quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Segurando as pontas - (Pineapple Express) - 2008


Arrisquei assistir a esse SEGURANDO AS PONTAS (2008) que conta com a presença do comediante SETH ROGEN e do ator JAMES FRANCO sob a direção de DAVID GORDON GREEN de quem ainda não havia visto nenhum outro trabalho, mas confesso que não curti.

Na história, um servidor de processo e seu traficante de maconha, acabam fugindo de assassinos e de uma policial corrupta depois dele testemunhar o assassinato de um traficante inimigo.

O filme teoricamente, seria uma comédia, mas em raríssimos momentos eu consegui me sentir confortável com a obra a ponto de me divertir. Uma sequência muito grande de cenas com o uso de maconha e besteiras feitas pelos seus usuários, são mostradas no vídeo. 

Na verdade, a proposta do diretor, é ser fiel ao seu roteiro, mas seus personagens, são carregados de uma imbecilidade que não conseguiu me levar a gargalhada. Temos cenas de ação e até mesmo perseguição durante o filme, mas nada que faça valer a pena a sua apreciação.

Minha Nota: 5.2
IMDB: 7.0

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Querô - (Querô) - 2007


Continuando a minha peregrinação pelos filmes nacionais que eu tinha guardados para assistir, cheguei até esse QUERÔ (2007), filme do diretor CARLOS CORTEZ que conta a história de um adolescente órfão, filho de prostituta morta logo após o seu nascimento, foi criado na rua e teve uma vida voltada para o crime e a violência.

Confesso que fiquei surpreendido, pela qualidade do filme. Através de recursos de câmera e com um corte dinâmico, o diretor consegue nos traduzir, muito do sofrimento que permeia a vida de seu protagonista. Ele consegue nos dar a impressão de todas as dificuldades e problemas sociais pelos quais passamos, com uma instituição para correção de adolescentes contraventores, que não serve para corrigir ninguém e sim, para instaurar na maior parte dos casos, o medo e a violência nesses meninos que geralmente, são apenas um reflexo da vida violenta e sem amor que lhes foi mostrada desde que se entendem por gente.

A interpretação de MAXWELL NASCIMENTO é de encher os olhos. Apesar de já não ter o biotipo que pode ser facilmente estereotipado que normalmente encontramos em obras que tratam de garotos de rua, ele consegue passar verdade em sua interpretação.

Talvez o maior pecado do filme, seja em seu roteiro. Que se limita a acompanhar a sucessão de acontecimentos que servem apenas para reforçar o ódio que foi inserido em seu protagonista, lhe roubando de forma bem rápida, os poucos momentos de esperança, não que eu acredite que o filme tivesse que tornar tudo um mar de rosas, mas em alguns momentos, a escolha do personagem por soluções violentas, não são justificadas a meu ver.

O filme ganhou prêmios de melhor ator, diretor, roteiro e filme nos festivais de Brasília, Ceará e Cuiabá.

Minha Nota: 5.2
IMDB: 6.9

Passagem, De - (De passagem) - 2003


Atualmente tenho visto alguns filmes nacionais, mas por conta de sua duração e por que eles estavam na minha fila de filmes para serem vistos com a minha esposa, mas já que ela está ainda muito envolvida com a finalização de seu curso, resolvi não esperá-la e eliminando esses filmes da minha lista.

Não gosto de reconhecer isso, mas nosso cinema não tem produzido grandes obras nos últimos dez anos, o que faz com que grande parte dos filmes vistos, sejam muito fracos. Acabei assistindo esse DE PASSAGEM (2003) no meio dessa leva de filmes curtos nacionais. Filme do diretor RICARDO ELIAS que conta a história de um militar, que depois de anos, volta a sua casa para reconhecer, juntamente com um amigo de infância, o copo de seu irmão do outro lado da cidade.

O filme conta a história dos três amigos quando crianças e uma experiência que serviu como divisor de águas para as vidas dos jovens e paralelamente, mostra o irmão mais velho, atualmente um estudante do colégio militar e o seu amigo de infância, que tem que atravessar a cidade para reconhecer o corpo de seu irmão mais novo, que acabou indo para a Febem e se envolvendo com o mundo do crime.

Baseado na interpretação de SILVIO GUINDANE e de FABINHO NEPO, que cada um a sua maneira, convivem com os sentimentos e as lembranças dos tempos de criança, dividem suas recordações e memórias sobre seu irmão, um, revoltado pela vida que ele escolheu, enquanto que o outro, tenta defendê-lo dizendo que não foi bem uma escolha.

O filme tem várias falhas na minha opinião. Não consegue passar ao seu espectador as emoções que supostamente deveriam estar presentes em seus protagonistas.

Minha Nota: 4.8
IMDB: 7.0

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Segurança Nacional - (Segurança Nacional) - 2010


Filme do diretor brasileiro ROBERTO CARMIANATI que conta a história do Governo brasileiro contra os cartéis de drogas sul americanos e as medidas tomadas por esses cartéis para reassumir o controle do tráfico.

Já li alguns comentários sobre filmes nacionais que se parecem com as novelas que vemos na tv. Mas nunca vi um exemplar tão fiel a esse comentário quanto esse SEGURANÇA NACIONAL. O filme tem defeitos que representam bem essa característica de novela, a perseguição de carros e os efeitos visuais utilizados nessa cena além dos clichês e músicas utilizadas nos momentos que a narrativa exigia uma mudança de ares, são alguns deles.

A interpretação do ator global THIAGO LACERDA também colaboram para que o espectador se sinta assistindo a uma novela ou alguns daqueles especiais feitos pela Globo esporadicamente. Tudo isso não seria problema se tivéssemos um roteiro interessante, contudo, além do roteiro excessivamente fantasioso, a realização desse roteiro termina de colocar por terra toda qualidade possível que é empregada na obra. 

Enfim, melhor perder o tempo assistindo a um episódio de qualquer novela da emissora do que as duas horas destinadas a essa obra e olha que eu sou até que bastante aberto a ver o cinema nacional sem tantos preconceitos.

Minha Nota: 3.6
IMDB: 4.3

domingo, 28 de outubro de 2012

Quanto Dura o Amor? - (Quanto Dura o Amor?) - 2009


Filme do diretor brasileiro ROBERTO MOREIRA que conta a história de três jovens em busca do amor em meio ao ritmo frenético de São Paulo. Uma atriz que quer fazer sucesso através de sua arte. Uma advogada, que divide o seu apartamento com a jovem atriz e tem um segredo a ser revelado e um escritor, que está apaixonado por uma garota de programa.

Cada um a sua maneira e vivenciando a sua história, descobre talvez quanto tempo dura o amor. É claro que tudo acontece de forma bastante simplificada. Talvez a utilização de três vertentes tenha prejudicado a possibilidade de investir mais em uma história única que avaliasse a proposta que o filme faz em seu título.

De qualquer forma, temos uma bela interpretação, em dado momento do filme, da jovem e bela atriz SÍLVIA LOURENÇO, que acabou lhe rendendo o prêmio de melhor atriz no Festival de Paulínia, mas que não salva o filme como entretenimento.

