON e um membro ilustre em seu elenco de apoio, PHILIP SEYMOUR HOFFMAN. Além disso, as belíssimas, cada uma a seu estilo, ROSARIO DAWSON e ANNA PAQUIN.

A direção de Lee é segura e tem diversos tons autorais, além de diálogos que transcendem os dramas vividos pelos seus personagens e que se propõe discutir diversos problemas sociais e culturais, o diretor opta por um filme não sequencial, se utilizando do recurso de ir e vir em seu roteiro, para esclarecer todos os fatos que envolvem a trama, fatores que engrandecem enormemente o resultado. 

O filme ganhou 4 prêmios e teve mais 7 indicações em 9 festivais pelo mundo nas categorias de Melhor Diretor, Filme, Roteiro e Melhor Ator. Apesar de seu roteiro simples e direto, Spike aproveita todas as possíveis discussões que possam surgir a respeito do tema, para nos apresentar uma obra acertada e sensível.

Minha Nota: 7.4
IMDB: 7.8

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Relação explosiva - (Hit and Run) - 2012


Segundo trabalho em longa metragem feito pelo diretor americano DAVID PALMER em parceria com DAX SHEPARD que também é o autor do roteiro e interpreta o ex-piloto de fuga, que se tornou uma testemunha protegida pelo estado, e que compromete sua nova identidade, a fim de ajudar sua namorada chegar a Los Angeles, até que os federais e sua antiga gangue de assaltos a banco, começam a persegui-los na estrada.

O filme tem belos carros, belas cenas de perseguição e traz em seu elenco a belíssima KRISTEN BELL que só agora não consegui lembrar que eu já conhecida da série HEROES que parei de assistir em sua terceira temporada, ela tem um charme todo seu e seu personagem colabora para que ela consiga brilhar no papel de uma professora pós graduada em uma área em que mais ninguém o é. Outra presença ilustre é a de um dos novos queridinhos da América, o ator BRADLEY COOPER e ainda temos um brinde muito bem vindo que é a pontinha feita pelo excelente ator e comediante  JASON BATEMAN.

A trilha sonora é divertida quando aparece e alguns diálogos são interessantíssimos e me lembraram muito QUENTIN TARANTINO e para terminar, utiliza muito bem um recurso que eu gosto muito, que são as cenas durante os créditos finais, nos dando um pouco mais do gostinho do filme.

Na verdade, uma grata surpresa, visto que eu não tinha nenhuma indicação antes de assistir ao filme.

Minha Nota: 6.4
IMDB: 5.9

O Último Matador - (Last Man Standing) - 1996



Filme do diretor americano WALTER HILL responsável por um filme pelo qual eu tenho um carinho enorme, A ENCRUZILHADA (1986) e que tem seu roteiro escritor por nada mais nada menos que AKIRA KUROSAWA.

Precisando de dinheiro para atravessar a fronteira com o México, um assassino profissional para em uma cidade no meio do nada e acaba se envolvendo em uma guerra entre a máfia irlandesa e italiana na época da Lei Seca.

No papel do assassino protagonista da trama, nada mais nada menos que BRUCE WILLIS que já tinha conquistado sua fama depois do sucesso da franquia iniciada em DURO DE MATAR (1988) o que faz com que o filme não cause estranhamento pelo número de mortes e tiroteios que são exibidos na tela, além é claro, de uma dose de sofrimento para seu protagonista que sempre supera todos os intempéries para dar a volta por cima.

Em meio a um cenário que poderia ser muito bem empregado em qualquer filme clássico de faroeste, vemos uma séria de personagens que a princípio parecem deslocados daquele cenário, pois no lugar dos cowboys de costume, vemos homens bem vestidos em ternos tanto do lado dos irlandeses quanto do lado dos italianos, que são os gângsters que lutam pelo tráfico de bebida local.

O fato de dois grupos dividirem uma cidade completamente abandonada é o mais intrigante da trama. Qual a glória e qual o proveito essas pessoas podem tirar do dinheiro que ganham.

As constantes mudanças de lado que o personagem de Willis faz durante a trama, são outro ponto falho na minha opinião, tornando os seus inimigos, muito burros e inocentes, o que faz com que a obra perca quanto a figura de um desafio para seu protagonista.

Minha Nota: 5.4
IMDB: 6.2

A arte da Conquista - (The art of getting) - 2011



Esse é o primeiro trabalho na direção de longas metragens do diretor GAVIN WIESEN e conta a história de um adolescente solitário e fatalista, vivido pelo garoto FREDDIE HIGHMORE que está prestes a completar o seu último ano de escola sem nunca ter se concentrado ou completado seus trabalhos dentro e fora da escola e que faz amizade com uma garota popular, vivida pela belíssima sobrinha de JÚLIA ROBERTS a garota EMMA ROBERTS, que traz em seu gem o carisma da tia pelo menos, que é complicada, e que vai estreitar seus laços de afinidade com esse jovem também problemático.

O filme pode ser taxado facilmente como um romance adolescente, mas seu diretor, usa inteligentemente seu material humano, afinal de contas, o casal de protagonistas do filme tem um carisma que salta a tela e ainda, nos presenteia com sua direção suave, de fotografia belíssima, que cresce de maneira fabulosa, juntamente com o final da projeção, como se o seu objetivo fosse encher algo que estava vazio, como acontece com a vida do personagem principal.

Interessante como essa onda de fatalismo é vista em diversas camadas da sociedade, onde pessoas valorizam o fato de que a vida é uma ilusão, não temos por que nos preocuparmos com coisas menores, visto que todos nós estamos fadados a morrer de uma forma ou de outra. Acho que isso pode estar sendo mostrado com mais força hoje em dia, por termos uma desvalorização das religiões, que não precisam de muita ajuda, para se tornarem cada vez mais, um retrato da corrupção e charlatanice de seus comandantes.

O filme foi indicado ao prêmio de direção no festival de Sundance. Além dos protagonistas, gostei muito de ver novamente a atriz, paixão da minha adolescência e acho que também de outros marmanjos da minha idade, ALÍCIA SILVERSTONE e de outro encanto que é a americana ELIZABETH REASER de JOVENS ADULTOS (2011).

Minha Nota: 6.6
IMDB: 6.4

Valente - (Brave) - 2012


Eu tinha feito uma promessa para mim mesmo que não iria catalogar as animações que eu visse esse ano e como eu estava com o objetivo de ver 366 filmes até que o ano acabasse, deixei de lado as animações e o que era uma promessa acabou sendo esquecido e deixado de lado, tanto que não tive o interesse de ver nada nessa vertente, contudo, tenho um filho de 13 anos que até me acompanha nas raras seções de cinema que fazemos em casa, mas que vivia me cobrando de ver vários dos lançamentos em animações com ele e como eu já atingi meu objetivo, chamei o Túlio para ver minha primeira animação do ano.

Primeiro longa metragem dirigido por MARK ANDREWS que já teve participação na equipe de artes de outras animações, por exemplo o fabuloso GIGANTE DE FERRO (1999) e com esse valente, nos traz a história de uma princesa, que determinada a fazer o seu próprio caminho, desafia os costumes de seu reino, mas acaba causando uma confusão tamanha, que lhe obrigará a utilizar sua confiança, coragem e sua habilidade com arco e flecha para desfazer uma maldição inesperada.

