quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Ran - (Ran) - 1985


Um clássico do diretor japonês AKIRA KUROSAWA que trás também em seu currículo outro filme que entrou para a história do cinema, o lendário OS SETE SAMURAIS (1954). Durante 10 anos Akira planejou cada cena de RAN (1985), contudo, na época em que se iniciaram as filmagens da obra, a visão do diretor já estava bastante prejudicada o impedindo de rodar sozinho essas cenas. Sendo assim, ele contou com a ajuda de diversos ajudantes que se baseavam nos storyboards já prontos para preparar as cenas.

Ainda como curiosidade sobre a realização do longa, várias das centenas de figurinos usados no filme, foram criados a mão, num processo que levou dois anos, mas além de todos esses detalhes, existem diversas coisas louváveis, que mostram por que esse filme é considerado até hoje por vários críticos de cinema, um clássico. A construção de um épico da magnitude de RAN (1985) em uma época que os efeitos especiais eram tão escassos, é fantástica. 

Akira nos mostra exércitos numerosos e batalhas sangrentas, coisas que para a época eram avançadas demais. Além disso, a trama da obra, coloca em cheque assuntos totalmente atuais, na verdade, que nunca vão deixar de ser atuais. Ele mostra como a vida é injusta na maioria das vezes, e ainda, coloca em questiona de onde vem essa injustiça que mais parece divina, como se os deuses que acreditamos, fossem verdadeiros sádicos que se divertem apenas quando fazem nós mortais sofrermos.

Na história, um governante, resolve dividir seu império entre seus três filhos, que acabam aceitando o resolução do pai. Contudo, a influência da esposa de um deles, acaba gerando um problema que se amplifica de tal forma, que irmãos e pai, acabam por trilharem caminhos cruéis e sem volta. Tudo isso, graças a uma mente feminina motivada por merecida vingança.

Uma bela fotografia, um primor de roteiro e os velhos problemas de interpretação característicos do cinema oriental. Tudo bem que o filme envelheceu um pouco e sua duração nesse caso, parece ser ainda maior do que realmente é. Mas de qualquer forma, é uma honra conhecer um trabalho tão bem cuidado e tão bem realizado por um cineasta que vem bem antes dos ninjas voadores do cinema japonês que conhecemos aqui no ocidente.

RAN (1985) ganhou o Óscar de Melhor Figurino e foi indicado a Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia e Melhor Direção. Ganhou também o Bafta e o César de Melhor Filme Estrangeiro, além de diversos outros prêmios e indicações em festivais pelo mundo.

Minha Nota: 6.6
IMDB: 8.3

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