domingo, 31 de março de 2013

A Professora de Piano - (La pianiste) - 2001


Filme do diretor alemão MICHAEL HANEKE resposável pelo fantástico recente trabalho AMOR (2012) que nesse A PROFESSORA DE PIANO (2001) nos conta a história de um jovem rapaz, se apaixona perdidamente por uma professora de piano, até que descobre segredos sobre ela que o afetam profundamente.

Forte como todos os trabalhos do diretor, essa obra aborda um tema controverso e interessante. Como uma pessoa que possui uma preferência sexual nada convencional, consegue se envolver emocionalmente com outra que na maioria das vezes não vai conseguir entender as necessidades de seu parceiro, o tomando por doente e anormal. Essa força está presente em cenas de auto mutilação e na visita da professora a uma cabine erótica, apenas uma das muitas facetas escondidas da personagem.

A professora interpretada pela francesa ISABELLE HUPPERT é uma mulher de disciplina irretocável, exigente ao extremo, mas ao mesmo tempo, acompanhada de uma frustração que nunca é esquecida graças a presença de sua mãe, que sempre a recorda de seu insucesso. O alvo de sua paixão, é um jovem belíssimo que se encanta por sua arte e começa a lhe assediar insistentemente até se tornar seu aluno.

HANEKE, após juntar os dois personagens, começa a discutir a loucura que toma o jovem, que se apaixona perdidamente pela musicista. Inclusive a música tem um papel fundamental no caráter de seus personagens. Obras magníficas são executadas em toda a projeção, que tornam o filme em uma experiência sensorial espetacular.

O filme ganhou a Palma de Ouro nas categorias Melhor Ator, Melhor Atriz e Melhor Diretor, além de ter sido indicado a Palma de Melhor Filme, além de ter sido bastante premiado em diversos outros festivais pelo mundo.

Minha Nota: 7.2
IMDB: 7.3

A Caça - (Jagten) - 2012


Filme do diretor dinamarquês THOMAS VINTERBERG que nos conta a história de um professor de uma escola infantil, vê seu nome envolvido em um escândalo sexual com uma de suas alunas, filha de um de seus melhores amigos e que com isso, tem sua vida completamente mudada.

A presença do ator MADS MIKKELSEN é forte e merecedora da Palma de Ouro de Melhor Ator, em um trabalho fantástico de direção, que consegue fazer com que o público, se envolva com a trama. Causando diversas sensações, mas principalmente de revolta, pois ficamos partidários do protagonista que sofre com a suspeita que recai sobre ele, mas que acreditamos que é infundada, já que diversas pistas deixadas pelo diretor nos levam a crer isso.

A habilidade do diretor é tamanha em manipular nossa visão, que ele consegue mudar nossa atenção para diversos personagens que podem ser o verdadeiro criminoso, mas é com o decorrer do filme, que ele nos mostra que isso não importa. O que importa, é como a vida de uma pessoa pode ser completamente destruída, baseada em fatos que muitas vezes, não são fortes o suficiente para justificar determinadas ações. Nesse caso, ele nos mostra uma diretora que acredita fortemente na garotinha e depois, fortalece essa sua crença, após um interrogatório fraco e dirigido, que não comprova em nada o problema que ele acredita ter.

É justamente essa falha na argumentação, essa fraqueza desses papeis, que me incomodou muito e por isso não consegui desfrutar da obra com total prazer que ela mereça, mas como estava discutindo com um amigo meu, esse pode ser um dos recursos inteligentes utilizados pelo diretor para que sua história conseguisse nos atingir da forma que atingiu, uma obra realmente muito boa.

Além do prêmio de Cannes, o filme concorreu ao prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no Bafta e foi vencedor do Melhor Filme Independente no festival Independente da Inglaterra e Melhor Roteiro pelo Festival Europeu de Cinema.

Minha Nota: 7.4
IMDB: 8.3

Eu e Você - (Io e te) - 2012


Filme do renomado diretor italiano BERNARDO BERTOLUCCI que foi responsável por obras memoráveis como ÚLTIMO TANGO EM PARIS (1972) e pelo ganhador de Óscar O ÚLTIMO IMPERADOR (1987) e que dessa vez nos conta a história de um jovem introvertido faz com que seus pais acreditem que vai passar uma semana esquiando com sua turma da escola, contudo, passa esse tempo sozinho, trancado no porão de seu prédio, até que uma companhia inesperada passa a fazer parte de sua jornada.

O filme conta com a presença da belíssima atriz TEA FALCO, que faz o papel da irmã drogada do jovem, que vai encontrar refúgio junto com o garoto durante a tal semana que ele passa escondido, aproveitando para tentar se libertar dos efeitos das drogas, tornando a obra um filme de conhecimento. Conhecimento entre os irmãos que se separaram a muito tempo por motivos particulares e nesse reencontro, criam um vínculo de preocupação e auto preservação.

O tema na minha opinião não é tão forte e ainda para piorar um pouco a coisa, não se desenvolve por nenhum lugar de interesse. Talvez a intenção de BERTOLUCCI seja a de mostrar que mesmo depois de atingirmos uma fase adulta de nossas vidas, preservamos nossa visão fechada e fantasiosa de nossa infância e sempre, temos prazer quando podemos novamente desfrutar daqueles pontos de vistas mais inocentes e despretensiosos, contudo, esses aspectos estão em uma camada tão profundo, que podem nem ser a intenção de seu realizador.

Minha Nota: 5.4
IMDB: 6.7

sábado, 30 de março de 2013

Um Alguém Apaixonado - (Like Someone in Love) - 2012


Cheguei até esse filme do diretor iraniano ABBAS KIAROSTAMI depois de ler uma crítica do especialista em cinema PABLO VILAÇA que exaltava a obra do diretor com um entusiasmo que não tive como não ficar com o filme na cabeça. Na história uma jovem prostituta que vive em Tóquio, tem um namorado muito ciumento que não sabe de sua profissão e que a persegue com as mais variadas perguntas possíveis, enquanto ela tem que atender a um novo cliente que vai se revelar um apoio para essa pessoa perdida.

Já me chamou a atenção no início da obra, o fato de entrarmos em uma história que parecia estar em andamento. O diretor no joga a observar a partir de um ponto fixo em um bar, a conversa da jovem com seu namorado, sem sequer vermos o rosto dela, apenas ouvindo sua voz em meio as conversas que vão acontecendo naquele momento no bar. Outro fator curioso, é que deixamos a história da mesma forma que entramos, como se ainda fossem acontecer diversos eventos que merecessem nosso acompanhamento, isso me agradou muito.

Outros elementos que não podemos deixar de notar. A utilização da câmera fixa, sempre curiosa, quase que um voyeur nas cenas, é muito empregada pelo diretor. Seus diálogos também sempre trazem um certo ensinamento em seu âmago. Como no momento em que o sr. mais velho, diz ao jovem namorado ciumento, que a experiência nos ensina que quando sabemos que a pessoa amada irá nos mentir, é melhor não perguntar sobre aquele assunto. Cenas longas, que nos envolvem com seus personagens também são utilizadas durante toda a obra. Tudo para nos mostrar uma relação doentia entre os amantes do filme, que não se mostra em momento algum prazerosa para um dos dois. Parafraseando Vilaça, não há como evitar a constatação de que somos criaturas destinadas ao sofrimento, mesmo que durante esse processo sejamos incrivelmente felizes.

O diretor nos propõe uma discussão sobre frustração que um amor de natureza obsessiva pode trazer pela quebra da sua idealização. O filme foi indicado a Palma de Ouro em Cannes, além de ter concorrido também em outros festivais.