O filme ganhou prêmio de melhor atriz para a bela SÍLVIA LOURENÇO e para MARIA CLARA SPINELLI no festival de Paulínia.

Minha Nota: 4.8
IMDB: 6.5

Tempos de paz - (Tempos de paz) - 2009


Filme do consagrado diretor da tv brasileira DANIEL FILHO, esse TEMPOS DE PAZ (2009) traz DAN STULBACH e TONY RAMOS nos papéis de um oficial da alfândega que tem o papel de autorizar ou não a entrada de imigrantes poloneses recém-chegados da Europa depois de declarado o fim da II Guerra Mundial e que se depara com incomum fato de encontrar um desses imigrantes falando fluentemente o português e sem nenhum pertence.

O filme deixa no ar todo o clima de terror e mudanças que envolvia o país nessa época. Ao mesmo tempo, a demora para que as informações percorressem todos os departamentos que estavam instaurados e ainda continuam instaurados nas nossa enorme burocracia.

O foco principal recai sobre os dois protagonistas. O duelo entre um homem duro, inabalável, vivido por Tony, que não está disposto a deixar que o recém chegado polonês vivido por Dan, possa ficar no país. Apesar de alguns conflitos inseridos na trama do filme para dar uma carga de suspense, nada tira o foco do diálogo entre seus protagonistas e um problema que se desenha, é que o pouco foco da as histórias ao redor dos protagonistas, perdem seu sentido se mostrando verdadeira bobagem para o final da trama.

O filme ganhou prêmio de melhor roteiro adaptado no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e recebeu indicações também nesse festival para as categorias de Diretor, Ator e Fotografia.

Minha Nota: 6.0
IMDB: 7.0

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Killer Joe - (Killer Joe) - 2011


Chegou até as minhas mãos esse KILLER JOE (2011) do diretor americano WILLIAM FRIEDKIN, que tem em seu currículo o espetacular O EXORCISTA (1973).

Dessa vez com uma obra que foge do terror, o diretor nos conta sobre um rapaz, que tem uma dívida que coloca sua vida em perigo, e que faz com que ele elabore um plano arriscado, para que ele receba um seguro que pode lhe salvar a pele.

O filme conta com a presença de MATTHEW MCCONAUGHEY que já é um grande ator e que aqui, recebe todas as atenções e carrega o filme diagmos assim, ainda tem a presença de uma atriz pela qual eu sou fascinado desde LIGADAS PELO DESEJO (1996) GINA GERSHON e ainda conta com a belíssima JUNO TEMPLE.

O filme tem uma certa atmosfera erótica, apesar de suas personagens femininas não serem simplesmente mulheres belas, pois uma é muito vulgar e a outra, apresenta uma certa loucura, andando inclusive sempre com os cabelos desgrenhados. Mas o diretor nos brinda com seus belos corpos com uma certa frequência, o que para mim já é um mérito.

O roteiro nos reserva algumas surpresas, mas o interessante, é que não são elas que se tornam o mais importante do filme. Ele consegue prender nossa atenção a interpretação e ao clima tenso gerado pelo personagem de Mattew, que intimida a família o tempo todo, através de sua violência e bons modos.

Um final desconcertante aguarda o espectador, que pode ficar sem saber ao certo o que viu do filme, o que pode ser apenas uma cartada do diretor para deixar que seu público pense, mas na minha opinião, não consegue passar de um bom entretenimento com uma ótima interpretação de seu protagonista.

Minha Nota: 6,4
IMDB: 7.2

Ruby Sparks: A Namorada Perfeita - (Ruby Sparks) - 2012


Filme do diretor americano JONATHAN DAYTON em parceria com sua esposa VALERIE FARIS, os mesmos responsáveis pelo estrondoso sucesso de PEQUENA MISS SHNSHINE (2006), esse RUBY SPARKS: A NAMORADA PERFEITA conta a história de um escritor prodígio, que está passando por uma crise criativa e encontra o amor de uma forma bastante incomum: através da criação de uma personagem que representa seu verdadeiro amor e que se materializa em sua vida.

Com o roteiro da atriz ZOE KAZAN que interpreta o papel da namorada criada a partir do sonho do escritor vivido por PAUL DANO, o filme, apesar de seu elemento fantasia, e de ser uma ideia um pouco parecida com outras já contadas no cinema, é sensível e me tocou na medida certa para que eu possa dizer que gostei.

O clima indie, que é uma característica que também foi usada no trabalho anterior do diretor, está presente, mas só fica ressaltado mesmo quando os personagens vão fazer uma viagem para o interior, nas casa dos pais do escritor.

Mas o que me chamou a atenção, foi a delicadeza com que seus realizadores desenvolveram os personagens. O escritor, um nerd que parece ter tido sorte com seu primeiro romance e da sua personagem, combinam de maneira formidável. Além disso, a recusa do autor em ceder a tentação de poder usar a mulher como um objeto, que lhe sirva de todas as maneiras imagináveis que nós homens normalmente idealizamos para nossas companheiras, é que me chamou a atenção.

Apesar de ter todo o controle sobre sua parceira, o jovem prefere parar de escrever suas ações, para apenas curtir sua criação como uma namorada de verdade. É claro que as coisas dão errado e que ele tenta fazer pequenos ajustes para corrigi-las, mas sempre, levando em conta o amor que sente por sua parceira e o medo de perdê-la por qualquer motivo que seja.

Cheguei a me emocionar quando o filme atinge seu clímax e gostei muito da solução dada para a obra. Claro que o fato de ser um apaixonado por comédias românticas, faz com que minhas impressões sejam as melhores possíveis, mas consigo ver também, que se o assunto tivesse sido levado um pouco mais a sério, poderia render uma obra bem maior.

Minha Nota: 6.8
IMDB: 7.3

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Estamos juntos - (Estamos juntos) - 2011


Filme do diretor paulista TONI VENTURI de quem eu não conhecia nenhum trabalho e que conta a história de uma médica residente que vive sua vida aparentemente tranquila, até que uma situação inesperada muda os rumos dela.

Gosto muito da beleza da atriz LEANDRA LEAL que tem aqui um papel difícil, pois sua personagem se vê acometida de uma doença complicada, uma solidão sufocante e acaba se envolvendo com um rapaz, que se torna a causa do rompimento com seu amigo gay mais próximo, vivido pelo ator CAUÃ REYMOND, que faz um homossexual DJ e bastante afetado.

O diretor parece um tanto quanto perdido, nos enchendo de elementos muitas vezes desencontrados de sua trama o que deixa seu espectador com o incômodo de não estar acompanhando sua trama adequadamente, pelo menos foi a sensação que tive durante todo o filme.

A fotografia do filme se não é maravilhosa o tempo todo, nos brinda com uma bela cena de Leandra apenas de calcinha deitada na cama, e a câmera revelando seu corpo lentamente, além de uma tomada aérea de São Paulo, que casa perfeitamente com a fala de um de seus personagens que diz que na cidade, para se ver estrelas, teríamos que olhá-la do alto, pois o céu caiu sobre nossas cabeças.