O roteiro é cheio de fatos esperados, o que na minha opinião prejudicou um pouco a apreciação do filme. Mas cumpre o papel de divertir e entreter, principalmente ao público ao qual ele é destinado.

Os efeitos gráficos e os coloridos são sensacionais. Outro observação que vi em um blog e que cabe muito bem para o filme, é um dos primeiros trabalhos da produtora Pixar que lida com temas épícos, mas o tema não atrapalhou a equipe criativa de nos brindar com um festival de cores vivas e belíssimas, além de determinados momentos de fotografia muito bem cuidada e o que é o melhor, sem perder o humor, que é chave para obras com caráter infantil.

Minha Nota: 6.0
IMDB: 7.3

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Sem vergonha - (Bez wstydu) - 2012



Primeiro longa metragem do diretor polonês FILIP MARCZEWSKI e que lhe rendeu uma indicação na categoria de diretor revelação do festival de Chicago de cinema.

O filme nos conta a história de um rapaz de 18 anos, que chega a casa de sua meia-irmã mais velha, para passar férias, contudo, o que ele sente pela irmã, ultrapassa os sentimentos que normalmente são aceitos pela sociedade. 

Uma história interessantíssima a que nos é mostrada nessa obra pois além de trazer um trio de atores carismáticos composto pelo rapaz vivido pelo ator polonês MATEUSZ KOSCIUKIEWICZ, sua irmã, interpretada pela bela, sensual e também polonesa AGNIESZKA GROCHOWSKA e pela cigana ANNA PRÓCHNIAK que fazem com que qualquer cena em que um deles apareça nos desperte interesse por seus dramas particulares e conflitos internos sempre presentes.

O charme e o brilho da trama, aparece principalmente com a presença da cigana, que afirma para o rapaz que será sua esposa. O que é encantador. E a partir daí, ficamos na torcida para que ele resista a tentação de se envolver com sua irmã, que mesmo sendo meia irmã, e por mais que tenhamos nossas cabeças abertas e desvinculadas de vários tabus que eram tão presentes nos nossos antepassados, mas que por mais modernos que sejamos, ainda vão estar fortemente ligados a nós.

Para que se apaixone pela bela ciganinha, que não quer seguir os costumes de seu povo com casamentos arranjados, danças, roupas e tudo mais e quer se tornar uma médica de sucesso.

Acredito o mundo cigano e essa cultura facista, pelo para mim, como habitante do mundo ocidental, sejam uma cultura desconhecida e talvez por isso, esse filme seja tão atrativo.

Minha Nota: 6.6
IMDB: 5.4

Um Olhar do Paraíso - (The Lovely Bones) - 2009



Filme do diretor neo zelandês PETER JACKSON que ficou mundialmente conhecido por sua trilogia baseada na obra de Tolkien e que está lançando esse final de ano seu trabalho mais recente, O HOBBIT: UMA JORNADA INESPERADA.

No filme, uma garota de 14 anos está voltando para casa quando é abordada por seu vizinho que a convence a entrar em um abrigo que ele construiu e lá ela é assassinada. Seus pais tem dificuldades em lidar com a dor da perda, seu assassino, tem que apagar seus rastros e planeja novas investidas e enquanto isso, a garota observa tudo a sua volta, até que esteja preparada para seguir o seu caminho.

Das características que depois se tornaram marca registrada de Jackson, podemos presenciar paisagens fantásticas que se alternam o tempo todo, no lugar que podemos chamar de purgatório, em que a garota fica vagando enquanto no se livra dos sentimentos do ódio que nutre pelo seu assassino, de vontade de fazer uma série de coisas que não fez ainda em vida, enfim, de tudo que ainda a mantém ligada a sua vida terrena.

O filme conta com a então desconhecida e bela atriz SAOIRSE RONAN, adolescente que interpreta a protagonista da obra, com a presença de um ator que não gosto e que novamente não me convenceu no papel de pai principalmente, MARK WAHLBERG e ainda com a carismática, sensual, além de muito talentosa, RACHEL WEISZ. Para completar, ainda temos de brinde a brilhante SUSAN SARANDON que está fantástica com a avó da família, moderna, alcoólatra, mas em um personagem que tem a função de trazer a carga cômica e de descontração tão necessárias a trama e sem falar da bela atuação de STANLEY TUCCI no papel do vizinho assassino.

Sempre acho discutível essas obras que abordam uma visão espiritualista, seja de seus diretores ou mesmo dos que a escreveram. Não consigo engolir com facilidade, o fato das garotas estarem prontas para partir, todas juntas por exemplo, mas de qualquer forma, o diretor tenta nos conquistar ao trazer um filme multi facetado, com elementos de suspense, um crime que pode ser desvendado a qualquer momento e um assassino que tem que ser detido, sem contar no drama familiar que se instala nessas pessoas, que tem muita dificuldade em aceitar uma morte tão prematura.

Os cenários de Jackson podem marcar alguns espectadores, mas no final das contas, a obra me pareceu um tanto quanto irregular. A obra teve várias indicações, dentre elas Melhor Ator Coadjuvante para STANLEY TUCCI tanto no Óscar quanto no Globo de Ouro.

Minha Nota: 6.2
IMDB: 6.6

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Calígula - (Caligola) - 1979



Dentre os filmes que me comprometi a visitar da filmografia diretor italiano TINTO BRASS estava esse CALÍGULA (1979) que traz detalhes e o ponto de vista particular de seus diretores, sobre a história chocante do mais inegavelmente polêmico e cruel César de Roma, Gaius Germanicus Caligula. Digo de seus diretores, pois Tinto divide a direção desse filme com os italianos BOB GUCCIONE e GIANCARLO LUI.

O filme se inicia com a frase "Que lucro teria um homem ao ganhar o mundo inteiro e perder a sua própria alma?" Marcos 8:36 e a partir daí, temos uma descrição minuciosa de toda a loucura que dominou o imperador Calígula durante o tempo que durou seu governo a frente do império romano, desde a sua obsessão por perder o trono, seu relacionamento com sua irmã e adoração por seu cavalo. 

Na maior parte da projeção, o clima da obra segue pela promiscuidade que permeava a época e o governo de Calígula, o que naturalmente indica ninguém melhor do que o diretor TINTO BRASS para reger essa orquestra de orgias e depravação, contudo, o filme perde no que diz respeito a ser encarado como uma obra confiável, pois o caráter alegórico, que comumente é utilizado pelo diretor, nos faz encarar as cenas mais absurdas e dantescas mostradas, com uma certa aura de leveza, visto que sua exibição acontece de forma fluída a trama, talvez com a normalidade que era pertinente a essas atitudes do imperador.


A megalomania, determinações muitas vezes cruéis e absurdas, são vistas a todo instante mas mesmo nos apresentando algo que já esperado, o filme se resume em uma ode sexual, como a maioria dos trabalhos do diretor, não acrescentando nada além de erotismo para seu público, apesar da maioria dos fatos mostrados, estejam realmente ligados a realidade dos fatos históricos.