Minha Nota: 6.0
IMDB: 7.0

O homem do ano - (O homem do ano) - 2003


Eu já havia visto esse filme a uns dois anos atrás, mas queria muito revê-lo depois de ter visto outro trabalho do diretor JOSÉ HENRIQUE FONSECA que nos conta nesse O HOMEM DO ANO (2003), uma história que se inicia, segundo seu protagonista, a partir de uma aposta inofensiva entre amigos, que acaba por transformar seu protagonista em um assassino de bandidos, aclamado no bairro em que vive, e que tem sua história completamente mudada.

Não tem como não notar e exaltar a composição de personagem fantástica feita pelo ator carioca MURILO BENÍCIO para seu protagonista. Mais novo e magro, criando uma postura toda particular de boca para seu personagem, ele consegue emprestar sua cara enigmática para um personagem igualmente enigmático, confuso, que segue a vida da forma que ela se apresenta.

A presença de beldades como MARIANA XIMENES e CLÁUDIA ABREU são muito bem vindas. Bem como ótimo elenco de apoio composto por JORGE DÓRIA, ANDRÉ GONÇALVES, LÁZARO RAMOS, PAULINHO MOSKA, JOSÉ WILKER e AGILDO RIBEIRO.

O filme trata a violência, e diversos outros aspectos da vida de forma ambígua, o que faz com que ele cresça muito na sua apreciação. Ele propõe a discussão da violência e da segurança de uma forma forte, que leva aos extremos a necessidade de se tomar uma atitude quando as autoridades responsáveis não se apresentam quando são requisitadas.

Contudo, o filme consegue ainda colocar em discussão, até onde estamos preparados para as consequências que essa justiça com as próprias mãos, pode levar o ser humano. Além disso, o fato de matar outra pessoa começa a ser uma ato sem consequências para seu protagonista, o que mexe profundamente com sua cabeça. Ele começa a trafegar sobre um fio muito fino entre o certo e o errado, entre a loucura e a sanidade.

Minha Nota: 7.0
IMDB: 7.6

Django Livre - (Django Unchained) - 2012


Oitavo trabalho na direção desse gênio pós-modernidade que revolucionou a forma de se fazer cinema, colocando sua visão repleta de elementos de cultura pop mesclados com filmes B e principalmente de karatê e faroeste além do universo das revistas em quadrinho, que sempre foram as grandes paixões do diretor, ator, produtor e roteirista QUENTIN TARANTINO.

Nesse seu novo trabalho, DJANGO LIVRE (2012) que tem por personagem principal uma lenda no western americano, ele nos conta a história de um escravo, que recebe a ajuda de um caçador de recompensas alemão, em troca de alguns favores, e que após cumprir sua parte do acordo, irá resgatar sua amada esposa.

Algumas coisas nesse trabalho não podem deixar de ser destacadas. A trilha sonora é a principal delas. Sempre os trabalhos do diretor, deram uma importância grande ao papel que a trilha sonora tem em seus filmes, e  DJANGO LIVRE (2012) não é diferente. Apesar de uma obra de que serve como  uma homenagem clara ao estilo Spagete Western, que foi largamente exaltado a tempos atrás na Itália, a utilização de uma música cheia de aspectos da cultura negra americana, combinada com o clima de western do filme é sensacional. Inclusive cheguei a mencionar em uma conversa com alguns amigos, que esse filme tem nuances que mostram o racismo daquele momento da história americana de uma forma mais contundente do que o próprio LINCOLN (2012).

Outro aspecto a ser destacado é a fotografia, que consegue transformar a violência, que é inegavelmente utilizada em todo o filme, em um espetáculo visual e plástico, graças aos exageros próprios do diretor, que tiram o foco da violência e enaltecem o espetáculo que é proporcionado.

Não da para falar do diretor, sem citar seus diálogos sempre criativos e inteligentes, muitas vezes, remetendo o espectador a viajar completamente para fora da história que está vendo, mas com um talento que torna tudo fluido e harmônico. As piadas contidas na maioria dos diálogos dos personagens de Django, consegue entreter e ao mesmo tempo, fazer com que reflitamos sobre os assuntos que são colocados.

TARANTINO escreveu seu protagonista, pensando justamente no ator WILL SMITH para o papel, mas após a recusa, JAMIE FOXX interpretou de maneira brilhante o pistoleiro mais famoso do Oeste. Se sentindo a vontade em seu papel, Foxx chegou a usar seu próprio cavalo no filme, e inclusive, fez uma demonstração de controle e habilidade do animal, perto do final da obra.

Outro trabalho que não deixa nenhum fã do diretor insatisfeito, o filme venceu os prêmios do Óscar e do Globo de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante para CHRISTOPH WALTZ e de Melhor Roteiro para QUENTIN TARANTINO, ainda foi indicado e vencedor de diversos outros prêmios em festivais pelo mundo.

Minha Nota: 8.2
IMDB: 8.6

quarta-feira, 27 de março de 2013

Contato - (Contact) - 1997



Filme do diretor americano ROBERT ZEMECKIS que também foi o realizador de trabalhos como excelente DE VOLTA PARA O FUTURO (1985) e O NÁUFRAGO (2000) e que nesse CONTATO (1997), nos conta a história de uma cientista, astrônoma, curiosa por encontrar vida fora da terra, que recebe um sinal de uma galáxia distante e com isso, tem que lutar para fazer com que seu projeto seja levado a sério. 

Com a presença de JODIE FOSTER interpretando a personagem adulta da pesquisadora, o filme se concentra na verdade, em instigar a curiosidade de seu espectador, mais do que qualquer outra coisa. Para isso, não são inseridos muitos elementos de física que possam servir de base para a narrativa e sim, uma concentração na obsessão da protagonista por fazer contato o mais distante que ela consiga, como se no fundo, ela quisesse mesmo conversar com seus pais que já morreram.

De certa forma o diretor consegue nos passar a paixão que movimenta a ciência e que é realmente louvável, pois somente através dela, conseguimos fazer com que a humanidade ande, mesmo que a passos lentos, para frente no seu progresso tecnógico.

O filme foi indicado ao prêmio de Melhor Som no Óscar, e ao prêmio de Melhor Atriz para JODIE FOSTER no Globo de Ouro, além de ter vencido diversos outros prémios e ter recebido diversas outras indicações em festivais pelo mundo.

Minha Nota: 6.8
IMDB: 7.3

segunda-feira, 25 de março de 2013

Dança com Lobos - (Dances with Wolves) - 1990


Primeiro trabalho do ator americano KEVIN COSTNER na direção de longas metragens e que nos conta a história de um soldado que ao escapar da morte, resolve conhecer uma área selvagem e isolada de seu país. 

Com uma fotografia naturalmente maravilhosa, que mostra paisagens das pradarias americanas é com certeza um dos principais destaques desse DANÇA COM LOBOS (1990), que possui um andamento lento, como se não estivesse preocupado em conta rapidamente a sua história, ou quisesse através de sua longa duração, traduzir o sentimento de espera e solidão que é experimentado por seu personagem principal, interpretado pelo próprio Kevin.

De qualquer forma, seja por conta de seu recurso de contar a história sem pressa, ou mesmo pelo carisma de seus personagens que são bastante interessantes, nos interessamos e envolvemos com a trama de forma a criar um laço afetivo positivo com a história. História essa que não chega a ser fantástica, mas simples, direta, e que nos leva a refletir sobre alguns aspectos que nem sempre colocamos a frente em nossas preocupações. O preconceito com culturas que não conhecemos, e no caso da obra, a abordagem violenta que o país teve para com seus nativos, assim como acontece também em outros países, como aqui no Brasil.