O filme ganhou prêmios de Melhor filme, Diretor, Atriz, Roteiro e fotografia no festival do audiovisual de Pernambuco, mas infelizmente a mim não agradou.

Minha Nota: 5.4
IMDB: 5.6

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Começo ao fim, Do - (Do começo ao fim) - 2009


O filme do diretor carioca ALUIZIO ABRANCHES responsável pelo, na época, controverso UM CÓPO DE CÓLERA (1999), que segundo algumas reportagens divulgadas pela mídia, tinha cenas de sexo entre ALEXANDRE BORGES e a atriz JÚLIA LEMMERTZ, também na época sua esposa, é também o responsável por esse DO COMEÇO AO FIM (2009) que conta a história de dois meio irmãos que se apaixonam e tem que conviver algumas dores que o decorrer da vida lhes apresenta.

O tema já é controverso por si só, mas a história fica ainda mais apimentada, por serem esses irmãos, ambos homens. Iniciando sua obra com uma citação de  George Bernard Shaw. "Algumas pessoas olham o mundo e pensam: Por que? Eu penso em coisas que nunca existiram e pergunto: Por que não?". O filme apresenta o afeto dos irmãos crescendo, desde o nascimento do caçula.

Mas não é a citação de Shaw que envolve a obra com sua filosofia, mas uma conversa que a mãe deles, personagem de JÚLIA LEMMERTZ que diz que na vida, quase tudo tem dois lados, o lado bom e o outro. E seu filho lhe pergunta. Então por que todo mundo não se concentra apenas no lado bom. Por que é difícil, ela responde. Confesso que repensei durante a projeção em diversos momentos nessa citação não só por conta das situações que diretor nos apresenta, mas por ter me feito pensar na vida mesmo.

Interessante identificar que por mais de uma vez, o diretor brinca com a presença do reflexo em sua projeção. Uma de suas marcas, está nas cenas de sexo, que sempre são belas e muito fortes. Em determinado momento, um dos personagens chega a machucar uma moça com a força de seus beijos. 

Não gostei de notar que o diretor, em alguns momentos, nos entrega o que está prestes a acontecer, nos mostrando alguns símbolos que passam a fazer sentido logo adiante, o que me incomodou um pouco. E o recurso do narrador, desvenda fatos que não conseguiram ficar claros em suas cenas.

O final do filme também não arrisca, desperdiçando a chance de deixar o seu espectador com o pensamento preso na projeção, o que é uma pena.

Minha Nota: 5.0
IMDB: 6.5

Superclássico - (Superclássico) - 2011


Muito simpática essa comédia romântica do diretor dinamarquês OLE CHRISTIAN MADSEN que conta a história de um vendedor e apreciador de vinhos de Copenhague à beira da falência, que tenta impedir que sua esposa se separe dele, fazendo assim, uma viagem para a Argentina tentando salvar seu casamento.

Tanto o roteiro e o recurso de voice over utilizado no filme, dão o clima cômico que está presente em vários momentos do filme. Seu protagonista vivido pelo ator ANDERS W. BERTHLSEN interpreta bem o marido fracassado que na verdade, não sabe ao certo o que quer de sua vida, mas que ainda assim, tenta com todas as suas forças mudar o destino que se desenha a sua frente.

O personagem de PAPRIKA STEEN que vive a esposa que é empresária de um famoso jogador argentino, é mostrada de uma forma perfeita, que justifica todo o esforço e embates em que se envolve o seu protagonista que reluta em assinar o divórcio.

Não posso deixar de lado também, como é belo o corpo da atriz ADRIANA MASCIALINO que apesar de ser uma mulher madura e de não ter um belo rosto, surpreende a todos na cena da banheira. Além da bela fotografia com esse belo país como fundo e utilizando muito das fotografias tiradas pelo filho do casal como pretexto para as belíssimas paisagens mostradas, outro ponto positivo, é o belo o discurso feito pelo marido, em que ele cita que o amor que nutrimos por uma pessoa nunca morre, quer estejamos próximos a essa pessoa ou não. Me fez inclusive lembra de uma música da banda gaúcha Bidê ou Balde de nome Mesmo que mude em que se fala, "é sempre amor mesmo que acabe".

O filme, apesar de se apresenta como uma comédia, nos apresenta um humor requintado, construindo seus pontos cômicos na personagem de Anders e na liguagem, visto que é falado em dinamarquês, inglês, espanhol e até mesmo umas poucas frases em português e também no povo argentino e a sua paixão pelo futebol, mas não chega a fazer com que seu espectador caia na gargalhada e pelo contrário, consegue nos fazer pensar na instituição do casamento e no amor, mas sem se aprofundar nesse tema, se tornando superficial em todos os aspectos, mas não deixando de ser uma boa diversão.

Minha Nota: 6.4
IMDB: 6.5

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Erva do rato, A - (A erva do rato) - 2008


Filme do diretor Carioca JÚLIO BRESSANE em parceria com ROSA DIAS e que conta a estranha história de um homem que propões a uma mulher, que acabou de conhecer em um cemitério a beira-mar, que lhe permita que ele cuide dela e ela aceita a oferta, assim, os dois passam a viver juntos.

Todo o filme é permeado por uma atmosfera de estranheza. Seja por seu início de história totalmente inimaginável e sem nexo, seja nas infindáveis transcrições que o personagem de SELTON MELO dita para ALESSANDRA NEGRINI sobre os mais diversos assuntos ou mesmo pelas seções de fotografia as quais ele a submete.

Esse clima, na minha opinião, serve para incomodar muito o espectador, pelo menos eu me senti assim, incomodado. Tentei ver algum sentido por trás do que via na tela. Talvez o recurso de fotografar a mulher, seja uma forma de aproximação que o protagonista busca, sem se envolver com sua esposa, mas o que não faz sentido em toda a coisa, são os motivos pelos quais ele não quer essa aproximação.


Enfim, o filme acaba se perdendo na beleza das fotos do corpo nu que são exibidas, no sonambolism de Alessandra e na presença e tentativa de capturar o rato que está roendo as fotos de sua amada. Uma frase citada no filme talvez, seja a única recordação que vale a pena levar da obra, que infelizmente não conseguiu me conquistar nem de longe. "Nada dura nesse mundo, nem mesmo os nossos problemas".


Minha Nota: 4.8
IMDB: 6.8

Magic Mike - (Magic Mike) - 2012


Sempre gostei de assistir filmes e já tem um certo tempo que além de assisti-los, venho escrevendo minhas impressões sobre eles e acho que isso acabou me fazendo ficar mais atento a algumas características interessantes que muitas vezes não percebemos. Comecei esse assunto, por que para mim, fica muito claro quando estou vendo um filme de STEVEN SODERBERGH. Sua câmera, em muitas de suas obras, tem as características que vemos na cena que se segue a cena inicial do filme. Um filtro meio que amarelado para a imagem, a câmera parada, como que jogada por acaso em um canto da cena. 