Me vejo obrigado a ressaltar a fantástica atuação de MALCOLM MCDOWELL no papel de Calígula e a beleza da atriz inglesa que interpreta dua irmã TERESA ANN SAVOY, velha conhecida de Tinto.

Minha Nota: 4.6
IMDB: 5.0

A escolha perfeita - (Pitch Perfect) - 2012



Super divertido o filme de estréia do diretor americano JASON MOORE que já era acostumado com séries de TV e que agora chega com um musical moderno para as telonas, contando a história de um grupo de canto à capela formado apenas por garotas, que apostam no visual perfeito para tentar conquistar o título de uma competição intercolegial. O grupo passa por uma decepção terrível, mas é chegada a hora da renovação, que vai mudar mudando um pouco a estratégia dessas meninas, para atingir os seus objetivos na nova competição.

O filme talvez não possa ser considerado um musical, visto que as apresentações musicais exibidas, não tem a mesma frequência e utilização, que os musicais tem, mas dão todo o charme para o filme e além disso, traz uma trilha sonora moderna e de uma vivacidade impressionante. Outro destaque, são as belezas de ANNA KENDRICK que mostra que consegue com esse seu ar juvenil, fazer atuações cada vez mais competentes. Ainda temos as belíssimas ALEXIS KNAPP, BRITTANY SNOW e ANNA CAMP além da talentosíssima comediante REBEL WILSON no papel de uma das integrantes do grupo vocal, papel que lhe rendeu duas indicações a Melhor Atriz de comédia e que dá o tom engraçado para o filme, sempre que ela aparece.

E é justamente nesse tema que o filme é muito bem sucedido como uma diversão despretensiosa mas feito com muito cuidado para atingir o sucesso, apesar de não fugir das fórmulas mais clichês do gênero de comédia romântica para encontrar suas soluções, o que também, não atrapalha em nada seu resultado.

Minha Nota: 6.6
IMDB: 7.3

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Mulheres em perigo - (Damsels in Distress) - 2012


Este é o quarto trabalho do diretor WHIT STILLMAN na direção de longas metragem. Confesso que eu não conhecia nenhum outro trabalho desse diretor, que já foi premiado recebendo um Óscar de Roteiro por METROPOLITAN (1990).

Dessa vez, ele nos conta a história de um trio de garotas que usam seu tempo vago, para ajudar novas estudantes na ambientação de sua escola, além de outro serviços considerados por elas como sociais, como auxílio a possíveis suicidas e a garotos imbecis que não conseguem se relacionar com as garotas.

O filme tem uma aura oitentista em suas roupas e também na representação dos filmes de colegiais que já fizeram tanto sucesso nessa década, contudo, a música que funciona como pano de fundo e que a princípio, parecia ser uma tentativa de piada que eu estava achando até interessante, mas depois de ver que ela estava sendo utilizada de forma séria, fiquei impressionado com o mal gosto dessa trilha sonora. 

Como se não bastasse isso, o roteiro é medíocre, desinteressante como seus personagens, que parecem ser fúteis, com uma pequena diferença de que o diretor tenta mostrar um certo drama por baixa dessa atmosfera artificial que eles tem, não consegue mostrar nada de proveitoso realmente.

O filme valeu um prêmio de Melhor Atriz para GRETA GERWIG em um festival na Irlanda.

Minha Nota: 4.0
IMDB: 6.0

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Artes liberais - (Liberal Arts) - 2012


Esse é apenas o segundo longa metragem do diretor americano JOSH RADNOR que além da direção, é responsável também pelo roteiro e pelo personagem principal desse ARTES LIBERAIS (2012) em que conta a história de um ex-aluno de 30 anos, que retorna a sua antiga escola, para prestigiar um professor querido que o convida para a cerimônia em sua homenagem. Nessa viagem, ele acaba se aproximando da filha de um casal de ex-alunos, por que começa a nutrir um sentimento confuso de atração mais forte que a diferença de idade entre eles.

O filme começa com uma interessante frase, "O que aumenta em conhecimento aumenta em dor" Eclesiaste 1:18, que eu já havia a escutado e confesso que quando isso ocorreu, ele me marcou profundamente, pois cheguei a conclusão, de que somente depois que tomamos consciência de algumas coisas, é que podemos ser considerados responsáveis pelas atitudes que temos depois de adquirir esse conhecimento.

A história é agradável, como a maior parte das comédias românticas são agradáveis para mim, o que pode ser uma observação tendenciosa da minha parte, e a presença da irmã Olsen mais talentosa e desde algum tempo a minha predileta ELIZABETH OLSEN, aumentam os pontos para o lado positivo da projeção. Gosto muito também da discussão sobre como é importante para a formação de uma nação, a cultura de seu povo, que atualmente é só baseada em programas de TV que não se interessam em acrescentar nada a vida das pessoas, o que é citado no filme, inclusive mostrando que não só a TV como essas literaturas que surgiram recentemente também cumprem o papel de alienar leitores sem formar cidadãos com senso crítico.

O filme também nos propõe outras discussões importantes como pararmos algum tempo em nossas vidas, para levarmos conversas engrandecedoras que não são apenas sobre negócios mas sim criatividade e senso crítico, sobre saber envelhecer e reconhecer os benefícios e responsabilidades que a vida adulta nos traz, sobre a responsabilidade de temos por sermos mais velhos e sobre nos abrir ao mundo, deixando de lado radicalismos e manias que servem apenas para nos fechar para o que a vida tem a nos oferecer.

Talvez o maior problema do filme, na minha opinião, esteja em não fazer apologia maior aos autores que ele aborda, pois assim, ele estaria cumprindo o papel de disseminar cultura. Talvez a carga romântica que é o que dá força a obra até a sua metade, seja atenuada ou até mesmo completamente dissipada, quando de uma forma muito rápida e sem sutileza, o diretor inverte completamente o direcionamento de seu personagem. Mas de qualquer forma, o resultado para mim foi satisfatório.

Minha Nota: 6.4
IMDB: 6.6

Clube da luta - (Fight Club) - 1999


Filme do diretor DAVID FINCHER que já havia conseguido sucesso de público e bilheteria com o seu fantástico SEVEN - OS SETE CRIMES CAPITAIS (1995), conseguiu se superar e lançou um filme como essa obra prima chamada de CLUBE DA LUTA (1999).


No filme, um trabalhador de escritório com insônia, conhece um fabricante de sabão com quem incia um clube que se espalha pelo submundo da cidade e acaba se transformando em uma organização anti social.

O filme tem um roteiro espetacular que brinca até com aquele espectador mais atento, criando personagens fortes, que são vividos por dois brilhantes atores, BRAD PITT e EDWARD NORTON em atuações memoráveis, e ainda conta com a conpetente HELENA BONHAM CARTER interpreta um personagem que se encaixa perfeitamente em seu estilo de atuação. Uma curiosidade sobre uma das cenas, é que tanto Brad quanto Norton estavam realmente embrigados na cena em que seus personagens são mostrados jogando golfe em uma rua abandonada as altas horas da noite.