A duração é algo que eu não consegui entender. O filme é extenso demais e gasta um tempo muito grande com cenas que não necessariamente tenham que ter aquela duração toda, mas de qualquer forma é uma obra a ser respeitada.

O filme ganhou 7 prêmios no Óscar, tais como Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Fotografia, além de ser indicado aos prêmios de Melhor Ator, Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Atriz Coadjuvante entre outros. Faturou os prêmios de Melhor Filme, Diretor e Roteiro no Globo de Ouro e mais uma série de outros prêmios em festivais pelo mundo.

Minha Nota: 7.4
IMDB: 8.0

sábado, 23 de março de 2013

O Pagamento Final - (Carlito's Way) - 1993


Filme do diretor americano BRIAN DE PALMA, responsável por incríveis trabalhos como SCARFACE (1983), OS INTOCÁVEIS (1987) e MISSÃO IMPOSSÍVEL (1996) e que nesse O PAGAMENTO FINAL (1993) nos conta a história de um ex-traficante porto riquenho que ao sair da prisão, quer mudar de vida, juntar um montante de dinheiro e recomeçar com um trabalho digno longe de seu bairro, mas que vai ter que superar a diversas tentações e problemas pelo seu caminho.

Não gosto muito de filmes que começam contando a cena final da história. Isso tira um pouco diminui um pouco a surpresa que pode funcionar como qualidade para o espectador, mas de qualquer forma, serve também para o diretor nos dizer que quer que prestemos atenção em seus personagens e suas histórias.

A obra nos reserva um show de interpretação tanto de AL PACINO quanto do ator SEAN PENN que interpreta o advogado a quem o personagem de Pacino acredita dever a sua vida, já que havia sido condenado a 30 anos de cadeia, mas graças ao advogado consegue sair com 5 anos apenas.

O ar de filme de gângster está presente nas interpretações. Um trilha sonora de muito bom gosto de com algumas músicas que viraram sucesso completo na época e até mesmo nos dias de hoje também são grandes atrativos.

Acredito que o maior problema esteja mesmo em seu roteiro, que não reserva grandes surpresas ao espectador mas que também não influenciam tão negativamente assim o resultado final, que é o de uma grande obra.

O filme foi indicado ao Globo de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante para SEAN PENN e Melhor Atriz Coadjuvante para PENELOPE ANN MILLER que foi escolhida para interpretar seu personagem a pedido de PACINO.


Minha Nota: 7.6

IMDB: 7.9

quarta-feira, 20 de março de 2013

BKO: Bangkok Knockout - (BKO: Bangkok Knockout) - 2010


Filme do diretor tailandês PANNA RITTIKRAI responsável pelo sucesso em filmes de artes marciais ONG-BAK - GUERREIRO SAGRADO (2003) que ainda não vi mas que estou me preparando. BKO: BANGKOK KNOCKOUT (2010) é o trabalho mais recente do diretor e conta a história de um grupo de amigos que sonham ir para Holywood e para isso, fazem um suposto teste de elenco, contudo, se vem envolvidos em uma trama mais complexa.

O que mais me incomodou no filme foi o aspecto de obra feita direto para a TV, com a aparência quase amadora. O roteiro também é muito fraco e serve apenas como motivo para os combates físicos que se passam pelo filme. Esse acredito, seja o aspecto que deva ser melhor analisado, para alguém que se propõe a ver um filme de artes marciais como esse, e era justamente o meu propósito.

Os combates trazem algo de novo, digo isso, quanto ao aspecto de vermos lutadores que voam pela tela mas de uma forma mais realista. É claro que a câmera plantada, mostrando os combatentes surgindo do nada, ajuda no aspecto do realismo, afinal de contas, eles podem surgir de qualquer lugar com o impulso mostrado na tela, mas é claro que já imaginamos isso.

E se a história não fosse tão frágil, o filme poderia crescer bastante, o que não acontece. Os personagens são excessivos e não tem uma função que contribua para o desenvolvimento da trama, nem mesmo os que são inseridos para funcionar como piadas conseguem um resultado satisfatório. Como resultado final, temos combates que quando chegamos a metade do filme, soam como repetitivos mas sempre bem realistas, como se o elenco todo fosse composto por dublês profissionais que estão lá para se machucarem e gravarem tudo com realidade absurda.

Minha Nota: 5.4
IMDB: 5.5

Abril Despedaçado - (Abril Despedaçado) - 2001


Esse foi o quarto trabalho em longas de ficção do atualmente aclamado diretor carioca WALTER SALLES que conta a história de vingança e honra, de duas famílias no sertão nordestino, que são rivais na disputa por terras entre elas.

O diretor consegue nos apresentar uma história de honra, ausência de esperança e sofrimento. Com sua câmera ágil e criativa, que nos proporciona imagens fantásticas, em um pando de fundo sofrido e árido como somente o nordeste brasileiro pode proporcionar. Temos a presença de RODRIGO SANTORO em uma ótima interpretação de sua parte, que faz com que ele torne parte daquele cenário agreste, mesmo seu biotipo não correspondendo aquele cenário.

Outro achado é a utilização do personagem do ator mirim RAVI RAMOS LACERDA, que dá todo o aspecto lúdico e linka o espectador afetivamente com a obra, através de sua narração empolgada e vívida. Walter demonstra todo o seu talento nesses aspectos de direção, nunca tornando sua obra algo simples, e sim uma história com diversas camadas de sentimentos e características marcadas pela tradição e honra das famílias envolvidas na trama.

O filme foi indicado ao prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no Globo de Ouro e Bafta e ganhou o prêmio de Melhor Diretor no festival de Havana.


Minha Nota: 7.2
IMDB: 7.6

Lincoln - (Lincoln) - 2012


Filme do sempre aguardado diretor STEVEN SPIELBERG que chega ao seu 28º longa metragem de ficção com esse LINCOLN (2012), que lhe rendeu a sua nona indicação ao Óscar, ele que já possui 3 prêmios pelos trabalhos O RESGATE DO SOLDADO RYAN (1998), A LISTA DE SCHINDLER (1193) e um outro prêmio em caráter de homenagem dado pela academia.

Nesse trabalho, a guerra civil americana continua matando centenas de homens e acaba se tornando a situação perfeita para que o presidente dos EUA faça passar a sua 13ª emenda constitucional, que acaba com toda forma de escravidão no território americano, contudo, essa não era uma medida vista com bons olhos por uma grande maioria do congresso.

A obra nos mostra um ícone, um presidente amado pelo povo e que recebe deste, sua confiança. Todos acreditam que somente a medida proposta pelo presidente pode por fim a uma guerra que já havia tirado a vida de vários cidadãos americanos. Além disso, o filme também nos mostra que mesmo sendo um homem íntegro e de objetivos nobres, Lincoln tem que se valer de artifícios puramente políticos, como a tão usual troca de favores, para conseguir apoio a sua controversa constituição. Ele tem inclusive, de ocultar fatos que podem jogar por água abaixo seus planos de aprovar a emenda.

DANIEL DAY-LEWIS está como sempre fantástico na composição de seu personagem adorado pelo povo, que tem que lutar contra tudo e contra todos, para receber o apoio necessário aos seus ideias. A trilha sonora adotada por Spielberg é épica e serve muito bem como suporte aos momentos de emoção raros que o filme proporciona. Achei curioso inclusive, que o momento de maior emoção na minha opinião, seja reservado para a votação da emenda, quando o personagem do presidente não está em cena, o que nos leva a refletir, que aquele homem, como qualquer outro governante, apenas inseminou uma ideia, torcendo para que outras pessoas também vislumbrem um bem maior como ele imagina. 
TOMMY LEE JONES também está muito bem no papel de um importante membro da câmara, que luta secretamente pela abolição da escravatura é muito bem construído também. 