Assim começa esse MAGIC MIKE (2012) que conta a história de um experiente stripper, que começa a ensinar a um jovem que ele acaba de conhecer, a arte de seduzir as mulheres em um palco, no intuito de conseguir a maior quantidade de dinheiro possível delas.

Se Soderbergh já tem o dom de transformar em show, qualquer assunto que ele resolva filmar, como o assalto a um cassino por exemplo, com imagens e sequências de acariciar nossos olhos, o que dizer então, quando um show, é o tema central de sua obra. É claro que o filme vai ser bem mais agradável para o público feminino, pois temos uma série de sequências que mostram o funcionamento de um clube das mulheres com homens seminus dançando sobre um palco.

Em seu elenco, o filme conta com a presença de CHANNING TATUM, ator que não tenho ainda uma opinião formada sobre seu trabalho, mas que nesse filme, demonstra estar bastante a vontade com o seus dotes de dançarino, dando um show a parte e do ótimo MATTHEW MCCONAUGHEY que aqui faz um papel mais exibicionista do que uma brilhante interpretação. Na ala feminina, temos a presença da belíssima a atriz americana CODY HORN.

Na verdade, tudo parece que teria que funcionar como pano de fundo para uma história de amor, mas o filme tem boas cenas entre seus protagonistas, mas pelo menos não me cativou a relação amorosa do casal.

Minha Nota: 6.6
IMDB: 6.3

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Entre os Muros da Escola - (Entre les murs) - 2008


Filme do diretor francês LAURENT CANTET que ajudou também no roteiro desse ENTRE OS MUROS DA ESCOLA (2008) que é baseado no livro de FRANÇOIS BÉGAUDEAU, que aqui trabalha como protagonista, no papel do professor que tem que conviver com uma turma difícil de alunos de um bairro pobre de Paris.

A obra propõe uma discussão mais profunda sobre o ensino. Não especificamente na França, ou em escolas pobres, mas como lidar com a matéria prima humana que nossos professores tem nas mãos. Meninos e meninas com personalidades diversas, criações diferenciadas, que geram seres humanos mais complexos do que os simples papéis que os mesmos representam dentro de sala de aula.

Não sou muito bem informado sobre o ensino francês, nem mesmo a situação social no geral, mas o filme retrata um pouco da diferença racial que atualmente está bastante presente na França e como ainda fica velado, a questão do racismo. Pois os próprios alunos que tem mostra desse comportamento, tem receio em admiti-lo.

Na história, o protagonista passa por diversas situações em que tem que driblar a resistência de seus alunos em aprender ou mesmo a necessidades desses de se manifestarem como opostos a realidade com a qual eles tem que conviver. De qualquer forma, o filme deixa no ar a pergunta, nossos alunos estão realmente sendo auxiliados com as medidas punitivas que nosso sistema de ensino estabeleceu como corretas durante o passar dos anos, ou estamos diante de métodos que não acompanharam a evolução das sociedades e as novas necessidades e situações possíveis que apareceram juntamente com a esse crescimento.

O filme foi o primeiro de origem francesa que ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Além disso, foi indicado ao Óscar de Melhor filme estrangeiro e outras indicações em vários outros festivais.

Minha Nota: 5.6
IMDB: 7.6

domingo, 21 de outubro de 2012

Fúria de Titãs 2 - (Wrath of the Titans) - 2012


Com a direção do americano JONATHAN LIEBESMAN, aconteceu esse novo FÚRIA DE TITÃS 2 (2012), seguindo a obra anterior que contava a história do herói Perseu, que derrotou um monstro mitológico no filme anterior.

Dessa vez, o semi-deus Perseu, vai até as profundezas do inferno, parar resgatar Zeus, seu pai, que foi capturado por Hades e Ares, e tentar evitar que Cronos acabe com todo o planeta.

O filme conta com a presença de estrelas que estiveram em seu antecessor, LIAM NEESON, SAM WORTHINGTON, RALPH FIENNES e para esse segundo filme, ainda temos a aparição da belíssima ROSAMUND PIKE e a ótima participação de BILL NIGHY como o semi-deus Hefesto, responsável pela criação das principais armas dos principais deuses.

A história, parece ser uma adaptação de histórias, que conta com a presença de mitos conhecidos de todos, arranjados em uma nova história. Não existem dúvidas que o filme é uma diversão. Que possui um ritmo relativamente bom, apesar de uma fraca história por trás. A presença de Bill Nighy é de roubar a cena. Responsável por um personagem que a princípio parece ter dupla personalidade e nenhuma sanidade.

Uma série de imagens espetaculares, mas que parecem ter sido tiradas de outros filmes que já vimos, o que acaba cansando um pouco, mas, que não atrapalham tanto assim para sua apreciação.

Minha Nota: 6.2
IMDB: 5.8

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Garrincha - Estrela Solitária - (Garrincha - Estrela Solitária) - 2003


Filme do diretor cearense MILTON ALENCAR que conta a vida do jogador de futebol brasileiro, Garrincha, considerado um dos maiores jogadores de todos os tempos e a maior estrela que o Botafogo já teve, que acaba tendo um destino trágico, graças aos seus problemas no joelho e com a bebida.

Baseado na biografia do atleta, a obra foca a fase de ascendência do craque botafoguense e sua conturbada vida amorosa e de dependência do álcool.

O filme se inicia na homenagem prestada pela escola de samba Mangueira em 1980 para o craque, que estava saindo de uma internação para tentar solucionar seu problema de alcoolismo, contudo, apesar da homenagem, Garrincha está completamente dopado pelas drogas usadas em sua internação para mantê-lo de pé.

Utilizando bastante o recurso de voice-over, o diretor nos apresenta vários fatos sobre a vida do desportista que além do álcool, sempre se envolveu com muitas mulheres. A interpretação e a caracterização da atriz TAÍS ARAÚJO no papel de Elza Soares, por quem Garrincha afirma o tempo todo, ser sua verdadeira paixão, é fantástica.

Diferente de HELENO (2012), existem vários registros do atleta atuando tanto pela seleção brasileira, quanto pelo Botafogo, o que enriquece muito o filme. Não sei se me incomoda, o fato de vermos o Garrincha verdadeiro em campo e logo em seguida vermos André Gonçalves, que acho, poderia ter recebia uma caracterização mais apropriada, visto que seus cabelos encaracolados, não correspondem as imagens que temos do original. Mas é empolgante, para quem gosta de futebol, ver as cenas das jogadas e gols que estavam sempre presentes em suas atuações, contando com a narração dos pensamentos de André sempre presentes.

Premiado pelo juri popular do festival de Pernambuco com o prêmio de melhor filme e também faturou os prêmios de melhor atriz para TAÍS ARAÚJO e para ANDRÉ GONÇALVES em outros festivais brasileiros.

Minha Nota: 6.2
IMDB: 6.1

Amor Impossível - (Salmon Fishing in the Yemen) - 2011


Filme do diretor sueco LASSE HALLSTROM, que é o responsável pelos romances REGRAS DA VIDA (1999) e QUERIDO JOHN (2010) além de outros.