Ágil em seu desenvolvimento, com um time perfeito e não se prende em explicar com muita exatidão a sua trama, mesmo por que, o filme é um crítica a diversos temas que sempre vão estar em voga em qualquer sociedade, a comodidade, a busca por um sucesso baseado apenas no poder financeiro, enfim, uma série de assuntos que devem ser instigados, para provocar em seu público, uma discussão pós-projeção, o que só faz aumentar o prazer de seu espectador, presente também a uma violência plástica e com todo um sentido por trás de sua exibição.

O filme ganhou o Óscar de efeitos sonoros além de outros 4 prêmios em festivais pelo mundo e mais 19 indicações.

Minha Nota: 8.6
IMDB: 8.9

As palavras - (The Words) - 2012


Esse é primeiro trabalho do diretor BRIAN KLUGMAN juntamente com LEE STERNTHAL e que traz a história intrigante, que na verdade é contada em uma espiral, de um escritor esta falando sobre o sucesso de seu livro que conta a historia de um escritor também, que por sua vez chegou ao sucesso, após transcrever um livro que ele encontrou por acidente em uma viagem feita a França.

O filme lida com a frustração de um jovem e talentoso escritor, que dedica seu tempo a trabalhar incansavelmente em um trabalho, que é reconhecido como uma obra de arte, mas que não tem mercado, o que vai lhe privar de continuar seu trabalho da forma que ele imaginava.

A presença das belas ZOE SALDANA, que interpreta a esposa do personagem que encontra o livro, vivido por BRADLEY COOPER e de OLÍVIA WILDE, em um papel menor e que faz uma aspirante a escritora que está ouvindo a palestra do escritor que está contando sua história, vivido por DENNIS QUAID, são de encher os olhos.

Talvez o filme queria nos mostrar como erros, que muitas vezes acreditamos serem pequenos e inofensivos, podem trazer consequências sérias ou mesmo, como as palavras passam a ter propriedade após terem sidos combinadas em frases, em histórias, assumindo a identidade daquela pessoa que as escreveu ou mesmo proferiu.

Minha Nota: 6.4
IMDB: 6.8

A fuga - (Deadfall) - 2012


Filme do diretor austríaco STEFAN RUZOWITZKY que já ganhou um Óscar de Melhor Filme estrangeiro com seu trabalho OS FALSÁRIOS (2007) e que agora vem com a história de dois irmãos que depois de um roubo bem sucedido, sofrem um acidente durante a fuga e são obrigados a se separarem para que depois se juntem e concluam a sua fuga.

Já de cara, somos brindados com uma cena de acidente de carro logo no início da projeção, que á um primor, apesar de não ser uma novidade sua execução, mas ela consegue o impacto e a beleza que só o cinema pode nos proporcionar. Além disso, um outro destaque a ser exaltado no filme, é a presença da belíssima OLIVIA WILDE em seu elenco, que segundo li, apareceu em uma cena em que seu personagem é encontrando quase congelando, em meio a uma nevasca de temperatura baixíssima, apenas com o vestidinho que ela está usando no momento da cena do acidente. Ainda temos a presença do ator ERIC BANA que está muito bem por sinal em seu papel.

Talvez o problema da obra, se é que isso é realmente um problema, mas que na minha opinião, incomoda um pouco, é que seu diretor deixa de lado a abordagem inicial sobre a fuga, que ele conduz com segurança e de forma bem sucedida, para na parte final da trama, o tornar um filme de tensão e terror psicológico, que faz com que a credibilidade caia um pouco.

Tudo bem que ele quer nos mostrar que todos os seus personagens tem dramas internos a serem resolvidos e expostos, para exorcizar seus demônios interiores, mas achei esse o momento mais fraco do filme.

Minha Nota: 6.4
IMDB: 6.4

Extraído - (Extracted) - 2012


Primeiro longa metragem do diretor NIR PANIRY que tem uma cara de filme lançado diretamente para a TV, daqueles que parecem ter sido feito com um orçamento baixo, o que a princípio pode depor contra a obra, mas que nesse caso, traz um roteiro ousado e inteligente, que pode surpreender positivamente os espectadores que arriscarem dar uma conferida.

Em sua trama, um cientista inventa um equipamento que lhe permite entrar na memória das pessoas. Seu objetivo inicial é ajudar aquelas que tiveram problemas com alguma área do cérebro, ajudando-os a recuperar recordações que possam estar perdidas, ou mesmo auxiliar em doenças como alzheimer, contudo, ele não consegue encontrar investidores interessados em lhe ajudar, até receber a proposta de utilizar seu invento de uma forma que ele não havia imaginado ainda.

É realmente uma pena que o filme aparentemente, tenha sido feito com baixos recursos de orçamento, pois o resultado final poderia ter sido bem melhor, principalmente incrementando um pouco seu elenco, que não compromete com interpretações ruins, mas que por não trazer estrelas mais talentosas, desperdiça o potencial dos interessantes personagens criados para a película.

Uma grata surpresa a presença da bela atriz JENNY MOLLEN, mas é devido ao seu roteiro inteligente, ousado e inovador, que temos um resultado realmente surpreendente para um filme que pode não inspirar confiança logo no início de sua projeção.

Minha Nota: 5.8
IMDB: 5.8

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Querida, Vou Comprar Cigarros e Já Volto - (Querida voy a comprar cigarrillos y vuelvo) - 2011


Quarto filme do diretor argentino MARIANO COHN, que também assina o roteiro de sua obra, esse QUERIDA, VOU COMPRAR CIGARROS E JÁ VOLTO (2011) conta a história de um homem com os seus 69 anos, que tem a oportunidade de retornar em um ponto de seu passado, para vivenciar novamente as experiências do ponto escolhido. 

Talvez o roteiro por si só, já seja o principal atrativo desse filme, que utiliza de um tom cômico para fazer uma séria de críticas tanto sociais quanto políticas, pois como pano de fundo de sua tram, seu personagem aparece em momentos diferentes da história da Argentina e do mundo.

A utilização do recurso voice over caiu muito bem para essa obra, pois segue o tom cômico proposto e ainda, casa com o personagem do suposto autor do conto, que em determinados momentos até aparece contando sua história de forma espirituosa e carismática.

Podemos ver que todas as tentativas do desastrado protagonista, sejam objetivando conquistar riquezas, fama, mulheres ou mesmo a felicidade são em vão. O diretor aproveita para com um sarcasmo bastante peculiar, falar de coisas que vão acontecer e que para a época parecem absurdas, levando os que ouvem aquilo a tomá-lo como louco.

Um filme divertido, mas muito bem realizado, como a maioria dos filmes argentinos produzidos recentemente.

Minha Nota: 6.4
IMDB: 6.3

Ferrugem e Osso - (Rust and Bonne) - 2012


Continuando minha peregrinação que segue meio a esmo, pois ainda não consegui determinar um esquema a ser seguido, em que eu consiga classificar a ordem dos filmes que tenho para assistir, o que também não interfere no meu objetivo de continuar na ativa e não deixar de ver filmes, assisti a FERRUGEM E OSSO (2012) do diretor francês JACQUES AUDIARD que recebeu duas indicações ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz para a belíssima MARION COTILLARD e que conta a história de um homem desempregado, que juntamente com seu filho de apenas 5 anos, busca abrigo na casa de sua irmã e começa a trabalhar como segurança de uma boate onde, após apartar uma confusão, conhece uma bela treinadora de orcas que ele não sabe, mas vai entrar em sua vida inesperadamente.