Um ótimo filme, principalmente pelo caráter histórico, apesar de ter recebido várias críticas nesse sentido, mas que consegue nos fazer refletir sobre esse sentimento que está instaurado em toda a humanidade, o racismo, que é absurdo para uma grande parte das pessoas, mas que ainda é um sentimento fortemente presente em um outra parte nada pequena.

O filme ganhou prêmios em vários festivais, além de ter ganho os prêmios de Melhor Produção e Melhor ator para Daniel Day-Lewis além de o Globo de Ouro também para o ator. 

Minha Nota: 7.0
IMDB: 7.7

Noivas em Guerra - (Bride Wars) - 2009


Filme do diretor americano GARY WINICK responsável também pelo inofensivo DE REPENTE 30 (2004) além de outros 8 trabalhos, geralmente comédias românticas. Nesse NOIVAS EM GUERRA (2009) o diretor nos apresenta a história de duas amigas de infância, que desenvolvem o mesmo sonho, de casar em um hotel famoso pela realização de casamentos grandiosos no mês de junho.

As duas são muito unidas e permanecem assim até a idade adulta. Por coincidência do destino, as duas recebem o pedido de seus respectivos namorados contudo, uma confusão coloca o casamento das duas na mesma data e hora, fazendo com que uma delas tenha que desistir do tão esperado sonho pelo menos por um tempo. É quando começa a guerra entre elas.

Para mim, o grande atrativo do filme é a presença das atrizes KATE HUDSON, que apesar de usar um corte de cabelo com franja que não em agradou, está belíssima e faz o papel de uma pessoa dominadora e bem sucedida profissionalmente. ANNE HATHAWAY é a amiga compreensiva e companheira, que está linda também, mas que com um papel que não lhe exige tanto, visto a fórmula pronta que o filme estabelece, não consegue se sobressair com sua personagem.

Na verdade, a fórmula do filme é para fazer rir, contudo, as piadas não são tão bem sucedidas, se bem que tenho sempre que levar em conta que não sou o cara mais indicado para falar de comédias, por quase sempre não gostar desse gênero, mas de qualquer forma, me agradou muito a utilização do recurso de fotos de casamento que o diretor utiliza em algumas partes do filme, além é claro, da narração voice over que ajuda a esclarecer uma obra que já é esclarecida por si só, mas que é um recurso que me atrai muito.

Minha Nota: 6.0
IMDB: 5.1

segunda-feira, 18 de março de 2013

Lolita - (Lolita) - 1962


Filme do conceituado diretor americano STANLEY KUBRICK, também diretor dos aclamados 2001 - UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO (1968), LARANJA MECÂNICA (1971) e O ILUMINADO (1980) dentre outros.

Esse LOLITA (1962) é o sexto trabalho do diretor em longas metragem de ficção e conta a história, baseada no livro de mesmo nome, sobre a relação de uma adolescente de 14 anos de idade e um professor que vem a se tornar o seu padrasto.

Impossível não comparar a obra de Kubrick com a do britânico ADRIAN LYNE, LOLITA (1997). Apesar de baseadas em um mesmo romance, as duas foram feitas em épocas diferentes, o que provavelmente, acarretou em um maior rigor no que diz respeito as cenas de envolvimento entre padrasto e enteada para a obra de Kubrick. Inclusive, dizem que os produtores orientaram o diretor a não utilizar uma menor de idade para o papel da garota, para evitar problemas com a censura, contudo, Kubrick insistiu em uma atriz adolescente e optou por SUE LYON quando ela tinha ainda 16 anos.

Senti que o diretor americano trabalha com maior enfase, as alterações de comportamento pelas quais passa o seu protagonista, indo de um professor polido e tranquilo, para um homem completamente transtornado pelo ciúme e pelo sentimento de posse.

A beleza da jovem atriz que interpreta Lolita é impressionante, mas o que chama mais a atenção, é como o diretor consegue criar em torno da jovem, um ar de volúpia e sensualidade, sem a necessidade de qualquer tipo de insinuação a nudez ou a vulgaridade. Achei também bastante caricato, na verdade até mesmo cômico, o papel do produtor de Holywood que seduz a menina e a faz fugir com ele. Lembro que na outra obra, do inglês, os tons para esse personagem eram bem mais sombrios e cheios de erotismo, na verdade, a carga erótica dessa segunda obra é indubitavelmente maior.

O filme foi indicado ao Óscar de Melhor Roteiro Adaptado além de ter sido indicado também a outros prêmios em outros festivais pelo mundo.

Minha Nota: 6.8
IMDB: 7.7

Os 3 - (Os 3) - 2011


Filme do diretor NANDO OLIVAL, vencedor de diversos prêmios por seu trabalho de estréia DOMÉSTICAS (2001), dez anos após, nos brinda com essa divertido e leve OS 3 (2011) que conta a história de três jovens de cidades diferentes que vão para São Paulo para estudar e se conhecem em uma festa, quando decidem dividir o apartamento de um dos três.

Em seu início, temos a citação do significado das palavras, amor, amizade, tesão e paixão, contudo, o filme não se aprofunda em nenhum dos sentimentos, não de uma forma didática e emblemática. Na verdade, somos jogados no meio do turbilhão de sentimentos confusos pelos quais seus protagonistas se embrenham.

Sem nomes famosos, o diretor nos apresenta um grupo de novas caras bastante carismáticas, que apenas somam qualidade para a obra, pois todos os três estão muito bem no papel de adolescentes que querem explorar um momento interessante de suas vidas. JULIANA SCHALCH é simplesmente encantadora. Além dela, talvez o nome mais conhecido da obra, é SOPHIA REIS, que aparece em um papel menor, mas em uma cena linda com cortes criativos e ousados.

E a fotografia, em algumas cenas, é outro ponto que chama a atenção, pois o diretor se mostra preocupado, pelo menos nas cenas de maior impacto, em criar uma memória boa, mas de um ângulo especial escolhido por ele. A trilha sonora também trás canções deliciosas e memoráveis.

Talvez apenas a falta de profundidade na relação de seus personagens, o filme peque um pouco. Mas fica claro, que não era a intenção do diretor, esclarecer a confusão de sentimentos, pelos quais passamos em nossas adolescências, e sim, o prazer de curtir uma época que todos nós guardamos com tanto carinho em nossas memórias.


Minha Nota: 6.8
IMDB: 5.8

domingo, 17 de março de 2013

A Hora Mais Escura - (Zero Dark Thirty) - 2012


Filme da diretora americana KATHRYN BIGELOW, vencedora do prêmio de Melhor Diretora no Óscar pelo seu trabalho GUERRA AO TERROR (2008), esse A HORA MAIS ESCURA (2012) talvez seja a história mais aguardada do último século, não por se tratar de uma operação ultra secreta mas talvez, por ser a captura do responsável pelo maior atentado que se tem história.

Logo após os atentados de 11 de setembro, o governo americano através de seu serviço secreto, iniciou a maior caçada de todos os tempos, atrás do líder terrorista da Al-Qaeda, Osama Bin Laden. Esse trabalho, é uma crônica dos serviços e desafios enfrentados pelos envolvidos em sua morte.

De filme de espionagem sempre se espera uma série de pistas e investigações que dão trabalho para resultarem em alguma coisa, agora, esperar isso de um filme da diretor Kathryn ainda é talvez mais torturante, já que sabemos que a diretora não tem pressa em contar suas histórias e não se preocupa em apagar de seu espectador, essa sensação de uma história arrastada e inacabável. Mas esse filme pelo menos, tem mais fatos acontecendo do que em seu trabalho anterior que não gostei tanto.