Nessa história, temos um especialista em pesca (EWAN MCGREGOR) é abordado por uma consultora, a belíssima EMILY BLUNT, para ajudar a realizar o sonho de um sheik de levar o esporte de pesca para o deserto.

Não existe nada de muito novo nessa história, que se baseia em um roteiro um tanto quanto difícil de engolir, pois como o próprio personagem de Ewan questiona, quem seria louco de gasta milhões para conseguir que um peixe, como o salmão, viva em um ambiente totalmente hostil a sua existência.

Esquecendo um pouco esse argumento, que incomoda, o que o torna nada esquecível, a história mostra um homem que não é completamente feliz em sua vida, tanto pessoal, pois sua esposa é muito dedicada ao seu trabalho e não mostra muito interesse por seu marido e em seu trabalho, ele convive com um chefe que ele detesta.

Além do roteiro que não ajuda em nada prender a atenção de seu espectador a trama, a paixão entre os personagens, acontece de uma forma muito leve, tão leve que quase não percebemos por que motivos os dois se envolvem a ponto de deixarem suas vidas para ficarem juntos. Quanto aos outros problemas propostos pelo filme, não existe uma clareza nos objetivos daqueles que não querem que o projeto se conclua com êxito, o que me incomodou bastante.

Minha Nota: 5.2
IMDB: 6.8

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Desaparecidos - (Desaparecidos) - 2011


Primeiro longa metragem do diretor catarinense DAVID SCHURMANN que até então, havia realizado dois documentários e alguns trabalhos para TV.

Na história, um grupo de jovens, são convidados para uma festa, mas desaparecem, deixando apenas 6 câmeras com os registros do mistério que ficou por trás de suas histórias.

O filme usa o mesmo recurso do famoso A BRUXA DE BLAIR (1999), só que de uma maneira que chega a ofender a inteligência de quem tem a burrice de parar para ver esse filme. As câmeras acompanham o olhar de seus portadores, mesmo estando dependuradas em seus pescoços por uma corda, como se fossem um crachá. Além disso, não existe luz artificial para justificar que no meio de uma mata fechada, as câmeras consigam captar as imagens que são mostradas.

Além das já citadas falhas que me incomodaram muito, como se não bastasse, o filme não consegue entreter. Seja com terror, comédia ou mesmo com erotismo. A falta de roteiro já é esperada depois que os jovens se embrenham na mata, atrás do sempre utilizado drogado, que se enfia com uma moça para procurar uma cachoeira e inexplicavelmente deixa a moça semi nua nadando, e vai atrás não se sabe do que, na mata fechada para não voltar mais.

Sua 1 hora e 13 minutos de duração, são intermináveis e chatas. E tenho que dizer, que pensei várias e várias vezes em desistir da projeção, se não fosse essa manina besta que adquiri de não parar no meio de filme qualquer.

A obra ganhou prêmio de Melhor Filme pelo voto popular no festival de Recife. Dá até medo de imaginar o que mais passou por lá, ou mesmo, medo do que tem se tornado no cinema, preferência popular.

Minha Nota: 1.6
IMDB: 2.9

Ichimei - (Hara-Kiri: Death of a Samurai) - 2011


Essa foi a minha primeira experiência com o trabalho do diretor japonês TAKASHI MIIKE e confesso que me senti surpreendido por esse HARA-KIRI: DEATH OF A SAMURAI (2011).

Temos aqui um conto de honra, vingança e desgraça, centrada em um samurai empobrecido que descobre o destino de seu filho, pondo em movimento um confronto tenso de vingança.


Acho que tenho que explicar minha boa impressão sobre a obra. Apesar de uma narrativa bastante lenta, que tenho certeza que desagradará grande parcela de seu público, o filme conta uma história de sofrimento e principalmente de seu protagonista, que é um samurai que apesar de sua dedicação ao seu senhor, depois de terminada a guerra, é obrigado a viver ganhando muito pouco, com pequenos trabalhos que realiza. Ele é um homem bom e se preocupa com sua filha e com o filho de um amigo que se vê obrigado a criar depois de sua morte.

O filme é muito sensível em mostrar a luta que se torna a vida desse samurai, sua filha e o menino que vem a se tornar seu genro. Além disso, o diretor consegue nos prender a atenção, ao contar toda a história de seus personagens através das memórias de seus interlocutores, todos reunidos na casa de um importante senhor feudal sobre o pretexto de conseguir a honra de morrer em seus jardins. Coisas de samurai.

Esse artifício permite que o roteiro nos reserve breves surpresas, mas sem nunca deixar de lado a dramaticidade dos fatos que cercam seus personagens, que são o foco central do diretor. A fotografia do filme é linda. Sombria como os fatos que assolam seus personagens, mas sem esquecer a beleza ao seu redor. Uma história sobre um povo que ficou famoso por sua cultura. Que preservava valore como a honra em uma escala difícil de ser medida por nós ocidentais. Mas que o diretor ainda assim, consegue questionar, funcionando como um advogado do diabo.


Minha Nota: 6.8
IMDB: 7.2

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Mulher objeto - (Mulher objeto) - 1981


Trabalho de direção do consagrado escritor de novelas SÍLVIO DE ABREU que realiza nesse MULHER OBJETO (1981) um trabalho bastante competente e com várias referências aos grandes diretores mundiais como ALFRED HITCHCOCK por exemplo.

Na história, a personagem de HELENA RAMOS, uma das maiores estrelas de nossa pornochanchada, é casada já a algum tempo com seu marido, interpretado por NUNO LEAL MAIA, e não consegue sentir prazer na sua relação conjugal, o rejeitando constantemente. Até em seus sonhos, quase sempre com a temática erótica, ela não consegue chegar ao prazer, o que faz com que ela busque uma forma de curar esse trauma através de análise.

O filme faz várias referências ao mestre Hitchcock, com a utilização dos pombos, lembrando o clássico OS PÁSSAROS (1963) e já começa com uma cena que lembra realmente PSICOSE (1960) também desse diretor. Mas além das referências, que proporcionam um certo prazer para aquelas pessoas que como eu, gostam de reconhecer esse tipo de homenagem nos trabalhos que vejo, o filme conta sua história de uma forma muito eficiente. Fica clara a diferença do personagem de Helena Ramos problemática com sua aura depois de resolver seu problema psicológico.

E é justamente disso que o filme trata. Dos possíveis problemas psicológicos que podem nos afligir por toda a vida, muitas vezes, sem que lembremos de suas origens.

Minha Nota: 6.4
IMDB: 5.9

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Fabuloso Destino de Amélie Poulain, O - (Le fabuleux destin d'Amélie Poulain) - 2001


Trabalho do diretor francês JEAN-PIERRE JEUNET que conta de forma extraordinária a história de uma garota inocente e ingênua em Paris, que decide ajudar aqueles ao seu redor e ao longo do caminho, como uma forma de dar um sentido para a sua vida.