O diretor não perde tempo na construção das relações entre seus personagens, elas são simples, diretas, sem preparações. Seu roteiro ágil e trata de jogar seus personagens em situações que vão formando um quebra cabeça repleto de peças solitárias e carentes de se encaixarem umas nas outras.

O roteiro do filme é duro como a vida, na verdade, é até mais duro do que podemos imaginar, o que é brilhante, pois através das dificuldades, dos socos que a vida nos dá, é que realmente acontecem as mudanças que vão determinar como iremos nos tornar pessoas melhores ou piores. E o filme nos mostra isso de uma forma muito peculiar.

E esses contratempos, marcantes e profundos, que aparecem para os dois personagens de Audiard, é que nos envolvem profundamente com sua trama. A câmera hábil do francês, consegue captar em vários momentos a violência e o sofrimento pelos quais os atletas de lutas de rua devem passar, além disso, somos surpreendidos em diversos momentos por tomadas com uma fotografia maravilhosa, como os pés do garoto no início do filme e a tomada do caminhão na parte final dentre outras.

O filme foi indicado ao Globo de Ouro nas categorias Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz para MARION COTILLARD, a Palma de Ouro de Diretor para JACQUES AUDIARD e venceu outros 6 prêmios em festivais pelo mundo.

Minha Nota: 6.8
IMDB: 7.6

Serafine - (Séraphine) - 2008


Esse é apenas o terceiro longa metragem do diretor francês MARTIN PROVOST e conta a história de uma pintora que vivia no pequeno povoado de Senlis no interior da França e que só teve seu trabalho reconhecido após a sua morte. Ela que era pobre, órfã e foi criada em um colégio de freiras e em sua fase adulta, tinha que fazer trabalhos de faxina pela vizinhança para sobreviver.

O filme nos mostra que sua heroínia era uma mulher muito religiosa, simples e trabalhadora, amante da natureza e que secretamente, pintava em pequenos pedaços de madeira, com tintas que ela mesma fabricava a partir de elementos nada comuns, como sangue de animais e cera de velas que davam aos seus quadros, uma textura fora do comum para a época. Seus trabalhos caem por acaso nas mãos de um crítico de artes que está passando um tempo nos campos para escrever uma crítica e fica imediatamente apaixonado pelo que vê. 

A guerra é o primeiro obstáculo para o reconhecimento da pintora, pois o crítico é obrigado a abandonar a França e depois da guerra, perde o contato com a camponesa. Essa é a fase mais produtiva de Séraphine que começa a pintar exaustivamente, sem dormir, pois ainda tem que dividir seu tempo como artista, com seus afazeres que lhe garantem sustento, mas está motivada pelo reconhecimento e pela promessa de ter uma exposição com seus trabalhos.

O diretor nos mostra que a simplicidade da pintora, fez com que ela cometesse algumas loucuras, como gastar mais do que podia, acreditando no sucesso previsto pelo crítico, mas de uma forma potencializada, e para piorar mais ainda as coisas, a quebra da bolsa de Nova York de 1929 afetou a união européia e chegou até a França, fazendo com que ficasse mais difícil realizar a venda de seus quadros.

Isso a levou a loucura, pois ela alegava que pintava a pedido e com a inspiração de seus anjos da guarda, mas eles estavam esperando sua exposição, que não acontecia por problemas no mercado. Depois disso ela é internada em um manicômio, onde passa o resto de seus dias.

Filmes biográficos são sempre bem vindos, pois nos dão a visão de histórias incríveis que aconteceram pelo mundo e nos mostram que tudo é possível. O filme venceu vários prêmios pelo mundo, dentre eles o César de Melhor Direção, Melhor Atriz para YOLANDE MOREAU que deu vida a pintora camponesa e Melhor Filme entre outros, tendo vencido 17 prêmios e mais 5 indicações pelo mundo.

Minha Nota: 5.8
IMDB: 7.3

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Os anjos exterminadores - (Les anges exterminateurs) - 2006



Enquanto faz testes de elenco para uma cena de nudez feminina, um cineasta fica fascinado com o prazer que algumas mulheres sentem em transgredir certos tabus sexuais. Acreditando que encontrou algo inovador, decide fazer um filme que misture ficção e realidade, explorando os mistérios do prazer feminino.

Em seu filme anterior, COISAS SECRETAS (2002), o diretor francês JEAN-CLAUDE BRISSEAU fez experiências com suas candidatas a atriz em que as mesmas tinham que se masturbar para ele filmasse. Duas dessas moças, alegando terem ficado traumatizadas pela experiência, pois se sentiram usadas como atrizes de um filme pornô, fato que é até citado rapidamente em OS ANJOS EXTERMINADORES (2006), processaram o diretor que se viu em uma briga judicial, sendo condenado a um ano de prisão pelo fato.

O texto do filme é do próprio Brisseaus, que tem o seu alter ego interpretado por VAN DEN DRIESSCHE. A atriz MAROUSSIA DUBREUIL dá vida a uma de seus personagens que aceitam fazer os testes nada comuns que ele propõem, ela tem uma beleza indiscutível, com um belo rosto e um corpo perfeito. Mas o que mais deve ser destacado nessa obra, são as cenas de sexo e de masturbação que o diretor nos mostra com uma maestria e uma elegância fascinantes. Eu sempre acreditei que ver uma mulher sentindo prazer, é uma das cenas mais bonitas que eu já vi, e o corrobora com essa minha crença.

O diretor coloca elementos sobrenaturais em sua obra, pois seu personagem, é cercado de anjos negros, por sua avó já morta e por uma voz que aparece pontualmente com frases sem sentido, mas que ele não percebe em nenhum momento da projeção. Os anjos interferem diretamente em decisões importantes tomadas pelo diretor durante o filme, e até mesmo, na sua vida. Sempre que aparecem, é utilizado o recurso do som de um relógio ao fundo, como que contando os segundos de nossa vida humana que passam e que irrevogavelmente vão chegar a um final.

A beleza da fotografia do filme, em grande parte, está em suas atrizes e em seus corpos nus. O som é utilizado muito suavemente, em sua maior parte, nas cenas de sexo que são mostradas, trazendo uma carga ainda maior de importância para o fator erótico do filme. Segundo Ailton Monteiro, TRUFFAUT em um de seus filmes, afirma acreditar que ao escrever sobre suas experiências de vida através, consegue se livrar de boa parte de seus traumas, como se estivesse tirando um enorme peso de seus ombros. E parece que assim faz Brisseau em sua obra.

Fiquei curioso para ver outros trabalhos do diretor, principalmente o anterior que originou essa obra tão bela de se ver.

Minha  Nota: 6.2
IMDB: 5.5

Inimigos Públicos - (Public Enemies) - 2009



INIMIGOS PÚBLICOS (2009) o trabalho mais recente do conceituado diretor americano MICHAEL MANN que trás em seu currículo, sucessos como COLATERAL (2004), ALI (2001), O INFORMANTE (1995), FOGO CONTRA FOGO (1992) e O ÚLTIMO DOS MOICANOS (1992).