Talvez, a presença de JESSICA CHASTAIN seja responsável por aliviar essa sensação. A atriz se entrega ao papel de forma louvável, mas não consegue com sua representação, tornar a obra grandiosa. Um trabalho comum, para contar uma história que era muito esperada, mas que não passa de mais uma história de espionagem.

O filme ganhou o prêmio do Óscar de Melhora Edição e concorreu ainda nas categorias de Melhor Edição, Melhor Filme, Melhor Atriz e Melhor Roteiro Adaptado. Além disso, o filme ganhou o prêmio de Melhor Atriz no Globo de Ouro, além de diversos prêmios em festivais pelo mundo.

Minha Nota: 7.0
IMDB: 7.6

Os Miseráveis - (Les Misérables) - 2012


Adaptação de um musical de sucesso da Broadway, por sua vez baseado no clássico da literatura de Victor Hugo, dessa vez dirigido pelo inglês TOM HOOPER responsável pelo incrível e sensível O DISCURSO DO REI (2010).

Na França do século 19, um homem, que foi condenado a 19 anos de prisão por ter roubado um pedaço de pão, mas ao final de sua pena, recebe a promessa do chefe de polícia local de que irá para sempre o acompanhar, pois um ladrão sempre irá cometer um deslise e ele estará presente quando isso acontecer.

O filme trás em seu elenco com as marcantes participações de HUGH JACKMAN que está brilhante como o protagonista que tem um drama moral a ser enfrentado por toda a sua vida, ANNE HATHAWAY em uma interpretação maravilhosa e inspirada e ainda RUSSEL CROWE, AMANDA SEYFRIED, SACHA BARON COHEN e HELENA BONHAM CARTER, com interpretações mito boas, tando dramática como musicalmente.

Nunca fui fã de musicais, mas me senti super bem durante toda a duração desse OS MISERÁVEIS (2012),  chegando até a me emocionar durante todo o filme e principalmente em sua conclusão. Toda a história é dirigida com muita competência e como disse, não me incomodou a falta de diálogos talvez, pela ousadia do diretor de colocar seus artistas para interpretarem as canções das cenas que vemos no momento que elas são realizadas, sem a utilização do recurso de playback, tão usado nesse tipo de filme.

Não conhecia a história, e também ela me encantou, por trazer uma série de personagens mais complexos do que estamos costumados a ver ultimamente nas telas. O filme recebeu o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante para ANNE HATHAWAY e Melhor trilha sonora, e ainda foi indicado as categorias de Melhor Filme e Melhor Ator. Além disso, a obra venceu também o Globo de Ouro de Melhor Filme Musical, Melhor Ator de Musical e Canção Original, além é claro, de diversos prêmios por festivais no mundo.

Minha Nota: 7.8
IMDB: 7.8

sexta-feira, 15 de março de 2013

Shadow Dancer - (Shadow Dancer) - 2012


Quarto trabalho do diretor inglês JAMES MARSH em longas metragens de ficção, e confesso que ainda eu não havia visto nenhum trabalho seu. Nesse SHADOW DANCER (2012), ele nos conta uma história passada na Irlanda de 1990, onde uma membro da ativa do IRA, se torna informante do serviço de espionagem da Inglaterra, o MI5, após ser pega em uma tentativa de ataque ao metrô de Londres e acaba entrando para o programa de proteção de vítimas, mas nada parece acontecer como o esperado.

Contando com a presença do ator britânico CLIVE OWEN, que faz um papel que sempre nos da a impressão de ter visto ele atuando da mesma forma em outro filme, a obra conta também com a bela inglesa ANDREA RISEBOROUGH num ótimo papel de uma revolucionária que é pressionada a servir a causa.

O filme consegue ser tão dúbio, acredito que isso se deva mais a intenção do diretor de esconder a revolução que sua trama reserva ao público do que a qualquer outra coisa, o que na minha opinião serviu mais como uma certa farsa do que realmente uma revelação contundente, como o diretor quer nos passar.

A obra foi recebeu prêmios de diversos festivais, principalmente na Inglaterra de Melhor Atriz, Melhor Diretor e Melhor Atriz Coadjuvante.

Minha Nota: 6.4
IMDB: 6.3

quinta-feira, 14 de março de 2013

Infância Clandestina - (Infancia clandestina) - 2011


Candidato da Argentina ao prêmio do Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, esse é o primeiro longa metragem do diretor argentino BENJAMÍN ÁVILA, que aborda uma época do país, em que a ditadura reprima todo aquele cidadão que se opunha as suas determinações.

O filme é baseado em fatos reais, inclusive, na história do próprio diretor que teve seus familiares desaparecidos nesse período da história do país, mas apesar de ter tantos fatores que apontam para um filme político, INFÂNCIA CLANDESTINA (2011) trás todos esses dados já em seu início, para depois, nos apresentar um casal de revolucionários com seus dois filhos, que são obrigados a sair do país, mas que retornam alguns anos depois, mas continuam lutando pela causa.

A visão de tudo que acontece a eles, fica por conta da criança, o filho de 11 anos, que tem que viver com um outro nome e com um outro passado, se fazendo passar por uma outra pessoa e que a medida que cresce, vai absorvendo os valores de seus pais, além de descobrir o seu primeiro amor também, o que torna a obra sensível e bonita, com ótimos momentos de uma fotografia ousada, que nos brinda com belos ângulos de câmera e recursos que exibem na tela, um cinema ousado e interessante.

O roteiro também prende o seu telespectador, bem como a atuação do garoto TEO GUTIÉRREZ MORENO que demonstra muito talento e desenvoltura na tela. Mas acima de tudo isso, o filme valeu para mim, mais como a chance de conhecer a belíssima atriz uruguaia NATALIA OREIRO. É impressionante sua beleza e a forma como ela consegue arrebatar a atenção completamente quando entra em cena, mesmo não sendo o foco principal da sequencia.

O filme além de ter sido indicado, venceu diversos prêmios em festivais pelo mundo nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Atriz e Melhor diretor.

Minha Nota: 6.6
IMDB: 7.0

Noite de Ano Novo - (New Year's Eve) - 2011


Confesso que gostei desse trabalho do diretor GARRY MARSHALL que nos conta a história de diversas pessoas que na festar de comemoração do ano novo mais famoso do mundo, estão na cidade de Nova York vivendo momentos felizes, dramas particulares e mais uma série de situações.

O filme é recehado de estrelas como MICHELLE PFEIFFER, ROBERT DE NIRO, JESSICA BIEL, SARAH JESSICA PARKER, HILARY SWANK e as estonteantes SOFIA VERGARA, HALLE BERRRY e KATHERINE HEIGL. As histórias variam sempre nos temas amor, morte, promessas de mudança, perdão, renovação, tudo aquilo que sempre paramos para pensar quando essa data se aproxima um novo ano.

Contudo, podemos ver que essa data, e principalmente esse evento tão importante no calendário americano, parece realmente ser uma comemoração grandiosa e que causa uma comoção na nação. Mas acho que isso é meio que mundial. De qualquer forma, o filme é uma obra família, que não se aprofunda em nenhum dos dramas de seus personagens, mas que consegue emocionar em todos os momentos que se propõe a fazê-lo, o que não deixa de ser um mérito para seu diretor.


Me emocionei mais sei que irei esquecer com rapidez desse NOITE DE ANO NOVO (2011), mas não tem como dizer que não foi agradável assisti-lo.