O filme possui uma fotografia que me deixou surpreendido. A muito tempo que não vejo um trabalho tão bem cuidado e de visual tão bonito. O diretor faz o uso frequente de closes de AUDREY TAUTOU, talvez como forma de se aproximar de seu personagem tão solitário ou mesmo para ilustrar um mundo totalmente seu dialogando com a câmera, como que com a sua consciência e ideias.

Apesar de ser classificado como comédia, e trazer o típico humor francês permeando toda sua duração, o filme é delicado, e conta um pouco de como podemos ser felizes com tudo que nos cerca, mas muitas vezes, precisamos de um empurrãozinho para conseguir encontrar essa felicidade. Esse é o papel que assume Amélie, tentando mudar a vida daqueles que a cercam, se identificando com uma justiceira que faz o bem a quem precisa.

Cheguei a me emocionar com a parte final da obra, mas acredito que a atmosfera de fantasia que envolve a obra, faz com que a emoção não seja o principal trufo que o diretor deseja atingir e sim, surpreender seu espectador com as diversas direções que seu filme toma, bem como, se deliciar com os estratagemas criados por sua heroína para atingir seus objetivos.

Uma curiosidade é que os personagens de Amélie e seu amado, conversam apenas uma vez por telefone. O filme foi indicado em várias categorias do Óscar e foi premiado no Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro. Ganhou também vários prêmios em festivais como Bafta, César e Toronto.

Minha Nota: 7.8
IMDB: 8.5

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Zeitgeist: Moving Forward - (Zeitgeist: Moving Forward) - 2011



Terceiro documentário do diretor americano PETER JOSEPH, que continua o assunto abordado anteriormente sobre a sociedade na qual vivemos e como nossa civilização está fadada a destruir nosso planeta como o conhecemos

Nesse ZEITGEIST: MOVING FORWARD (2011), o diretor expõe soluções propostas por estudiosos, para tentar fazer com que a humanidade consiga escapar da situação de calamidade que se agrava a cada dia.

Somos apresentados a conceitos que mostram que não é um fator genético a violência inerente a cada ser humano. Na verdade, o meio em que vivemos, é o responsável pela maior parte das patologias que serão desenvolvidas por aquele indivíduo durante a sua vida. 

É mostrado também que nossos governantes estão apenas focados no quão importante é manter funcionando nosso sistema financeiro baseado no lucro em lugar de se preocupar com o bem estar do indivíduo e de promover condições de vida básicas para cada um, fadando nosso mundo a uma nova próxima falência monetária, tentando apenas, se aproveitarem das possibilidades de lucro que surgem para cada problema social criado pelos homens que estão no poder.

Em sua conclusão, o diretor até tenta pintar um quadro de otimismo, mas que para ser atingido, teríamos que alterar por completo os conceitos que nos são passados em todas as camadas sociais. Mas de qualquer forma, se torna obrigatório disseminar as ideias propostas aqui, para que tenhamos todos uma consciência mais ampla de tudo que nos cerca e das consequências que se abaterão sobre todos nós.

Já citei que é muito difícil taxar de verdade ou não todos os temas abordados pelo diretor em suas 3 obras, mas que de qualquer forma, vale o questionamento, que nos permite encarar diversos assuntos que são impostos pela mídia como verdade, através de um outro ponto de vida. E citando algo que li no blog da crítica de cinema Ana Maria Bahiana para o filme ARGO (2012) de BEN AFFLECK, algumas coisas quando contadas são tão absurdas, que só podem ser verdade.

Minha Nota: 5.6
IMDB: 8.3

Heleno - (Heleno) - 2011


Eu confesso que esperava mais desse HELENO (2011) filme do diretor carioca JOSÉ HENRIQUE FONSECA que conta a história do jogador Heleno de Freitas, primeiro ídolo do botafogo antes de Garrincha na década de 40, mesmo sem nunca ter sido campeão pelo clube, e que ficou conhecido como o primeiro craque problema da história do futebol, graças ao seu temperamento difícil.

Digo que esperava mais, pois vi muitas matérias sobre o filme que contavam histórias fantásticas que não foram usadas no filme, como o episódio em que ele tinha um compromisso que gostaria de comparecer, mas que estava marcado para um horário que se confrontava com um jogo. Fez um trato com seu técnico de ser liberado depois que fizesse dois gols e o cumpriu com muita facilidade.

A obra, tem tons trágicos, se concentrando em mostrar o estado decadente do jogador depois que sua doença, a sífilis, já estava em um estágio bem avançado, e que lhe deixou louco e o levou a ser internado em um manicômio onde veio a falecer.

O filme é baseado no livro "Nunca houve um homem como Heleno" e é impressionante o empenho do ator RODRIGO SANTORO que chegou a perder 12 quilos para interpretar o atleta no final da carreira, com uma caracterização e uma interpretação realmente muito bem cuidada que lhe rendeu o prêmio de melhor ator em um festival de cinema de Cuba.

A fotografia em preto em branco é muito bonita, ressaltando as belezas do Rio de Janeiro da época mas acho que a tradução muito ressaltada apenas do temperamento do jogador, acaba prejudicando vários pontos favoráveis como a qualidade de seu futebol e a paixão incondicional pelo clube. Talvez esses problemas, tenham acontecido, por que toda a história em torno do craque, são de uma época que não existem registros visuais do futebol brasileiro.

Minha Nota: 5.6
IMDB: 7.0

Zeitgeist: Addendum - (Zeitgeist: Addendum) - 2008



Nesta segunda obra, o diretor americano PETER JOSEPH, nos aplica uma pequena noção de como funciona o sistema financeiro mundial. Como funciona a criação do dinheiro, e os mecanismos criados pelas instituições financeiras, apoiadas por seus governos, para que o lucro seja o principal objetivo da nossa sociedade, criando assim um novo tipo de escravidão mundial. O diretor nos mostra também que a corrupção é algo inerente para o esquema financeiro que impera em nosso planeta e aproximando do final de sua obra, nos oferece uma das possíveis solução para o problema identificado.

É muito interessante sermos confrontados com informações tão contundentes de difíceis de serem contrapostas. É sabido que todos os meios de comunicação, não cumprem o papel de nos informar, mas sim de nos manter longe do conhecimento, que já produziu tecnologia suficiente para que vivêssemos em um mundo auto sustentável, mas que pelo contrário, impera a escassez em diversos países e classes sociais, nos impulsionando sempre para a competitividade.

Uma citação fantástica, dentre tantas que são mostradas na obra, é de que "Não é demonstração de saúde ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente". Estamos todos confortáveis, em nossas vidas cheias de dívidas e compromissos financeiros, nos alegrando quando conseguimos gastar menos do que ganhamos e podemos com isso, usar nossos salários para realizar algum pequeno sonho ou satisfazer algum pequeno prazer com isso, mas ao mesmo tempo, todos temos consciência de que vivemos reféns de recursos como o petróleo, que estão bem próximos de acabar e gerar uma crise mundial, que pode tomar rumos inesperados e sempre bastante pessimistas de se imaginar, mas tentamos não pensar nisso por acreditar que não presenciaremos esses tempos.