Aqui ele conta a história da luta dos agentes do FBI contra uma série de gângster responsáveis por uma onda de assaltos e violência que afligia os Estados Unidos nos anos 30, após a quebra da bolsa em 1929.

Nomes como JOHNNY DEPP, CHANNING TATUM e CHRISTIAN BALE abrilhantam a obra que é baseado em uma das muitas histórias que fazem parte da vida de todos os americanos e que apesar de tantas estrelas, o que possivelmente tornaria fácil o reconhecimento de seus personagens, me pareceu confuso para entender como todos eles funcionavam dentro da trama. Além disso, acho que senti falta de uma trilha sonora que mexesse com as minhas emoções nos momentos de mudança de trama que acontecem com frequência, inclusive, li uma matéria sensacional sobre o quanto os efeitos sonoros desse filme, são discutidos por especialistas. Fiquei sabendo que Mann é tão minucioso em suas obras, que já chegou ao ponto de pedir aos técnicos de som de suas obras, para alterar o volume de uma determinada sílaba dita por um de seus personagens, para que a frase tivesse o efeito imaginado por ele diretor.

Talvez por isso eu já tivesse lido em vários lugares, a respeito da função fundamental que o som tem nessa obra.


Em alguns momentos podemo ver que a opinião pública não era totalmente desfavorável aos fora da lei mostrados no filme, pois o filme mostra que o principal interesse desses homens, não é no dinheiro do público, mas sim dos cofres bancários. Parece que os supostos vilões, se tornaram a projeção da vontade do povo contra seus governantes, que causaram a crise que afetou principalmente as classes mais desfavorecidas da população.


A história é muito interessante e acho que poderia ter sido dado mais ênfase para momentos que são folclóricos, como a cena em que o Deep, o gângster mais procurado do país, entra no FBI e passeia pela sala quase vazia sem que ninguém se incomode. 

Minha Nota: 6.4
IMDB: 7.0

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Todas as crianças são especiais - (Taare Zameen Par) - 2007


Dessa vez caiu em minhas mãos um filme indiano que é o primeiro trabalho na direção do também indiano AAMIR KHAN e que conta a história de um garoto de oito anos disperso, preguiçoso e encrenqueiro, que é enviado a um colégio interno como punição e para tentar melhorar o seu aprendizado. É quando encontra um professor com determinação, paciência para descobrir o problema real por trás daquela criança especial.

O filme é encantador em grande parte e confesso que cheguei as lágrimas em vários momentos da projeção que tem uma trilha sonora que vai de momentos fantásticos, em que a música e a letra se mesclam com a cena que está sendo exibida, o que é muito interessante, até momentos em que o exagero em sua utilização, que é uma característica marcante do cinema indiano, acaba sendo exagerado e desnecessário, incomodando muito o seu espectador, mas não tirando o brilho dessa bela trilha sonora.

Na minha opinião a obra só não é perfeita, por que a sua duração torna o filme cansativo. Outro fator que não me agradou muito é que a interpretação da criança que faz o personagem principal da trama, é interessante na primeira parte do filme, mas perde muito de seu brilho na sua parte final. Tudo bem que essa parece ser exatamente a intenção de seu diretor, que nesse momento quer mostrar o importante papel do professor, que inclusive é interpretado por ele mesmo e que mostra a todos, inclusive aos pais, que seu filho é uma criança especial, como todas as crianças do mundo são.

Nesse momento inclusive, o diretor aproveita para mostrar como a sociedade em que vivemos, valoriza apenas a competitividade e a possibilidade de lucro na formação de futuros profissionais de sucesso e não de seres humanos completos, como quer o pai do garoto e ao mesmo tempo, de certa forma poupa a mãe, interpretada pela bela da atriz indiana TISCA CHOPRA, que é o personagem que juntamente com o irmão mais velho, demonstram mais carinho pelo jovem garoto problemático.

Uma frase muito interessante de autoria de Oscar Wilde que é usada pelo professor em um determinado momento do filme é "De que serve uma pessoa que sabe o preço de tudo e não conhece o valor de nada", mostrando que não adianta tirar ótimas notas e aprender tudo que é passado no tempo que a escola exige, se não formarmos um cidadão que traga consigo seus valores mais profundos.

O filme ganhou 13 prêmios e mais 15 indicações em 4 festivais pelo oriente a fora.

Minha Nota: 7.0
IMDB: 8.4

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Amor - (Amour) - 2012


Filme do polêmico diretor alemão MICHAEL HANEKE autor de trabalhos que sempre causaram alvoroço tanto de público quanto da crítica em filmes como CACHÉ (2005) e VIOLÊNCIA GRATUITA (2007).

Nesse AMOUR (2012) o diretor nos conta a história de um casal de idosos de 80 anos de idade, músicos aposentados e que tem aparentemente uma harmonia tocante, começam a passar por dificuldades depois que a mulher sofre de um problema que lhe paralisa o lado direito de seu corpo, se tornando bastante dependente de seu marido, o que vai por a prova essa relação de longos anos de duração.

O filme tem um ar de contemplação por parte de Haneke, que nos mostra um amor que parece não ter limites. O tempo todo nos perguntamos que faríamos em uma situação parecida, ao vermos a pessoa amada a cada dia que passa, se mergulhar em uma agonia sem fim, perdendo mais e mais suas capacidades locomotoras, cognitivas e até mesmo de fala.

O diretor consegue, mostrar as justificativas para todas as atitudes de seus personagens, o que faz com que por mais chocante e incômodas sejam as cenas que nos são apresentadas, elas tem um por quê de terem acontecido e se tornam explicadas, mesmo que não concordemos com isso.

O filme tem um andamento muito lento, mas não haveria de ser diferente, e apesar de tratar de um tema como o amor, possui a sua cota de violência, mas de uma violência diferente da que conseguimos nomear. Uma violência que a própria idade nos inflige, roubando toda a nossa saúde e nos condenando a todo tipo de tortura através de uma sub vida.

Ao mesmo tempo, conseguimos compartilhar o tormento que é infligido aos seus protagonistas que vêm em seu parceiro, a perda não só física, como também, da história que os dois compartilharam durante suas vidas, pois algumas recordações que temos, são compartilhadas com a pessoa que viveu esses momentos juntamente conosco, tornando a obra bem mais complexa e ampla do que uma simples visitação visual poderia nos proporcionar, somente com a reflexão que o filme nos causa, é que podemos realmente refletir sobre essa situação que é imposta para qualquer pessoa, independente de sua classe social ou recursos adquiridos durante a vida frente a morte, algo inevitável e inerente a todos nós.

Essas reflexões, tornam o tamanho da obra bem maior, até mesmo sua trilha sonora e sons, vazios, fazem com que propositalmente tenhamos que refletir sobre nossas vidas e sobre as trajetórias que temos pela frente.

O filme foi o vencedor da Palma de Ouro em Cannes, além de faturar mais uma série de prêmios por festivais do mundo todo.

Minha Nota: 7.6
IMDB: 8.1

No Limite, a História de Ernie Davis - (The express) - 2008


Filme do diretor americano GARY FLEDER, esse NO LIMITE, A HISTÓRIA DE ERNIE DAVIS (2008) conta sobre a curta carreira de um jovem negro que queria se tornar um jogador de futebol americano para conquistar mais do que a fama, mas sim, para mostrar o que a diferença entre raças não tem a menor importância quando se quer muito alguma coisa.