Minha Nota: 6.0
IMDB: 5.4

quarta-feira, 13 de março de 2013

Bem-vindo aos 40 - (This Is 40) - 2012


Acabei passando a frente de tudo que tenho para ver esse BEM-VINDO AOS 40 (2012) do diretor JUDD APATOW responsável por boas comédias bem conceituadas como o ótimo O VIRGEM DE 40 ANOS (2005) e LIGEIRAMENTE GRÁVIDOS (2007) que ainda tenho que ver, graças a indicação de meu colega Emerson Abranches que sempre acerta na mão quando o assunto são filmes que irão me emocionar. A trama dessa nova obra se passa alguns anos depois na vida de alguns personagens de sua comédia anterior. E agora o diretor mostra um casal que está completando seus quarenta anos e que passa pelas dificuldades que qualquer casal tem que passar pelo simples fato de estarem juntos, filhos, contas a pagar, desejo mútuo, relações familiares, enfim, tudo que vivemos no nosso dia-a-dia.

A sensibilidade com que o diretor representa todos esses problemas é própria de um quarentão que sabe do que está falando. Por isso conseguimos nos identificar com tamanha facilidade com os personagens de sua obra. Mas não é uma identificação que aconteça por simpatia pura e simples. O filme conseguiu gerar uma empatia na minha pessoa, que tornou toda a sua duração muito prazerosa.

O filme consegue divertir de maneira eficaz, mas não chega a nos levar as gargalhadas. Temos o prazer de identificar situações pelas quais passamos, conseguindo nos projetar para fora delas e ao mesmo tempo, nos imaginar novamente vivenciando essas situações, mas sem a pressão emocional sentida nesses momentos, o que torna essas situações muitas vezes engraçadas.

LESLIE MANN é a quarentona que está muito bem na tela. Além de esposa do diretor, suas filhas, que interpretaram também os mesmos papéis em LIGEIRAMENTE GRÁVIDOS (2077), fazem uma dupla super simpática na trama, mas vale destacar também a presença da deslumbrante e sensual MEGAN FOX, que representa a juventude que toda mulher se ressente de ter perdido. Talvez como ressalva apenas a presença de PAUL RUDD que não convence nos momentos dramáticos da obra, mas que também não diminui tanto assim o efeito positivo que ela nos deixa. Nos créditos finais, temos uma sequência cortada do filme com a participação da atriz MELISSA MCCARTHY, que faz com que os protagonistas não se contenham com sua improvisação.

Minha Nota: 6.8
IMDB: 6.3

Vulcão - (Eldfjall) - 2011


É praticamente impossível não comparar esse VULCÃO (2011), primeiro trabalho em longa metragem do diretor vindo da Islândia RÚNAR RÚNARSSON com o fantástico AMOUR (2012) do alemão MICHAEL HANEKE. No filme somos apresentados a um homem de idade que está se aposentando de seu trabalho como inspetor escolar, rígido, que agora vai ter que se habituar com a sua rotina em casa junto com a esposa.

Digo que é difícil não comparar os dois filmes, por que apesar de um homem mais bruto e introspectivo, o personagem de Rúnar ama sua esposa a sua maneira. Sem deixar transparecer para as pessoas que estão a sua volta, como seus filhos que acreditam que ele não gosta da mãe. E as coincidências não param por aí. Sua esposa tem um AVC que a incapacita fisicamente e ele opta por tomar conta da mulher, mesmo contrariando o desejo dos filhos que acreditam que ela estaria melhor acompanhada em um hospital ou clínica especializada.

As semelhanças com a obra de Haneke não param por aí, mas mais do que isso seria entregar toda a trama desenvolvida pelo diretor. As diferenças, bom, a obra do alemão é muito mais sensível, é algo que se nota ao ficar parado para aquela locação simples, que serve de palco para a obra de arte que ele nos apresenta. No caso do filme islandês, temos realmente uma obra ousada que trata de um assunto complicado, mas que não consegue se aprofundar e trazer a tona todas as discussões que são necessárias para que o filme tenha um sentido maior. Agora, não sei dizer, quem copiou a ideia de quem.

O filme foi indicado a diversos prêmios em festivais pelo mundo além de ser premiado nas categorias de Melhor Novo Diretor, Melhor Filme Revelação, Ator do Ano, Atriz do Ano e Melhor filme entre outras categorias menores.

Minha Nota: 6.0
IMDB: 7.1

Amor por Contrato - (The Joneses) - 2009


Filme do diretor alemão DERRICK BORTE que conta a história de uma família perfeita que se muda para uma vizinhança rica, mas que depois de algum tempo, revelam-se não ser bem o que aparentam.

Na verdade, o filme não funciona nem como uma comédia romântica como se denomina, nem como nenhum outro gênero. Não passando de uma produção que parece se perder em seu argumento fraco e na falta de carisma de seus personagens.

Mesmo contando com a presença da sempre bela DEMI MOORE, que continua tão linda e sedutora quanto na sua adolescência, o filme não consegue atrair seus espectadores, pelo menos foi o sentimento que tive. Ainda em seu elenco, temos a presença da jovem e bela AMBER HEARD e de DAVID DUCHOVNY, o eterno investigador da série de TV ARQUIVO X, que a cada aparição dua na tela, da ao filme um ar de produção barata feita diretamente para a televisão. 

Enfim, uma hora e meia de tempo perdido na minha opinião, que só me propus a assistir, por que eu estava acordado na hora, já deitado, e não tive ânimo de procurar outra coisa e quis ver o que estava passando no momento que o filme começou.

Minha Nota: 4.8
IMDB: 6.5

terça-feira, 12 de março de 2013

Purge - (Puhdistus) - 2012


Trabalho do diretor finlandês ANTTI JOKINEN, o segundo que vejo dele e que agora conta a história de uma menina que consegue fugir de uma boate para a qual ela foi enviada como escreva e acaba se refugiando na casa de uma senhora de idade solitária.

Em seu trabalho anterior, A INQUILINA (2011), o diretor imprimiu uma aura de suspense durante toda a obra, mas além disso, ele contou uma história sobre um amor doentio, daqueles que não se esquecem do certo ou do errado. Também nesse PURGE (2012) temos esse tema abordado. Em alguns momentos do filme também esperimentamos o clima de suspense que o diretor constroi tão bem.

Mas esse filme é bem mais que isso. O diretor desenvolve sua obra usando o recurso de misturar as histórias de suas protagonistas com cenas de seus passados, e através dessas idas e vindas no tempo, nos apresenta fatos que unem as histórias delas. Outro tema abordado é de característica histórica, pois o diretor aproveita para contar sobre a violência empregada pelo partido comunista que estava se impondo ao oriente naquela época. 

Sua personagem é uma sobrevivente, que para atingir seu objetivo, teve que ir contra tudo e contra todos, principalmente contra as pessoas que amava. Mas o diretor faz questão de deixar claro que não existiam muitas escolhas, e que sua personagem, convive com o pesar de seus atos até o final de sua vida, quando ele reserva uma certa forma de pagar por seus pecados.

Uma fotografia escura é utilizada nos momentos de sofrimento do filme, que abrangem quase toda a duração da obra, mas acredito que seja essa a intenção, passar através das imagens, todo o sofrimento pelo qual seus personagens estão passando. As atuações de LAURA BIM e de LIISI TANDEFELT são relamente muito boas, mas a beleza da finlandesa KRISTA KOSONEN rouba todas as cenas em que ela aparece.

O filme venceu prêmios em seu país de Melhor Atriz e Melhor Fotografia dentre outros. 