Minha Nota: 5.8
IMDB: 8.4

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Zeitgeist - (Zeitgeist) - 2007


Trabalho do documentarista americano PETER JOSEPH que mostra, através de uma série de vídeos e matérias levantados ao longo de seu trabalho, uma visão completamente reveladora, sobre os Estados Unidos e a alguns fatos que podem ser vistos por outra perspectiva.

Nesse trabalho, que já tem duas continuações, o diretor, que o divide em três partes, começa em sua primeira parte, por quebrar o mito do cristianismo, mostrando como toda a fé que é pregada pelo mundo judaico cristão, se baseia em uma série de religiões mais antigas, que possuem as mesmas referências que aparecem na bíblia.

Em seguida, na segunda parte do filme, o diretor mostra uma série de informações que ficaram ocultas da grande população mundial, a respeito do atentado de 11 de setembro, deixando claro que tanto esse desastre que marcou a história mundial, quanto alguns outros fatos de igual ou maior importância, podem ter sidos forjados por seus próprios governantes.

Na parte final, o diretor expõe como funciona o sistema financeiro não só americano, como mundial e como, através de guerras e manobras internas, estamos caminhando para um governo único e mundial.

É impressionante como tudo faz sentido e soa como verdadeiro e plausível. O diretor nos deixa com o sentimento de enganados, pela mídia e por nossos governantes e no mínimo, nos da conteúdo de sobra sobre o que pensar. Não é fácil analisar a obra como um filme, ou cinema de diversão, mas sem dúvida alguma, como fonte de conhecimento, é um conteúdo quase que obrigatório para qualquer pessoa que goste de questionar vários pontos importantes sobre a humanidade que vivemos.

Mais importante do que se tudo que é dito é verdade ou não, é termos a opção de poder questionar tudo que nos é imposto, para que possamos analisar de forma livre, toda doutrina e conceito que nos é apresentado.

Minha Nota: 6.0
IMDB: 8.3

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Mulheres Sexo Verdades Mentiras - (Mulheres Sexo Verdades Mentiras) - 2008



Esse MULHERES SEXOS VERDADES E MENTIRAS (2008) é um trabalho do diretor carioca EUCLYDES MARINHO que nos traz uma espécie de falso documentário, realizado por sua protagonista, interpretada pela atriz JÚLIA LEMMERTZ, documentarista no filme, que resolve, depois de se descobrir sexualmente após um casamento de longa data, fazer um filme sobre os desejos femininos e as impressões de mulheres de várias classes sociais e idades tem sobre o assunto.

Confesso que me emocionei com uma declaração dada logo no início do filme, por uma senhora, que fala da sensibilidade que o homem deveria ter e conta um episódio ocorrido com ela em sua lua de mel.

Contudo, o filme se torna uma verdadeira colcha de retalhos, já que os depoimentos vão e vem, apenas girando sobre um assunto, que na verdade, não consegue ser esgotado seja em uma obra de 1:20 minutos, ou mesmo através de opiniões subjetivas que são dadas por suas personagens.

Acredito também, que senti falta de mais ousadia nas cenas de nudez do filme. Acho que nessas cenas, o diretor deixou escapar a oportunidade de mostrar de maneira mais prática as impressões que seus personagens exprimem verbalmente.


Minha Nota: 4.8
IMDB: 5.1

Mulher, Mulher - (Mulher, Mulher) - 1979



Filme do diretor paulistano JEAN GARRET e conta a história de uma mulher, recém viúva, que resolve passar uma temporada em um sítio afastado e acaba encontrando gravações feita pelo seu marido que era psicólogo e com isso, tenta se rediscobrir.

A presença de HELENA RAMOS é o grande destaque do filme na minha opinião. A beleza de seu corpo nu, filmada de forma quase intrusiva, garante os pontos altos do filme.

Apesar de uma interpretação melancólica, de uma mulher que está sofrendo com sua viuvez, mas que descobre que a causa maior desse sofrimento, está alojada em uma parte mais obscura de sua essência, talvez pudesse prejudicar um pouco a apreciação da obra, contudo, o trabalho do diretor e da fotografia do filme, que agem como voyeur, observando a beleza feminina acima de tudo, podem trazer um prazer especial para a obra.

Interessante o recurso, da protagonista trafegar pelas cenas em que sua ela está apenas lembrando de fatos, como se a mesma estivesse presente apenas como voyeur do ocorrido.

Cheguei até esse filme, graças a um post do Ailton Monteiro, que citava tanto a cena da ducha, quanto a famosa cena do cavalo, que realmente são momentos de rara beleza e erotismo conseguido pelo diretor. Ainda acrescentaria a essas, a cena em que a protagonista se lembra de um envolvimento que teve com um amigo do casal, em uma das loucas ideias as quais seu marido lhe submetia.


Minha Nota: 5.2
IMDB: 6.5

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Coração Selvagem - (Wild at Heart) - 1990


Filme do conceituadíssimo diretor americano DAVID LYNCH responsável pelo sucesso CIDADE DOS SONHOS (2001) que preciso rever com calma, pois me lembro de não ter gostado quando o vi pela primeira vez, e que conta a história de dois jovens apaixonados, que começam uma viagem depois que o rapaz sai da cadeia, onde ficou preso por dois anos.

O filme conta em seu elenco com a presença do então novato NICOLAS CAGE, com a belíssima atriz LAURA DERN e com WILLEM DAFOE fazendo um pequeno papel de um assassino contratado.

Lynch tem um estilo próprio difícil de descrever, pois são vários os elementos que permeiam sua obra, mas nem sempre usados em todas elas. Aqui podemos ver a estranheza muitas vezes usadas em seus filmes, que é representada em alguns personagens como é o caso do personagem de Willem Dafoe. A violência mostrada sem escrúpulos também está presente em algumas cenas, o que faz lembrar inclusive o estilo de outro diretor conceituado, DAVID CRONENBERG e uma atmosfera que muitas vezes soa como um conto de fadas, vide as frequentes citações a obra de o mágico de oz, feitas principalmente pela personagem de Laura Dern. 

O roteiro nos reserva algumas surpresas e em seu desfecho, Lynch torna a fábula essencial para sua obra, o que me incomoda um pouco, tirando um pouco da sua seriedade na minha opinião.

Mas sem dúvida, as cenas de erotismo tem um talento admirável, e criam uma mistura de prazer com dor e medo, que mexem com seu espectador. Destaque para a cena de Dafoe no quarto de Laura Dern, que está muito sensual no papel e que é de tirar o fôlego.

Minha Nota: 5.6
IMDB: 7.2

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Rock of Ages: O Filme - (Rock of Ages) - 2011


O americano ADAM SHNKMAN tem poucos trabalhos como diretor para o cinema, mas sem dúvida nenhuma acertou a mão com esse ROCK OF AGES: O FILME (2012). Um musical adaptado de uma peça de sucesso na Broadway.