Passado em uma época em que ainda aconteciam vários conflitos ao longo do solo americano com alguns estados relutando em aceitar a igualdade racial, o diretor acompanha a campanha de um time universitário que encontra um novo craque, para substituir seu ídolo que está indo em direção da NFL, que por coincidência é negro.

Apesar de focar em por um longo tempo principalmente, a ação dentro de campo, mostrando as as jogadas incríveis feitas pelo jovem em seus tempos de escola, misturando cenas da relação técnico jogador, que além de um treinador muito competente, tentava de todas as formas, não irritar a sociedade com a presença de jogadores negros de seu time, tentando evitar por exemplo, que eles fizessem os pontos, para não ofencer a torcida local, o que de certa forma, mostrava também o seu preconceito.

Em meio a partidas que absurdamente tentavam desfavorecer os jogadores de cor, vemos uma transformação ser proporcionada por esse jovem quqe consegue fazer com que seu treinador passe a respeitá-lo como um igual. Talvez o foco principal nas partidas, faça com que o filme perca um pouco do seu efeito emocional, mas de qualquer forma, filmes documentais e principalmente, esportivos, me agradam muito. 

O filme venceu o prêmio de Melhor Filme Esportivo e ainda recebeu indicação para seus atores em outros dois festivais.

Minha Nota: 5.8
IMDB: 7.1

domingo, 16 de dezembro de 2012

Perigo por Encomenda - (Premium Rush) - 2012


A direção desse PERIGO POR ENCOMENDA (2012) é de DAVID KOEPP que ficou conhecido primeiramente como roteirista pois é o autor do sucesso MISSÃO IMPOSSÍVEL (1996) e como diretor, fez alguns trabalhos de que ouvi falar mas nada que eu tenha visto antes.

Nesse trabalho, um entregador de bicicleta em Manhattan, recebe um envelope que atrai o interesse de um policial corrupto, que persegue o ciclista por toda a cidade no intuito de receptar a encomenda.

O ritmo da projetção até a sua segunda metade é simplesmente alucinante, ritmo esse que é ditado pela trilha sonora que serve de pano de fundo em praticamente todas as cenas do filme, que em sua grande parte, são compostas pelo trânsito alucinante da cidade sendo cortado principalmente pelo destemido e inconsequente entregador vivido por JOSEPH GORDON-LEVITT. Vale dizer que MICHAEL SHANNON está novamente muito bem e mais uma vez, um personagem desequilibrado, que sempre cai bem para a sua cara meio de maluco e apesar de não ser tão bela, a atriz da República Dominicana DANIA RAMIREZ que aparece na foto acima, me lembrou muito a bela atriz JENNIFER LOPEZ pois está muito sexy com sua blusinha azul colada.

O personagem de Joseph apesar de aparentemente inconsequente, mostra ter princípios, quando resolve abandonar uma encomenda, que ele suspeitar ter algo de errado e principalmente, quando aviso ao seu contratante que ele não transporta coisas ilegais, que vão contra os seus princípios. Os mesmos princípios que não o impendem de por várias vezes derrubar o policial que o persegue por infringir algumas regras de trânsito durante sua entrega.

O filme utiliza o recurso de mostrar o horário em que seus acontecimentos ocorrem e não segue a linha de tempo fazendo algumas voltas temporais para explicar as situações que estão suspensas até aquele determinado momento na projeção. Isso serve como apoio a história o que para alguns serve como muleta no desenvolvimento da trama, mas funciona para fazer um filme redondo e divertido, que me fez, durante a sua primeira parte que quase não nos deixa fôlego me lembrando trabalhos de diretores como JOEL SCHUMACHER.

Minha Nota: 7.2
IMDB: 6.6

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Curvas da Vida - (Trouble with the Curve) - 2012


Primeiro longa metragem do até então assistente de direção de CLINT EASTWOOD, o diretor americano ROBERT LORENZ que já tem o privilégio de ter o próprio Clint como protagonista vivendo o papel de um velho olheiro de beisebol, próximo de se aposentar e que está enfrentando problemas de saúde e com isso, em uma viagem, acaba se aproximando de sua filha.

Na verdade, desde 1993 Clint Eastwood não atuou apenas como ator em um filme e mesmo depois de ter anunciado que após Gran Torino não atuaria mais, aceitou o convite de Robert em consideração aos anos de trabalhos juntos.

Assistir um filme que traz um esporte como o basebol, mesmo como pano de fundo e ainda para melhorar as coisas para mim, trata do relacionamento pai e filha já começa com uma larga chance de me agradar. Na verdade eu já começo a assistir a filmes assim com um nó na garganta, pronto para chorar ao primeiro sinal de emoção que venha da tela.

Na verdade eu já começo com uma empolgação totalmente favorável para a obra e foi o que ocorreu nesse CURVAS DA VIDA (2012). Clint como sempre, faz o papel de um homem velho, introspectivo, carrancudo e que mostra dificuldades de relacionamento. Assim como era em GRAN TORINO (208) e MENINA DE OURO (2004) para não ficar fazendo a lista ficar enorme aqui.

Como personagem que tenta se aproximar e entender esse distanciamento que é imposto pelo personagem do veterano ator, aparece a encantadora AMY ADAMS. Até aí tudo bem. A história já se desenha de uma forma digamos até mesmo previsível, contudo, o encantamento do filme, vem do cuidado em mostrar as semelhanças entre pai e filha. Como nossos filhos são na verdade, um espelho de vários aspectos de nossas personalidades, mesmo que existam problemas na relação, como é o caso dos personagens dessa obra.

O desempenho de Clint e Amy é muito bom. E para completar o time, ainda temos John Goodman no melhor de sua forma. Um dos aspectos de distingue muito a obra de Robert Lorenz da obra de seu mentor, Eastwood, é o fato de não termos um final menos convencional, mas de qualquer forma, o filme consegue emocionar e ainda mostra que a tecnologia não pode substituir o amor e a experiência em determinados campos da vida e que relações, precisam que cada um seda um pouco para que funcionem. 

Minha Nota: 7.0
IMDB: 6.7

Pulp Fiction - Tempo de Violência - (Pulp Fiction) - 1994


PULP FICTION - TEMPO DE VIOLÊNCIA (1994) é apenas o segundo longa metragem do diretor QUENTIN TARANTINO e mostra exatamente por que o jovem se tornou um dos diretores mais conceituados e populares da história do cinema.

O filme passeia entre as vidas de dois homens da máfia, um lutador de boxe, a esposa de um gangster e um par de bandidos que se entrelaçam em quatro contos de violência e redenção.

Ontem a noite, vi que não ia conseguir dormir rapidamente e resolvi assistir um filme para que o sono viesse mais facilmente. Eu já havia visto o filme e tinha em minha memória algumas cenas antológicas mas não tinha claramente na cabeça todo o enredo dessa obra prima.

É muito difícil apontar tudo que é mérito nesse espetáculo que nos é apresentado pelo diretor. Um roteiro que é contato em espiral, pois sua história começa a ser contada da metade da obra, para terminar também nessa mesma metade já é uma sacada absolutamente fantástica. 