Minha Nota: 6.0
IMDB: 7.0

13 Assassinos - (Jûsan-nin no shikaku) - 2010



Segundo filme que vejo do diretor japonês TAKASHI MIIKE, que conta a história de um grupo de samurais que se juntam para assassinar um membro da família do Shogun que está próximo de assumir o comando da nação, mas que tem um comportamento violento e prepotente, não dando a mínima importância ao seu povo, o filme é uma refilmagem do clássico EIICHI KUDO (1963).

Como em ICHIMEI (2011), o diretor começa esse 13 ASSASSINOS (2010) com uma cena de Airakiri, de um samurai que pratica o ato em protesto ao comportamento do tal nobre. O filme é violento mas é interessante ver que o diretor, apesar de não hesitar em mostrar o sangue jorrando nas cenas de morte, se preocupa em manter o público resguardado de ver os ferimentos causados nessas cenas. 

Nessa obra, como na posterior, acompanhamos a história que é contada lentamente, construindo com cuidado toda a narrativa, sem pressa de alcançar o tão esperado combate, o que faz com que o espectador desenvolva uma preocupação e empatia pelos personagens bons da história e tomem também a postura de revolta contra seus vilões.

Como em OS SETE SAMURAIS (1954) do renomado AKIRA KUROSAWA, um dos membros do grupo de assassinos não é um samurai e ainda, os despreza, demonstrando que na verdade a coragem é o que torna um homem valioso, mas o diretor não deixa de mostrar com admiração a postura desses guerreiros, que lutam sem deixar de lado sua honra e princípios. Até mesmo os defensores do nobre, deixam claro que um samurai nasce para cumprir a sua missão, seja ela defender os atos e interesses de uma pessoa, sem mesmo concordar com eles.

Minha Nota: 6.8
IMDB: 7.6

segunda-feira, 11 de março de 2013

Chumbo Grosso - (Hot Fuzz) - 2007


Já tem um tempo que esse filme saiu, mas algum problema nas fontes que consegui dele, me impediram de vê-lo antes. Filme do diretor inglês EDGAR WRIGHT, responsável pelos ótimos TODO MUNDO QUASE MORTO (2004) e SCOTT PILGRIM CONTRA O MUNDO (2010).

O filme conta a história de um policial que é transferido para uma cidade pequena no interior da Inglaterra, onde conhece um novo parceiro e tem que se ambientar a vida do campo, contudo, se vê envolvido em uma série de acidentes que lhe despertam suspeitas.

Muito divertido o filme que em sua parte inicial se utiliza de cortes rápidos e uma dinâmica de vídeo clipe para apresentar seu protagonista, o ator britânico SIMON PEGG, que também colabora na elaboração do roteiro do filme, um policial exemplar, que é deslocado para uma cidade do interior, por ser tão eficiente, que pode acabar prejudicando os demais policiais. Outros atores britânicos, como o hilário BILL NIGHY fazem parte do elenco desse CHUMBO GROSSO (2007), mas é seu eterno parceiro, o comediante NICK FROST que vai novamente contracenar na maior parte do filme com Simon.

Interessante as referências que o diretor usa através do personagem de Nick, que é um fã de filmes policiais da década de 80. Como disse, o início da obra é interessante e divertido, contudo, da sua metade para frente, o filme se perde, demonstrando uma certa dificuldade de seus roteiristas em fechar sua trama daquele ponto em diante. Mas de qualquer forma, é uma diversão esquecível e nada prejudicial.

Minha Nota: 6.0
IMDB: 7.9

Uma Garrafa no Mar de Gaza - (Une bouteille à la mer) - 2011


Filme do diretor THIERRY BINISTI, esse UMA GARRAFA NO MAR DE GAZA (2011) conta a história de uma adolescente que vive em Israel, pede ao seu irmão, um soldado do exército, que jogue uma garrafa no mar. Essa garrafa é encontrada por um grupo de amigos que estão em Gaza e desses jovens, um começa a se corresponder com ela pela internet.

Considero esse tipo de filme importante para que possamos compreender melhor conflitos que acontecem em nosso planeta em lugares muito distantes da nossa realidade e esse filme, tem por pano de fundo a eterna disputa entre esses povos, mas se foca principalmente na relação criada pelos dois adolescentes que se correspondem.

O filme é sensível e consegue, mesmo se propondo como uma história de amor, mostrar o quanto os conflitos entre os dois países se refletem nas vidas de seus habitantes, gerando muitas vezes revolta e sentimentos controversos sobre as atitudes tomadas pelos governantes de seus países.

Acredito que faltou um pouco profundidade tanto no relacionamento dos jovens quanto nos confrontos que estavam acontecendo, mas isso é reflexo na verdade, da minha falta de conhecimento sobre a situação real nesses países.

Minha Nota: 6.0
IMDB: 6.6

Hitchcock - (Hitchcock) - 2012


Dirigido por SACHA GERVASI, o britânico responsável pela sensível obra O TURISTA (2004), esse HITCHCOCK (2012) conta a história da concepção da obra prima PSICOSE (1959) do mestre do suspense ALFRED HITCHCOCK. Como pano de fundo para a história da escolha do tema até os cortes finais do filme, temos a relação de Alfred com a a sua esposa ALMA REVILLE, que sempre teve um papel fundamental na carreira do diretor, pelo menos, como é contado na obra.

Nunca fui muito fã de Hitchcock mas é impressionante a interpretação que o ator ANTHONY HOPKINS dá para o diretor. Trejeitos próprios de um típico inglês de alta classe, sua ansiedade que era descarregada em ataques a geladeira, o que não me é nada estranho.

Outro fator positivo é que o filme consegue ilustrar o processo de criação de um filme, podendo gerar uma versão que é apresentada para a censura e que não tem impacto algum, para depois de editado a duas mãos por Hitchcock e sua esposa, se tornar o clássico que se tornou.

A presença da belíssima e sedutora SCARLETT JOHANSSON tem sempre que ser exaltada, mas é HELEN MIRREN quem rouba a cena, interpretando a esposa do famoso diretor, com todos os seus dramas pessoais. A atriz na vida real, é casada com um diretor de Hollywood, o que dizem, facilitou na composição do seu personagem que lhe rendeu o a indicação ao prêmio de Melhor Atriz do Bafta. O filme também concorreu por Melhor Maquiagem no Óscar.

Na minha opinião, faltou ao diretor exibir melhor os méritos de Hitchcock na direção, pois na sua obra, fica a impressão de que ele é uma pessoa sem inspiração e perdida em meio ao que quer apresentar, o que sabemos através de suas obras, que não é bem assim.

Minha Nota: 6.2
IMDB: 7.0

Procurando por Sugar Man - (Searching for Sugar Man) - 2012


Realizado pelo diretor sueco MALIK BENDJELLOUL, cheguei até esse filme por conta de um texto entusiasmado do Ailton, que me fez colocar o filme na frente de tudo que eu já tinha para ver, como já aconteceu com algumas outras obras, e novamente ele acertou na veia. 

Na história desse documentário, dois sul africanos iniciam uma investigação sobre o passado de um ídolo daquele país, cantor de rock da década de 70 que se tornou uma lenda de passado desconhecido, e que fez mais sucesso do que Elvis para toda aquela nação, contudo, era totalmente desconhecido nos Estados Unidos sua terra natal.

Um fator que me impressionou e que eu não posso deixar de comentar, é o de não gostar do estilo de música que tornou tão conhecido e aclamado, na África do Sul, o protagonista desse filme, mas a obra é tão bem feita, que qualquer pessoa, acredito eu, não terá dificuldade em reconhecer que é um trabalho realmente fantástico, o que é uma das magias da música que consegue traduzir as pessoas através do som.