Na história, uma linda jovem vem de uma pequena cidade, com o sonho de cantar e se tornar famosa em Hollywood. Todos nós já vimos vários enredos com essa premissa. Mas acredito que pela qualidade das músicas que abrilhantam o filme, com versões muito bem cuidadas, tanto em sua interpretação, quanto na criatividade dos arranjos escolhidos, quanto pela beleza de JULIANNE HOUGH, MALIN AKERMAN e CATERINE ZETA JONES ou pelo talento de TOM CRUISE, ALEC BALDWIN e PAUL GIAMATTI, quanto pelo clima que o rock and roll cede para a obra ou a ainda contando com uma edição competente escolhida pelo diretor Adam Shinkman, que não deixa que o filme perca seu ritmo em quase nenhum momento de sua exibição, esse trabalho consegue ser uma referência bem melhor do que tudo que foi feito nesse sentido antes dele, conseguindo sair da mesmice.

Geralmente musicais são cansativos, repetitivos e monótonos. Mas não tive nenhuma dessas impressões durante as duas horas de exibição do filme. Inclusive, todos os méritos citados, conseguem até mesmo fazer com que o roteiro que é simples e de solução fácil, seja irrelevante para o resultado que é atingido.

Minha Nota: 7.6
IMDB: 6.1

Entre o amor e a paixão - (Take This Waltz) - 2011


Segundo longa metragem para o cinema feito pela diretora canadense SARAH POLLEY que já havia sido indicada por melhor roteiro adaptado com o filme LONGE DELA (2006) e que já tinha uma carreira como atriz em vários filmes.

Na história desse ENTRE O AMOR E A PAIXÃO, uma mulher casada, vivida pela belíssima MICHELLE WILLIAMS de quem confesso que fiquei fã após a sua brilhante interpretação em SETE DIAS COM MARILYN (2011) e no emocionante e amargurante NAMORADOS PARA SEMPRE (2010), vive um casamento aparentemente feliz, contudo, se apaixona por uma artista solitário que vive do outro lado de sua rua, que parece lhe oferecer algo que sua relação não lhe da mais.

O filme mostra uma fotografia muito bonita. A diretora abusa do foco, para mostrar o quanto seus personagens se encontram perdidos em determinados momentos de sua vida, entre o desejo e o conforto, de uma relação duradoura e que parece ser feliz.

O filme tem grandes momentos. As moças tomando banho no vestiário, separadas de algumas senhoras. Os corpos mais novos, mostrando a beleza da mulher contrastando com a velhice, nos fazem pensar em como tudo na vida pode ser passageiro. Nesse momento os personagens discutem a calmaria que um casamento de muitos anos, em que o marido geralmente nem mais repara quando ela raspa suas pernas. Será que vale a pena trocar isso por algo novo. O novo é brilhante, diz uma das jovens mulheres e uma senhora diz, o novo se torna velho. Cabe a cada um, buscar realizar suas vontades e decidir se vale a pena, pagar pelo risco que essas vontades podem trazer para nossas vidas.

Linda também a cena que a diretora gira sua câmera ao redor do casal, que aos poucos, realiza seus desejos e vontades, suprindo sua protagonista, de tudo que ela sempre desejou e nunca teve ao lado de seu marido.

Minha Nota: 6.6
IMDB: 6.6

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Exótico Hotel Marigold, O - (The Best Exotic Marigold Hotel) - 2011


Filme do diretor inglês JOHN MADDEN, responsável pelo excelente SHAKESPEARE APAIXONADO (1998) e que traz novamente com esse O EXÓTICO HOTEL MARIGOLD (2011), um trabalho de qualidade para as telas do cinema contando a história de um grupo de ingleses aposentados, que viajam para a Índia para fixar residência no que eles acreditam ser um hotel recém-restaurado, um verdadeiro paraíso.

Contando com um elenco de atores experientes de impor respeito a qualquer aficionado por cinema, composto por JUDI DENCH, BILL NIGHY e TOM WILKINSON dentre outros.

Apesar da idade da maioria dos intérpretes, o filme tem a vitalidade de qualquer comédia romântica bem realizada que se vê produzida hoje em Hollywood. Além disso, a história é bem amarrada e prende a atenção do espectador do início ao fim. 

Acho que o filme deixa escapar um pouco, a beleza da Índia como ela é retratada no próprio filme, suas cores, sons e seu povo, que como é citado na obra, encara a vida como uma dádiva. Também poderia ser abordado de uma forma mais séria talvez, todos os transtornos que a velhice nos trará, mas isso também tornaria o filme numa coisa mais séria e ele funciona muito bem como comédia. Mas, tirando ao fotografia que não é um primor, e poderia muito bem ser, o filme funciona bem e chega mesmo a emocionar com sua história romântica e bem contada.

Minha Nota: 6.8
IMDB: 7.3

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Ponto final - (Match Point) - 2005


Sem sombra de dúvida esse é o trabalho do diretor WOODY ALLEN pelo qual sou mais apaixonado. E apaixonado é o adjetivo que melhor condiz pelo sentimento que nutro por esse filme. Eu já o havia visto em 2007, mas tinha muita vontade de vê-lo novamente e ter a oportunidade de escrever minhas impressões sobre a obra além é claro, que matar a saudade desse trabalho tão brilhante.

Em seu roteiro, super bem trabalhado, temos a história de um jovem solteiro que é ex-jogador profissional de tênis e que começa a dar aulas em um clube elegante de Londres, terminando por entrar em uma família tradicional e com muito dinheiro, que lhe consegue um emprego promissor e todo o conforto com qual jamais havia imaginado.

Meu conceito sobre o filme cresceu assustadoramente. Já de cara, somos presenteados com a frase, eu prefiro ter sorte a ser bom em algo. Que durante toda a projeção, é referenciada através das situações mostradas no filme. Além disso, Woody Allen nos mostra toda a sua habilidade, ao fazer com que nos apaixonemos a primeira vista por SCARLETT JOHANSSON, o que não é tão difícil, mas já li isso em algum lugar e sou obrigado a repetir aqui, nunca a vi tão bela na tela. Sua segurança na primeira parte do filme, sua certeza sobre o poder que tem sobre os homens que estão ao seu redor, tudo isso, faz com que seu personagem exale uma sensualidade sem igual.

Ao mesmo tempo, o talento do diretor e de sua atriz, conseguem transformar esse personagem em uma outra mulher, totalmente diferente. Frágil, insegura, até mesmo irritante em suas investidas, na busca por segurança junto ao homem que está lhe enganando.

Mas não é só o trabalho de Allen com sua atriz que chama atenção, a beleza nos cenários que compõe cada cena, são claramente resultados de um olho de mestre, de uma cabeça que imagina exatamente o que quer. Brindar o seu espectador com uma história incrível, mas ao mesmo tempo, contada com o cuidado de um mestre. Outro ponto positivo é o crescendo que a tensão do filme ganhe em sua parte final, nos coroando com uma conclusão que não poderia ser de outra forma mais brilhante e inesperada.

O filme ganhou indicação ao Óscar de roteiro original e ao Globo de Ouro nas categorias, filme, diretor, atriz coadjuvante para Scarlett Johansson e melhor roteiro ganhando o prêmio de melhor filme no festival de Goya.

Minha Nota: 8.8
IMDB: 7.7