Soma-se uma coleção de cenas, que parecem ter sido desenhadas na cabeça do diretor, que sempre nos surpreende com câmeras inovadoras e que fazem todo o sentido. Como a câmera a partir do chão, no momento em que uma criança escuta a história de como o relógio de seu pai chegou a até ele, as diversas cenas em que a câmera acompanha seus personagens de forma fluida, proporcionando sempre algo novo e inesperado.

As músicas servindo ao propósito de pano de fundo para o espetáculo visual que vemos extasiados e uma história, que na verdade, funciona perfeitamente pois o diretor pode colocar aqueles diálogos longos e aparentemente sem propósito que dão o tom de sarcasmo e envolventes. Um filme praticamente perfeito, que se peca em algum ponto, o que na minha opinião não acontece, é o de não ter interpretações fantásticas, mas por que todos os seus personagens e atores, apenas servem a história que por si só, já é brilhante e olha que o time de atores é de respeito, com JOHN TRAVOLTA, SAMUEL L. JACKSON, BRUCE WILLIS e UMA THRUMAN, isso para citgar apenas os grandes nomes, pois Tarantino ainda tem um grupo de atores que parecem acompanhar o diretor em praticamente todas as suas obras, como é o caso de PTER GREENE, STEVE BUSCEMI e CHRISTOPHER WALKEN.

O filme ganhou o Óscar de Roteiro Original e foi indicado ainda nas categorias, Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator para John Travolta, Melhor Coadjuvante para Samuel L. Jackson e Melhor Atriz Coadjuvante para Uma Thruman, além de faturar outros 58 prêmios em outros festivais como a Palma de Ouro em Cannes por exemplo.


Minha Nota: 9.6
IMDB: 9.0

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Miragem - Coma ou seja comido - (Iluzija)


Primeiro longa metragem do diretor macedônico SVETOZAR RISTOVSKI que conta uma história passada durante a difícil fase de transição pela qual a Macedônia, antiga Iugoslávia, passou depois de sua independência. Com o foco em um menino, que vive em uma família pobre e totalmente desestruturada, se vê empurrado para um meio de vida que não é o que ele sempre imaginou para si.

Somos apresentados a uma criança aparentemente criativa e comportada, que estuda em uma escola onde reina a baderna e a revolta por parte de seus alunos completamente indisciplinados, talvez, um reflexo da confusão pela qual deve passar o país naquele momento.

Esse jovem é convidado por seu professor para escrever um poema tendo em vista, os ótimos textos que vem produzindo dentro de sala e recebe a motivação, da possibilidade de ir para Paris, caso o seu poema seja selecionado. O filme se inicia inclusive, com a frase "A esperança é o pior dos males, pois prolonga o tormento do homem." do filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche. 

E a partir da proposta recebida pelo garoto, suas esperanças de poder sair daquele inferno que sua vida parece, se ascendem junto com o desejo de conseguir escrever o tal poema. Contudo, a dureza da vida, a perseguição que o menino sofre na escola, em casa, por sua irmã descontrolada, o convívio com um pai totalmente anarquista e uma mãe que parece ter sido sub julgada por toda essa loucura, fazem com que seus caminhos se alterem e como resultado dessa obra sofrida, o diretor nos mostra que resta apenas ao garoto, matar esse mal que apenas serviu para prolongar o seu tormento, como acreditava o filósofo.

Talvez a maior estranheza que o filme nos cause, é a dos costumes e principalmente, da situação política e social da época e da região habitada pela família do garoto. Senti meu senso de impunidade ser exercitado o tempo todo, mas sem sequer uma ponta de esperança de que ele fosse acalmado. Isso incomoda bastante, mas talvez, esse seja o resultado esperado por seu autor.

Minha Nota: 6.4
IMDB: 7.3

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Um Conto Chinês (Un cuento chino) - 2011


Terceiro longa metragem dirigido por SEBASTIÁN BORENSZTEIN que conta a história de um dono de uma loja de ferragens, interpretado brilhantemente pelo ator argentino RICARDO DARÍN, um homem metódico, solitário, amargo mas muito correto e que se vê diante de um problema que aparentemente não tem solução. Ajudar um imigrante chinês que não fala espanhol e que está a procura de um tio que ninguém sabe o paradeiro.

Segundo Ailton Monteiro, quando nos identificamos com uma obra, ou nos reconhecemos, ou reconhecemos alguém próximo a nós, em um personagem, em uma história, nos sentimos bem mais ligados aquela obra do que normalmente ficaríamos. Assim aconteceu comigo e com o personagem de Darín, tornando mais fácil, entender a dificuldade e a tortura que é para uma pessoa com a personalidade de seu personagem, ter que conviver com um estranho em sua casa. Alterando em algumas vezes seus hábitos e costumes. Se privando da solidão que é tão valiosa para esse tipo de pessoa.

E o encanto do filme, está justamente na observação que o diretor faz desses homens sem vínculo. Na observação das pequenas alegrias que cabem ao comerciante, quando o mesmo encontra uma notícia absurda para fazer parte de sua coleção. Afinal de contas, ele acredita piamente que nada nessa vida faz sentido. Enquanto que seu hóspede indesejado, acredita justamente no contrário. 

E de uma forma encantadora o diretor nos mostra que é verdade. Tudo nessa vida está conectado, por menor sentido que isso possa fazer.

O filme ganhou o prêmio de melhor filme Iberoamericano no festival de Goya, Menção Especial em Havana e venceu o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro.

Minha Nota: 6.8
IMDB: 7.2

Elina - Como se eu não existisse - (Elina - Som om jag inte fanns) - 2002


Filme do diretor finlandês KLAUS HARO que conta a história que se passa em uma área rural da Suécia no  início dos anos 1950 e que conta a história de uma garota, que depois de se recuperar de uma tuberculose, vai começar a estudar na escola local e tem que confrontar as atitudes muitas vezes discutíveis de uma professora autoritária, com a personalidade forte que ela herdou de seu pai.

Uma obra sensível e que tem o encantamento emprestado pela pequena atriz NATALIE MINNEVIK que além de linda, se mostra segura no papel da criança que não suporta as injustiças que vê acontecem com seus colegas de escola, que estão sob a autoridade de uma professora que os trata como um banco de bárbaros que precisam receber educação e aprender o nobre idioma sueco, só por serem pobres e finlandeses.

O diretor pinta muito claramente os tons de bem e mal entre seus personagens, fazendo com que rapidamente nos simpatizemos por uns e nos revoltemos com outros. A violência presente no filme, não é física, mas serve para mostrar que tão grave quanto uma surra, as palavras podem fazer com que nos sintamos ofendidos e feridos.

A sutileza com que as lições de moral são empregadas na obra, talvez incomodem, como me incomodaram, por estarmos em um país de costumes diferentes e por isso, e talvez também pelo nosso sangue latino, que é mais quente, nos pareça pouca e não compense as injustiças feitas. Mas analisando friamente, sob a ótica de um povo que tem seus costumes diferentes, talvez seja forte o suficiente e apenas eu não percebi.

Minha Nota: 5.6
IMDB: 6.9