quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Os anjos exterminadores - (Les anges exterminateurs) - 2006



Enquanto faz testes de elenco para uma cena de nudez feminina, um cineasta fica fascinado com o prazer que algumas mulheres sentem em transgredir certos tabus sexuais. Acreditando que encontrou algo inovador, decide fazer um filme que misture ficção e realidade, explorando os mistérios do prazer feminino.

Em seu filme anterior, COISAS SECRETAS (2002), o diretor francês JEAN-CLAUDE BRISSEAU fez experiências com suas candidatas a atriz em que as mesmas tinham que se masturbar para ele filmasse. Duas dessas moças, alegando terem ficado traumatizadas pela experiência, pois se sentiram usadas como atrizes de um filme pornô, fato que é até citado rapidamente em OS ANJOS EXTERMINADORES (2006), processaram o diretor que se viu em uma briga judicial, sendo condenado a um ano de prisão pelo fato.

O texto do filme é do próprio Brisseaus, que tem o seu alter ego interpretado por VAN DEN DRIESSCHE. A atriz MAROUSSIA DUBREUIL dá vida a uma de seus personagens que aceitam fazer os testes nada comuns que ele propõem, ela tem uma beleza indiscutível, com um belo rosto e um corpo perfeito. Mas o que mais deve ser destacado nessa obra, são as cenas de sexo e de masturbação que o diretor nos mostra com uma maestria e uma elegância fascinantes. Eu sempre acreditei que ver uma mulher sentindo prazer, é uma das cenas mais bonitas que eu já vi, e o corrobora com essa minha crença.

O diretor coloca elementos sobrenaturais em sua obra, pois seu personagem, é cercado de anjos negros, por sua avó já morta e por uma voz que aparece pontualmente com frases sem sentido, mas que ele não percebe em nenhum momento da projeção. Os anjos interferem diretamente em decisões importantes tomadas pelo diretor durante o filme, e até mesmo, na sua vida. Sempre que aparecem, é utilizado o recurso do som de um relógio ao fundo, como que contando os segundos de nossa vida humana que passam e que irrevogavelmente vão chegar a um final.

A beleza da fotografia do filme, em grande parte, está em suas atrizes e em seus corpos nus. O som é utilizado muito suavemente, em sua maior parte, nas cenas de sexo que são mostradas, trazendo uma carga ainda maior de importância para o fator erótico do filme. Segundo Ailton Monteiro, TRUFFAUT em um de seus filmes, afirma acreditar que ao escrever sobre suas experiências de vida através, consegue se livrar de boa parte de seus traumas, como se estivesse tirando um enorme peso de seus ombros. E parece que assim faz Brisseau em sua obra.

Fiquei curioso para ver outros trabalhos do diretor, principalmente o anterior que originou essa obra tão bela de se ver.

Minha  Nota: 6.2
IMDB: 5.5

Nenhum comentário:

Postar um comentário