O filme foi o candidato da Suécia para o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no Óscar e é uma obra fantástica. Através de uma série de entrevistas com os envolvidos e alguns arquivos de imagem mas principalmente com uma montagem muito competente, o diretor consegue emocionar de forma avassaladora ao seu espectador, nos mostrando uma história incrível sobre um homem que teve seu talento deixando a margem por uma série de razões que fizeram com que a vida fosse diferente para ele.

Mas no final podemos acreditar, que cada um vive a vida da forma que ela se apresenta e que em alguns momentos isso pode ser mágico e na maioria dos outros, não.

Minha Nota: 7.8
IMDB: 8.2

O Hobbit: Uma Jornada Inesperada - (The Hobbit: An Unexpected Journey) - 2012


Dirigido pelo diretor PETER JACKSON que foi o responsável por colocar na tela a obra prima de J. R. R. TOLKIEN dividindo os livros em três filmes e que agora, nos mostra um filme baseado na obra anterior do escritor O Hobbit.

Nesse O HOBBIT: UMA JORNADA INESPERADA, um jovem e relutante Hobbit, se vê envolvido em um jornada inesperada que irá ajudar um grupo de anões a recuperar seu lar, que foi tomado por um dragão, que dorme sobre o tesouro de seus antepassados.

O filme tem o mesmo DNA dos três O SENHOR DOS ANÉIS, o que por si só, já deve render uma bilheteria considerável, levando em conta o número de fãs pelo mundo, do universo incrível criado para contar essa história maravilhosa, contudo, para quem conhece os livros, talvez se sinta incomodado durante a projeção.

Jackson não segue a narrativa original. Na verdade, eu tive a impressão de que a intensão do diretor, e talvez dos produtores, é criar algo parecido com o que GEORGE LUCAS fez com GUERRA NAS ESTRELAS. Três filmes que contam o que aconteceu antes do SENHOR DOS ANÉIS. Interessante ver também que o projeto sofreu diversos problemas desde a sua idealização até a sua realização, inclusive problemas com racismo.

Existem alguns problemas nessa ideia de contar o que veio antes do SENHOR DOS ANEIS, o principal deles. O livro não trás anões guerreiros, capazes de lutar contra uma orda de orcs ou um grupo de trolls com seus machados e sua fúria no combate. A história não tem nada disso. Mas voltando para a nova história que nos é apresentada, seu visual é tão belo quanto poderia ser com efeitos especiais que nos dão a sensação de que o que estamos vendo é real e faz parte daquele universo fantástico. A trilha sonora que alavancou o épico anterior também está presente, inclusive a presença de Golun, o eterno portador que perde o anel e passa toda a sua existência atrás dele, está presente também, contudo, os personagens são engolidos por essa fórmula de contar histórias desse universo e perdem sua força, o que não quer dizer que não seja um belo filme.

Agora é esperar, o quanto essa esticada que a obra ainda vai ter, com mais dois filmes já encomendados para 2013 e 2014 vai prejudicar ou ajudar no resultado final. O filme recebeu indicação para 3 categorias do Óscar e a outros festivais, dentre elas, Melhor Maquiagem e Efeitos Especiais.

Minha Nota: 7.0
IMDB: 8.2

Detona Ralph - (Wreck-It Ralph) - 2012


Primeiro longa metragem do diretor RICH MOORE e que conta a história de um vilão de vídeo game que para se tornar um herói e assim alcançar o sonho de ser reconhecido com um igual pelos membros de seu jogo, inicia uma aventura através de outros jogos do fliperama, no intuito de conseguir uma medalha, que ele acredita que lhe dará o reconhecimento desejado.

O filme venceu diversos prêmios em festivais pelo mundo e concorreu ao Óscar de melhor animação, contudo, perdeu para VALENTE (2012), o que na minha opinião é uma completa injustiça, pois a obra consegue um resultado impressionante.

Acompanhando a nova tendências das animações, que deixaram de ser obras completamente infantis para tratarem de assuntos mais complexos do que a velha luta do bem contra o mal, ou mesmo apenas o fato de entreter e divertir seu telespectador, DETONA RALPH (2012) consegue elaborar uma história que emociona, diverte, prende e encanta, com uma eficiência admirável.

É muito prazeroso para novos e velhos fãs de vídeo game, identificar alguns personagens que não são os preferidos pelo público, mas que causam uma nostalgia deliciosa para quem vê a obra. Além disso, o diretor consegue mostrar que o rótulo de vilão e mocinho, não deve ser empregado a qualquer pessoa. Todos nós temos nossos sentimentos e precisamos de amigos e de reconhecimento das pessoas que estão ao nosso redor.

As cores e as imagens pensadas, resultam em uma fotografia brilhante, uma trilha sonora que se preocupa em manter o público no clima dos velhos arcades também merece registro, mas o que chama mesmo a atenção é o cuidado com os personagens que aparecem em cena, pois, quando são personagens de jogos mais velhos, tem seus movimentos robóticos, o que é realmente brilhante, uma observação de meu filho que viu o filme comigo e também ficou fascinado.

Minha Nota: 7.8
IMDB: 7.9

quinta-feira, 7 de março de 2013

Paris, Te Amo - (Paris, je t'aime) - 2006



Não me lembro de ter visto algum filme em episódios dirigidos por diferentes diretores mas eu que achava que não ia curtir a experiência, fiquei realmente fascinado por esse PARIS, TE AMO (2006). 

Na verdade esse tipo de obra leva uma vantagem sobre os filmes comuns, pois só assim temos a oportunidade de ver em cena nomes como JULIETTE BINOCHE, WILLEM DAFOE, NICK NOLTE, a sexy e fascinante MAGGIE GYLLENHAAL, ELIJAH WOOD, NATALIE PORTMAN e GÉRARD DEPARDIU para citar apenas que são conhecidos da grande maioria do público, dirigidos por nomes como GUS VAN SANT, os irmãos COEN, WALTER SALLES, ALFONSO CUARÓN, WES CRAVEN e ALEXANDER PAYNE, para citar apenas aqueles que tenho uma ligação afetiva maior.

São um total de 18 curtas que apresentam, através do olhar de cada cineasta, alguns bairros de Paris, em pequenas histórias que tem por base o tema amor. Mas o trunfo principal desse PARIS, TE AMO (2006), é ver em cada uma dessas pequenas obras, um pouco das características de cada diretor. É fantástico.

Nenhum dos filmes chegou a me tocar realmente, mas a nova experiência me agradou muito e quase não vi o tempo passar. Na média geral, os trabalhos são ótimos, salvo o final que tenta unificar as obras e não consegue isso nem de perto, mas é amenizado por uma bela canção. Dos diretores que não citei, por não conhecer seus históricos, me surpreendeu a sensibilidade de GURINDER CHADHA, uma diretora queniana que mostra um encontro em um rapaz francês e uma garota muçulmana, o excelente segmento dirigido por ISABEL COIXET, em que um homem marca um encontro para terminar com sua esposa e o trabalho de OLIVIER SCHMITZ, que conta a triste história de um homem ferido em uma praça.

Dentre os citados e mais conhecidos pelo grande público e por mim, tenho que dizer que o trabalho dos COEN traz a tona o brilhantismo dos irmãos em uma sequência que passa raspando pelo tema amor, já que o forte deles é mostrar a comédia baseada no acaso, GUS VAN SANT que traz para a tela a sua obsessão por jovens rapazes e o amor entre iguais, mas filmada com uma personalidade inigualável, o plano sequência de CUARÓN que consegue em um breve quarteirão, nos levar a pensar milhares de soluções para seu curta e o de WALTER SALLES, na minha opinião o melhor curta do filme, que conta a história de uma mãe que deixa sua criança em uma creche antes de ir ao trabalho.

Minha Nota: 7.2
IMDB: 7.3